06 - Jin

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Seokjin é o tipo de cara que aparenta ser intelectual. Veste roupas caras, sempre seguindo um conceito, e nunca deixa de carregar um livro.
A primeira vez que o vi foi em um parque. Estava matando o tempo e olhando para as árvores quando meus olhos pararam nele, que estava sentado em um banco perto do lago. Seu olhar sereno pousado nas páginas do livro que segurava, chamou minha atenção. Meu deus, como ele era lindo. Seu cabelo estava puxado para trás e não havia um óculos que se encaixava melhor em seu rosto do que aquele que estava usando. Ele deve ter percebido que eu o encarava. Fechou o livro e andou até mim.
- Posso ajudar?
   - Eu... - não consegui responder. Ele é mais lindo ainda de perto.
   Ele sorriu.
   - Gostaria de acompanhá-la em uma caminhada. O que acha?
E foi assim que conheci Seokjin. Mas quem diria que um cara todo engomado se transformaria diante da proximidade com outros. No começo ele era um cavalheiro, sem dúvidas, e por um bom tempo foi assim. Mas então ficamos mais próximos com o tempo, e vi que não era bem assim.
   Uma palavra que o define bem: tiozão. E zoeiro também. Não sei por quê ainda Rio das piadas ruins dele. Mas seus gestos exagerados quando fala, é um charme que não supero. Apesar de ele parecer um doido às vezes.
   - S/N. Estou com fome.
Não fazia nem meia hora que ele havia almoçado. Nós já tínhamos lavado a louça e estávamos jogados no sofá, ele com a cabeça em meu colo.
Tirei os olhos do celular e o encarei.
- Ué. Não tem nada que eu possa fazer. Estou com fome.
Eu achava até meio idiota quando pessoas faziam coisas contra a vontade, pra ver outros felizes. Agora eu entendo.
Bufei.
- Não quero ser presa por te deixar morrer de fome. - Levantei e me dirigi à cozinha. - Quero ver onde você consegue arrumar uma amiga que nem eu. Agradeça a Deus por me ter por perto Kim Seokjin.
- Credo. Me chamou pelo nome inteiro. Se eu rezar toda noite, aí é que eu não durmo. Pensar em você na hora de dormir? Eu não. Quero descanso.
Ri sarcasticamente.
Eu sabia que esses dias ele estava fazendo uma dieta meio restrita, o que eu não aprovava muito.
- Salada de repolho. É isso que você vai ganhar por ter dito isso. Ingrato.
Ele riu alto e logo percebi o porquê.
- Não se atreva a fazer a piada do reipolho. - falei séria.
Ele deu de ombros e continuou mexendo no celular.
Quando acabei de cortar tudo, voltei para a sala.
- Está pronto. Se você quiser, vai pegar.
Ele riu.
- Vingativa. Demônio. Venenosa.
- Para, saco! - o empurrei com o pé.
Jin saiu do sofá e dali a pouco voltou com a salada.
- Ficou boa. - disse de boca cheia. - Só faltou sal molho.
- Ah, para de reclamar.
Ele deve ter pensado em cuspir o repolho que estava na sua boca, em mim, mas preferiu não atiçar a fera. Nossas discussões de "brincadeira" eram as piores e ele sabia.
Depois que a salada acabou, passaram se alguns minutos e percebi que ele me encarava.
O fitei com o canto dos olhos.
- O que foi? - perguntei.
Ele rapidamente virou a cabeça para frente.
- Nada...
O olhei.
- O que foi?
Ele suspirou e olhou para mim.
- Sabe, quando eu disse que estava com fome...
- Sim?
- Não quis dizer fome de comida.
Parei de mexer no celular e o encarei.
- Como assim? - por que de repente meu coração bateu mais forte?
Ele só me encarou. Ambos éramos indecentes o suficiente para saber do que ele estava falando.
- Jin - comecei a falar, mas fui cortada.
- Eu te quero.
Meu corpo inteiro congelou.
- Desde aquele dia que te vi no parque. Eu te quero muito. Uma hora o desejo passou, porque você virou minha melhor amiga. Mas às vezes não consigo me conter.
Silêncio.
- S/N, eu posso...
Não o deixei terminar a frase e segurei seu rosto com as mãos, mas minha coragem sumiu no meio do caminho. Por alguns segundos, só consegui encarar aqueles lábios carnudos que quando vi, já queria parar mim. Só um pequeno espaço nos separava, até que ele me deitou no acolchoado do sofá e ficou por cima de mim. Eu mantinha minhas mãos em sua face.
Em um segundo eu sentia sua respiração no meu nariz, no outro ele já havia encaixado sua boca na minha.
O beijo foi intenso. Estávamos cada vez mais próximos, mas a distância parecia não acabar, mesmo estando com os corpos colados.
- Só Deus sabe o que vai acontecer agora. - ele murmurou com seus lábios ainda nos meus.

BTS - One ShotsOnde histórias criam vida. Descubra agora