VI. O Meu Amor Por Ti, Me Faz Sonhar

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"Na ponta da língua, entre os dentes e sob os lábios de Jeongguk, meu nome sobressaiu em um sussurro, entonada em uma suplica, embolada em uma deliciosa e melódica voz rouca".

Nesta noite eu sonhei com Jeongguk, e ele estava lindo, deitado ao meu lado da cama com a sua adorável carinha de sono em plena manhã.

Ele estava vestido com um pijama listrado, no qual reconheço bem por ser confortável só em observa-lhe usá-lo; o cabelo bagunçado era um charme, que me convidava a acariciá-lo.

No sonho, eu tocava-lhe o rosto, e dedicava-lhe juras de amor com a ponta dos meus dedos, desenhando pequenos corações imaginários na sua pele.

Os raios do sol, que invadiam o quarto pela janela, descansavam sobre o rosto de Jeongguk, abrilhantando os seus olhos, deixando-os de castanhos a cor de mel.

Para ele, em meio aquele devaneio, encontrava-me nua, inteiramente entregue, falando-lhe sobre assuntos do coração, como: admiração, apreço, confiança, saudade, entre outras coisas.

Naquela ficção, eu mapeava os traços dele, atentando-me ao rubor gostoso que a sua pele apresentava-se, mostrando-me tons delicados de rosa avermelhado, que contrastavam delicadamente com os raios de sol de uma forma encantadora.

Via-me beijando-lhe o nariz ao mesmo tempo que acariciava as maçãs do seu rosto.

"Você é tão lindo", digo-lhe, e Jeongguk abre um sorriso para mim.

Nas suas pupilas, eu enxergava mistérios luminosos fascinantes, que me fisgavam e prendiam-me ainda mais no cenário fantasioso da minha mente.

Aquilo era uma alucinação. E em um determinado instante, por mim mesma, eu percebi isso. No entanto, Jeongguk chamou-me no exato momento. Inacreditavelmente, percebendo a minha (quase) fuga.

Quando me lembro e reconstruo novamente o contexto daquele sonho, gosto de pensar — na verdade, me enganar —, de que foi ele quem me segurou ali. Mas, conscientemente, considero todos os "talvez" impossíveis envoltos dessa condição.

Na ponta da língua, entre os dentes e sob os lábios de Jeongguk, o meu nome sobressaiu em um sussurro, entonada em uma súplica, embolada em uma deliciosa e melódica voz rouca.

O timbre de Jeongguk ecoou dentro do meu corpo, que foi tomado por um arrepio. Senti calor e um peso repousou sobre as minhas costas, especificamente, na minha lombar.

Jeon entreabriu os lábios para me dizer alguma coisa. Mas, eu não entendia o que ele falava.

"Não consigo te ouvir", disse-lhe.

Os olhos de Jeongguk seguiram uma rota no meu rosto com fim na minha boca.

"O que você quer me dizer?", pergunto-lhe.

Desviando-se das minhas perguntas, Jeongguk se aproximou de mim para tocar, brevemente, os meus lábios com os seus. O meu coração derreteu-se com o ato, mas também, se entristeceu.

Eu não conseguia sentir Jeongguk, e senti-me patética.

Um riso nervoso atravessou-me de maneira intrusa. Segurei-me no travesseiro, escondendo o meu rosto para reprimir a minha frustração.

Porém, não permiti que Jeon escapasse do meu ponto de vista.

"Não vá embora", pedi-lhe.

Ele mostrou-me mais um sorriso fraco, e direcionou uma mecha do meu cabelo para detrás da minha orelha.

Ele suspirou com pesar.

"Eu não estou aqui", alertou-me.

De súbito, eu acordei.

Deparei-me com o cômodo familiar do meu quarto. Encontrei Fred, o gato, próximo de mim, ronronando enquanto ainda dormia. Virei-me para o outro lado da cama, e vi a janela aberta. As cortinas dançavam tranquilamente contra o vento do amanhecer do dia.

Eram cinco e cinquenta da manhã; cedo demais para assumir uma aura melancólica.

Deixei-me hipnotizar pelas cortinas que flutuavam delicadamente sob o ar por alguns segundos.

O celular vibrou sob a mesinha ao lado da cama.

"Sua risada me faz falta", escreveu-me.

"E eu sinto falta de você, meu amor. Não imaginas o quanto", pensei.

"Nesta noite, eu sonhei contigo, meu bem...", enviei-lhe.

Realmente, dei por mim, que o momento que passamos juntos foi um sonho; foi irreal. Mas, apesar de qualquer coisa, eu estava satisfeita. Pois, por um momento eu pude tê-lo, de certa forma, para mim.

Um momento prévio, mas, suficiente para saciar um pouco da inquietação que me persegue, invade e perturba, por quase todos os dias.

Porém, algo não o bastante para cobrir o buraco que a saudade cava, cada vez mais fundo, dentro de mim.

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