Prólogo

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A dor no lado esquerdo do ombro está me matando, mas nada me faria sentir melhor do que os olhos dela, são escuros, os lábios rosados, os cabelos longos e cacheados. Linda!

- Você me entende? - ela pergunta docemente, mesmo com dor eu tento me levantar - Não por favor fique abaixado, estamos quase chegando não se esforce muito apenas continue acordado.

Estava voltando do assalto ao banco quando fui baleado ainda na perseguição, consegui montar na garupa de uma das motos e com isso me agarrei a esperança de conseguir chegar até a chácara Paraíso onde nós estamos escondidos, com vida, minha mãe ou irmã cuidariam de mais esse ferimento. Meu pai iria me matar depois que estivesse totalmente inteiro, apesar de ser um gângster ele não gosta quando o único filho sai na linha de frente em assaltos como o de hoje, mas eu precisava ir nesse, algo me dizia para ir e talvez seja por isso que estou aqui agora numa espécie de carroça sendo levado pela minha morena para algum lugar seguro como ela disse.

- Chegamos, tente não forçar o lado machucado, vou te ajudar a descer. - ela parece nervosa - Deus me ajude e me dê forças para fazer o que é preciso - ela continua falando sozinha e me ajuda a descer - se apoia nos meus ombros, isso, vai dar tudo certo Eloah, você vai conseguir.

Ela entra comigo em um celeiro e me ajuda a deitar numa cama macia, começa a correr de um lado para o outro pegando o que eu suponho ser material de primeiros socorros. Volta até onde estou e então começa a fazer a assepsia das mãos e do material que vai usar.

- Você tem nome?

- Pedro, me llamo Pedro - ela para por um momento e me olha com uma emoção diferente nos olhos, não quis dizer o meu nome de verdade, mesmo desejando ela pra mim, não posso falar meu verdadeiro nome ainda.

- Certo Pedro, vou precisar tirar sua camisa para poder olhar melhor o ferimento. Você não é da região, o sotaque é diferente.

- Soy mexicano - falo sentando devagar com a ajuda dela e então ela suspende minha camisa e tira com calma para que eu não sinta mais dor ainda e limpa o local do ferimento.

- Pedro, voy a mirar la herida ahora y necesito que usted evite gritar. ¿Todo bien? - se eu ja estava encantado me apaixonei.

- Sí. Digo sim, você pode falar em português eu entendo.

- Certo, toma morde isso! - ela retira a camisa xadrez e me entrega. Eu coloco o máximo da camisa na boca e então ela mete o dedo no ferimento.

- Desculpe, mas eu preciso saber se a bala está alojada. E graças a Deus não está. O tiro atravessou. Por favor, me perdoe... - e então ela começou a fazer o procedimento, limpou com soro, e depois queimou com alguma coisa que ardeu como fogo, aquilo foi como levar um novo tiro. Retirei a camisa da boca e respirei com dificuldade, a dor era intensa.

- Tem que dar pontos, ou cauterizar...

- Shh! Eu vou dar pontos, vou fazer o meu melhor, quando sarar nem vai ter uma cicatriz eu prometo. - senti a primeira picada da agulha e depois foquei meus pensamentos nela e em como seria nosso futuro juntos, nossos filhos, nem senti os outros pontos.

- Obrigado! - falei quando ela avisou que havia terminado e ela sorriu.

- Não me agradeça ainda. Vou verificar se o caminho está livre e tirar você daqui, além de limpar essa bagunça.

- Não posso sair assim, nem tenho como voltar pra casa desse jeito...

- Não o mandarei embora, vou te levar pra dentro de casa, aqui no celeiro não é seguro. Alguém pode ver você e então chamar a polícia, você está ferido, vão querer saber o porque. Fique aqui, vou olhar tudo e já volto. - assim aconteceu, ela saiu e não demorou a voltar.

Saímos do celeiro, assim que ela limpou tudo e então me levou para dentro da casa. Me apoiou na hora de subir a escada e então chegamos até um quarto que com certeza é o dela. Bonecas e pelúcias em todos os cantos, as paredes são cheias de rabiscos coloridos, mas não parecem que foram feitos por uma criança. Em um canto do quarto enorme tem uma enorme réplica do castelo ou casa da Barbie, minha irmã tem um bem parecido, mas fica do lado de fora da casa.

- Esse é meu quarto, fique à vontade, vou pegar alguma coisa para você comer, não se esforce muito, mas caso precise usar o banheiro, fica nessa porta aqui. Meu pai ainda não chegou, e acho que nem vai vim por esses dias então não se preocupe, minha avó nunca entra no meu quarto, você está seguro aqui. Vou pegar algo pra você comer, você perdeu muito sangue e precisa se recuperar.


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¡Buenas chicas!

Previsão de início de postagem para Janeiro de 2019.

Vou deixar o gostinho do interesse pra vocês irem imaginando.

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Vou deixar disponível até o dia do lançamento na Amazon.

Assim que for liberado lá, retiro daqui.

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Corpo Fechado (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora