Drácula: O Nascimento de Um Vampiro.

12 0 0
                                    

Uma figura perambulava sobre as sendas entre montanhas, subindo, em meio as trevas, enquanto raios se agitavam, trazendo uma luz breve, nítida. A figura era um cavalheiro, um soberano de terra longínqua, coberto por uma capa de seda negra, vestido de uma armadura majestosa de ouro com dragões que cuspiam fogo, em sua cintura com uma espada de prata presa numa cinta.

Era um elegante e belo homem, seus olhos azuis, eram profundos e intensos, como as ondas que se chocam com violência contra rochas, seu rosto era másculo e austero, possuía feições de linhagem nobre. Mas, a olha-lo na escuridão, enxergava-se junto a seus passos pesados e desesperados, um tormento, parecendo no brilho de seus olhos amendoados, um ódio e malícia que brilhavam como lampadas antes de se apagarem, pois, o mesmo se ia a morte.

E após um longo tempo caminhando, onde os pensamentos diabólicos lhe atormentavam a mente, fazendo seu rosto se tornar terrível, pois, se tornará como a face da morte. Chegou-se a um túnel, caminhando ali em silêncio, em meios a trevas, sentia-se ser engolido, devorado como pelas entranhas de Satã, as quais eram úmidas e se cheiravam a sangue, um leve odor de cadáveres, como a fezes e a urina se tinham como um perfume tímido. Ali, pareceu aos olhos como uma criatura que tinha olhos brilhantes em meios a trevas, uma fera em forma de homem, mantinha-se parada como se olhasse para o cavalheiro, repentinamente, aquilo que estava ali, fechou os olhos, nisto os morcegos, fugiam assustados enquanto amaldiçoavam ao cavalheiro.

O cavalheiro, ouvindo e se sentindo cercado, diminuía-se em tamanho, curvando-se com o terror da escuridão, parecendo estar diante da entrada do inferno, aquilo, seja homem ou monstro, falou ao cavalheiro, com uma voz grave e poderosa como a um trovão, dizendo:

''- O que um homem de tua linhagem, se vai a um dos inimigos dos homens, desejas o que de mim?''

- A tua força e teu poder!

'' - Sabes que o preço de teu desejo é muito alto, se verdadeiramente desejas isto, amaldiçoa a teu Deus e ao Sol, nega-os para sempre, após isto lhe darei meu poder!''

Sem ao menos pensar, foi dito pelo cavalheiro:

- Eu, conde Drácula, filho de Dracul, amaldiçoo ao Deus que criou a terra e os céus, como ao Sol que nutre de vida tudo com sua luz, isto, faço para sempre, negando de minha alma o perdão destes!

''- Que assim o sejas.''

Após isto se ter sido dito, ouviu-se como o som de carne e ossos apodrecidos terem sido esmagados, ouvindo-se o som de algum líquido gelatinoso a cair, enquanto um cheiro podre e horrível se impregnou no ar. E após isto, ouviu-se o som de algo metálico ser mexido, o barulho do líquido gelatinoso a preencher como a uma taça, escorrendo lentamente. E o odor lentamente se intensificava, vindo ao coração do cavalheiro, o medo e o desespero, como se lhe rasgassem a alma a tira-la do corpo dele, nisto, os olhos se abriram novamente, estavam em frente ao cavalheiro que tremeu o corpo a vê-lo perto.

''- Beba Drácula.''

Um toque gelado, as unhas que eram gigantes, envolviam ao ponto de tocar ao pulso, levando a mão a taça em outra mão, uma taça com carne morta e dentes presos nela. E assim, após um leve momento de nojo e horror, o conde tragou o líquido, parecendo por entre seus lábios como a água morna, tocando a língua ao gosto como fezes e lhe escorrendo na garganta como alfarrobas de porcos, este contra gosto bebeu todo o líquido ali.

E após isto, se veio sobre ele uma dor, era seu coração morrendo, o qual com um grito horripilante, estrondoso e gutural, se contorcia como se a alma sofresse a ira de Deus, onde, em um instante a outro, o mesmo não sentiu mais nada. Pois, seu coração e seu corpo se havia morrido, sentindo o seu corpo como a um peso, precisando o mesmo fazer se esforçar a se erguer, aquilo lhe disse:

''- Vá a luz da Lua, una-se com as trevas e as criaturas das noites, verás os demônios e as entradas dos infernos, vá maldito, cumpra teu intuito.''

E nisto, o conde se foi correndo, após atravessar o túnel, quando a luz da Lua o tocou, seu corpo que era pesado, tornou-se leve como uma pluma, naquele instante, parou e sentiu como se estivesse mais vivo, seus ouvidos ouviam a tudo e seus olhos viam a tudo. Era aquilo que desejava, tornando-se um vampiro então, assim, jogou para longe de si a espada de prata, pois, aos olhos malignos eram como a luz e assim partiu a seu destino. 

Fim. 

Passagens.Where stories live. Discover now