Capitulo 1

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Oi minhas lindas.... demorou um pouquinho mas eu voltei
E agora com uma história linda cheia de emoção, amor e é claro com muitas cenas quentes 🔥.
Como todos sabem meus livros no Wattpad não estão recusados. Assim vocês encontrarão errinho, mas espero que isso não atrapalhe a leitura!!!!
As postagens desse livro serão diferente. Como tá na moda esse lance de meta vou ficar no meio termo, lançando um desafio cada capítulo com mais de 50 comentários eu farei um sorteio entre as pessoas que comentaram e o prêmio será um marcador de tecido com o tema do pouso forçado.
Quanto as postagens por enquanto não terá duas certos ... até que o livro obtenha um bom número de leitores e assim eu comece a postar toda semana uma ou duas vezes.
Espero que gostem desse meu novo método. E gostem desse novo livro. Quero muito saber o que estão achando isso ajuda e muito um autor a construir sua história... chega de papo e vamos ao que interessa o capitulo.

 chega de papo e vamos ao que interessa o capitulo

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CAPÍTULO 1 ✈️🗝

Morte, no dicionário é descrita como :
"Óbito ou falecimento; cessação completa da vida, da existência"
Ela é uma palavra que carrega tabus, e é difícil até de ser dita, muitos -- não -- a maioria das pessoas não a encara de uma forma saudável. Ela nos transmite dor, a dor de perder um ente querido, dor de saber que nunca mais iremos ver alguém que fazia parte de nossa vida sorrindo ou nos abraçando, são tantos sentimentos envolvido na palavra "morte" que as vezes é ate difícil de descrever.
Durante anos fui treinada a enxergar a morte de um modo diferente, de uma forma normal , tão simples que ela acabou significando nada muitas vezes na minha vida.
Ela virou uma coisa tão corriqueira que comecei a encarar a morte como parte da vida.
É como dizia um professor do quarto semestre
" Um médico não pode de forma alguma focar sua atenção no paciente. E sim na doença que ele porta. Só assim esse médico irá dar menos importância ao aspecto que a morte carrega em um todo, e então a pessoa que está implorando por sua vida na frente deste médico, será apenas um portados de uma doença"
Sabe, eu repito essa frase todos os dias quando acordo, e junto rezo para que não perca nenhum paciente naquele dia. Mesmo porque eu sei muito bem como é estar do outro lado, encarando a morte de alguém que amamos. Acho que entrei nessa de médico e morte justamente por isso, para tentar salvar mais pessoas da morte.
E assim sigo, prezando pela vida de cada paciente que passa por minhas mãos, tentando o máximo os manter vivos, e procuro me envolver o mínimo possível com a morte deles.
Esse é o meu segredo, cada um aqui no hospital Dana-Faber o maior centro de oncologista de Boston, tem o seu. Já vi muitos que não ligam, outros ficam por semanas angustiados, mas no meu setor não tem muito o que fazer, a ser deixar que o paciente sinta menos dor possível antes da sua partida.
Isso tem sido desde em que me mudei para Boston.
Já faz cinco anos que fui aceita na residência da oncologia e atravessei o país para trabalhar em um dos melhores hospitais de tratamento de câncer dos EUA.
Garanto, não é fácil, a cada plantão que faço aprendo uma nova lição. Vejo uma morte diferente, e como disse, são poucas que me abalam.
No entanto, sempre em quase todos os finais de ano que já passei trabalhando, não consigo me bloquear aos sentimentos da morte, não consigo deixar de me envolver com os familiares, e esse está sendo mais um deles.
Como sempre eu nunca trabalho na véspera de natal, tenho um compromisso inadiável e indispensável com minha família, sou eu quem faço o peru de natal na ceia da casa dos meus pais, que fica do outro lado do país.
Isso é uma tradição e faz parte das minhas regras para me forçar a voltar para casa nessa época do ano.
Confesso que sou um pouco neurótica com compromissos e regras, eu tenho uma vida regrada. Tão regrada em horários e afazeres, que se eu um dia esquecer minha agenda em casa, com certeza eu me perderia no mundo.
Tudo está lá, desde o que tenho que comprar no mercado ao dia que vou transar com alguém, é claro que "transar com alguém" está bem longe da minha realidade.
Nada o que irá acontecer ou o que aconteceu não fica sem ser anotado nela.
A agenda já foi motivo de muitas brigas com meus pais e rompimento de inúmeros namoros, que por sinal muitos insignificantes.
Mas ela é a minha vida, e tenho horários e rotinas a seguir, ainda mais trabalhando ná profissão que estou, um minuto esquecido pode virar em morte.
-- Doutora Raver paciente no leito cinco.
O sistema som do quarto onde tento descansar um pouco, no meio desse turbulento plantão de hoje me avisa pela vigésima vez que tenho trabalho.
Me levanto rápido da maca que estava deitada antes que meu nome soe novamente nos autofalantes do hospital, ajeito o meu uniforme azul, tirando o amassado que estava começando a se formar nele e vou até um pequeno espelho ao lado de uma mini pia para lavar minhas mãos, me olho no espelho e vejo meu cabelo totalmente despenteado.
Que droga!
– Ava, você está péssima -- falo para o reflexo que vejo no espelho. E ele repete ao mesmo tempo para mim. Meus olhos não estão claros como sempre. O verde dele está mais escuro que o normal, quase puxando para um esmeralda fosco. A touca torta que esconde um pouco o meu cabelo loiro está me deixando com cara de médica doida. E para piorar tudo, essa cor arroxeada embaixo de cada olho meu, entrega facilmente quantas noites estou sem dormir direito, tudo isso porque troquei o meu plantão de natal com Lucy e estou trabalhando sem parar por vinte e quatro horas.
Ela foi muito legal comigo, ninguém aceita trocar um plantão em um feriado por uma segunda ou terça, porém ela entendeu que tenho uma família que mora muito longe e ela no momento espera passar o natal sozinha em casa.
Mais um carma que um médico carrega, nos dedicamos tanto a nossa profissão que esquecemos que temos uma vidas além dessas paredes azuis.
Não sei se posso chamar muito de vida, acordar, trabalhar, voltar para casa, acordar e voltar trabalhar, é essa a vida que eu vejo que eu e meus amigos e colegas de trabalho arrastamos pelos corredores longos do Dana hospital, além é claro do tal de tinder, a maioria aqui gosta desse aplicativo idiota e sem nexo.
Me olho mais uma vez no espelho e arrumo meu cabelo antes de sair e ir até o balcão que contém as fichas de cada paciente que estão sobre meus cuidados nesse plantão, no meio do meu caminho lembro que ainda não comprei o presente do Lucas o namorado novo da minha irmã mais nova Olive .
Volto correndo para o meu quarto de descanso, pego minha agenda que estava embaixo do travesseiro que dormia até pouco tempo, abro na página de "para o natal " e anoto - comprar presente do Lucas.
Olho fixamente para minha letra sem perceber que um suspiro imenso surge dos meus pulmões. Estou feliz por anotar mais um afazer, não existe sensação melhor que risca-los depois de cumpridos.
Me viro e volto para o meu dever, ou o outro dever não deixar que pessoas morram, pelo menos essa noite.
Já no balcão com um sorriso largo no rosto avisto Lola, a enfermeira recepcionista e minha amiga informante de todas as fofocas que se passam por esses corredores, e também a que todos os dias me mantêm Informada do roteiro de pacientes que tendo que cuidar além é claro das fofocas do dia.
— Lolita, o que temos para hoje? – falo descontraidamente a ela.
— Dr Raver, o Dr. Gostosão está saindo com a Klarice, estou chocada com isso.
Outra regra da minha vida "não se meta com caras gostosos, eles destrói nossas regas."
Fico longe de gostosões, ainda mais se forem médicos ou pilotos.
Não tenho um bom histórico médicos e pilotos na minha vida.
Meu avô era um piloto, que por sinal era muito experiente e habilidoso porém não me recordo muito dele, porque sempre ele estava ausente viajando e deixando sua família sozinha nas datas especiais, mas eu me recordo muito bem da minha vó Emma dizendo "não se case nunca com um piloto, porque eles são como pássaros e você não consegue impedi-los de voar, e se cortar as asas deles eles morrem".
Para incluir na minha lista de pilotos eu tenho um tio que é piloto e esse acabou com a sua família e com a família das mulheres que ele comia por onde pousava seu avião, e finalizando essa lista o meu ex é médico e me abandonou na véspera de natal, nem preciso citar o quanto isso acabou comigo.
Por sorte meu pai quis ser bombeiro da orla de San Clement, poderia ter corrido o risco de não ter um pai hoje se ele fosse piloto pois com certeza minha mãe possessiva o mataria.
Saio dos meus devaneios homens gostosões e encaro Lola.
— Klarici é louca, já, já estará chorando pelos corredores como eu fiz um dia.
Lola me entrega a prancheta com as informações do meu paciente.
— Já avisei ela, e a maldita nem me deu bola, por falar em nem dar bola Preston voltou.
No instante que escuto o que Lola fala o meu peito arde, quando a olho assustada vejo que e pela forma que ela esta me olhando, já sabe o quanto isso me afetou, Lola abre um sorriso de escárnio eu sei o que significa isso, eu sei exatamente o que ela quer me dizer.
" Te peguei garota, você ainda e apaixonada pelo gostosão"
Droga! Minha vontade é de sair correndo desse lugar agora.
Eu não vejo Preston há um ano e por mais que eu tenha boas lembranças dele, uma boa parte dessas lembranças são ruins, porém não quero falar de Preston hoje, e nem quero que ele entre novamente na minha vida.
Não agora, tão perto do Natal.
Ignoro o comentário de Lola é distorço o assunto.
— O miss- fofoqueiras do setor de oncologia, vamos nos concentrar nos pacientes e fique tranquila logo a klay volta a chorar em seu ombro, ou eu.
--Você não vai chorar dessa vez amiga, você já esta escaldada.—Lola não desiste de me acalmar tenta amenizar minha expressão, em vão.
--Não tenha certezas sobre mim Lola.
Reviro os papéis da pasta e lá está escrito: Jeremy Taylor - Carcinoma com metástases pulmões e ventre superior, internação de paliativa.
Quando leio em um prontuário "internação de paliativa", é como se no mesmo momento visto uma armadura. É duro saber que estou com um paciente sem volta, apenas esperando sua morte.
— Já vi que a noite vai ser difícil. — ela percebe o duplo sentido das minhas palavras enquanto olho para os olhos negros de Lola.
— Espero que não sofra. – não sei se ela se refere a mim ou ao paciente nesse momento, mas logo quando ela sorri mostrando os seus dentes brancos que contrasta com sua pele negra, eu sorrio junto com ela afirmando que eu estou bem
— Ah... Você nem notou no meu novo corte de cabelo.—minha amiga tenta mudar o assunto.
Pego o prontuário saio pelo corredor, não olho para Lola, apenas faço minhas programações internas antes de ver a morte.
— Lolita você muda de cabelo a cada plantão .
Assim vou ao encontro do meu companheiro dessa noite, o anjo da morte.

Pouso ForçadoOnde histórias criam vida. Descubra agora