Bom... por onde começar? Esse "capítulo" é só... quantas vezes e como eu tentei morrer, o que senti, e o que as outras pessoas pensavam. Basicamente, tudo sobre minhas tentativas de suicídio.
Minha primeira... digamos... acho que com 10? Ou 11 anos? Por ai. Depois de descobrir meus problemas, e de sofrer tudo aquilo de bullying. Pois é. Capítulo 1 para quem não leu, leia. Bom, eu lembro que naquele dia eu fui zuado por um bom tempo na sala, no intervalo, e na saída fui apedrejado por alguns garotos. "Por que não se defendeu?" Eram 3 garotos, bem maiores que eu. Bem maiores mesmo. Não adiantava, mesmo se eu quisesse. Dói. Mas tudo bem. Eu cheguei em casa, só tinha meu irmão. Minha mãe e pai trabalhando e meu irmão estava com os amigos dele. O que fazer? Fui para o meu quarto, chorei algumas horas... tentei... saíram poucas lágrimas naquele dia. Foi quando eu pensei que, se morto, ninguém atira pedras em você, nem bate em você, então, por que viver sofrendo? Num lugar que você só se machuca? Corri para a cozinha e peguei uma faca. Eu ia realmente enfiar ela na minha barriga, sinceramente, eu pensei até no lugar certo de fazer, por que sabia que ali poderia causar uma infecção por causa do intestino. E como, basicamente, sozinho, não ia ter como socorrer a tempo. Mas... parei. Antes disso, eu pensei na dor, e no desespero. Agora, pensando bem, eu lembro de uma frase, "o suicida não quer se matar, quer matar a dor que sente". Faz sentido. Larguei a faca. Deixei.
A segunda vez, acho que com 13 anos, não sou bom de memória, e acho que notaram. Dessa vez, depois de mais um dia sendo espancado, quando cheguei em casa, descobri que meus pais haviam brigado. Bom, na época (e até hoje) era normal. Mas eles brigaram feio. Ele saiu de casa por alguns dias. Ficamos eu, meu irmão e minha mãe. Imagina só. Minha mãe começou a falar do meu pai, e que eu teria que escolher entre eles. Uma criança de 13 anos escolher entre o pai e a mãe. Bom, esse foi o estopim. Basicamente, depois de alguns dias tendo que escolher entre eles, acabei caindo em depressão profunda, não é fácil sofrer na escola e em casa ao mesmo tempo. Durante esse tempo de depressão, lembrei que meu pai não tinha levado suas ferramentas, lembrei que havia deixado para trás um facão. Sim, é o que vocês estão pensando. Eu tentei me matar com um facão velho e enferrujado. Mas... como antes, me impedi. Por quê? Nem eu sei bem. Mas foi o melhor a se fazer na hora.
Minha tentativa mais recente foi esse ano. Bom, como já tenho "experiência" com isso, sabia desde o começo que eu não faria... mas... cheguei até bem perto... bom... isso aconteceu por que... Bom, essa foi bem besta, maaaas, foi porque eu fui colocado Como culpado por algo que não fiz, falaram que eu havia contado uma mentira sobre alguém. Até ai não tinha o menor problema. Porém... eu imaginava quem era... não só isso... havia pessoas na sala que sabiam da verdade e testemunharam. Se mantiveram caladas. O resto da sala? Me odiou por bastante tempo, me ignoravam, olhavam com desprezo, e não era brincadeira, fui ameaçado dentro da sala. Não me abati por isso. Mas dói saber que, de novo, mesmo mudando de cidade e escola, isso continua acontecendo. De novo. De novo. E de novo. Parece que nunca acaba. Sempre que eu consigo ficar bem. O inferno volta. E a culpa é dos que vieram antes e eu sei. Dessa vez, foi um carro, na verdade, um caminhão... vindo em alta velocidade pela rodovia. Um passo. Só um... mas me detive, como disse, eu sabia que isso ia acontecer.
Sobre o que os outros sentem quando descobrem isso? Bom... quando minha melhor amiga descobriu... ela ficou abalada por um bom tempinho... ela era minha melhor amiga, e nem sabia disso tudo, do que passei, do que tentei fazer. Mas no final, poucos sabem, e agora você é uma dessas poucas pessoas.
Tecnicamente não é um segredo, é só uma dor que eu queria compartilhar. Dizem que dividir o peso diminui a dor... ou algo assim.
Obrigado por ler.
VOCÊ ESTÁ LENDO
DIÁRIO
Non-FictionJá escrevi muita coisa aqui, em várias contas diferentes. Eu sei, chega a ser chato. Comédia, aventura, ação, porém, desta vez, pela primeira vez, vou contar minha história. A verdadeira história. Isso não é ficção, não é brincadeira, é minha vida...