"Na ponta da língua, entre os dentes e sob os lábios de Jeongguk, meu nome sobressaiu em um sussurro, entonada em uma suplica, embolada em uma deliciosa e melódica voz rouca".
Nesta noite eu sonhei com Jeongguk, e ele estava lindo, deitado ao meu lado da cama com a sua adorável carinha de sono em plena manhã.
Ele estava vestido com um pijama listrado, no qual reconheço bem por ser confortável só em observa-lhe usá-lo; o cabelo bagunçado era um charme, que me convidava a acariciá-lo.
No sonho, eu tocava-lhe o rosto, e dedicava-lhe juras de amor com a ponta dos meus dedos, desenhando pequenos corações imaginários na sua pele.
Os raios do sol, que invadiam o quarto pela janela, descansavam sobre o rosto de Jeongguk, abrilhantando os seus olhos, deixando-os de castanhos a cor de mel.
Para ele, em meio aquele devaneio, encontrava-me nua, inteiramente entregue, falando-lhe sobre assuntos do coração, como: admiração, apreço, confiança, saudade, entre outras coisas.
Naquela ficção, eu mapeava os traços dele, atentando-me ao rubor gostoso que a sua pele apresentava-se, mostrando-me tons delicados de rosa avermelhado, que contrastavam delicadamente com os raios de sol de uma forma encantadora.
Via-me beijando-lhe o nariz ao mesmo tempo que acariciava as maçãs do seu rosto.
"Você é tão lindo", digo-lhe, e Jeongguk abre um sorriso para mim.
Nas suas pupilas, eu enxergava mistérios luminosos fascinantes, que me fisgavam e prendiam-me ainda mais no cenário fantasioso da minha mente.
Aquilo era uma alucinação. E em um determinado instante, por mim mesma, eu percebi isso. No entanto, Jeongguk chamou-me no exato momento. Inacreditavelmente, percebendo a minha (quase) fuga.
Quando me lembro e reconstruo novamente o contexto daquele sonho, gosto de pensar — na verdade, me enganar —, de que foi ele quem me segurou ali. Mas, conscientemente, considero todos os "talvez" impossíveis envoltos dessa condição.
Na ponta da língua, entre os dentes e sob os lábios de Jeongguk, o meu nome sobressaiu em um sussurro, entonada em uma súplica, embolada em uma deliciosa e melódica voz rouca.
O timbre de Jeongguk ecoou dentro do meu corpo, que foi tomado por um arrepio. Senti calor e um peso repousou sobre as minhas costas, especificamente, na minha lombar.
Jeon entreabriu os lábios para me dizer alguma coisa. Mas, eu não entendia o que ele falava.
"Não consigo te ouvir", disse-lhe.
Os olhos de Jeongguk seguiram uma rota no meu rosto com fim na minha boca.
"O que você quer me dizer?", pergunto-lhe.
Desviando-se das minhas perguntas, Jeongguk se aproximou de mim para tocar, brevemente, os meus lábios com os seus. O meu coração derreteu-se com o ato, mas também, se entristeceu.
Eu não conseguia sentir Jeongguk, e senti-me patética.
Um riso nervoso atravessou-me de maneira intrusa. Segurei-me no travesseiro, escondendo o meu rosto para reprimir a minha frustração.
Porém, não permiti que Jeon escapasse do meu ponto de vista.
"Não vá embora", pedi-lhe.
Ele mostrou-me mais um sorriso fraco, e direcionou uma mecha do meu cabelo para detrás da minha orelha.
Ele suspirou com pesar.
"Eu não estou aqui", alertou-me.
De súbito, eu acordei.
Deparei-me com o cômodo familiar do meu quarto. Encontrei Fred, o gato, próximo de mim, ronronando enquanto ainda dormia. Virei-me para o outro lado da cama, e vi a janela aberta. As cortinas dançavam tranquilamente contra o vento do amanhecer do dia.
Eram cinco e cinquenta da manhã; cedo demais para assumir uma aura melancólica.
Deixei-me hipnotizar pelas cortinas que flutuavam delicadamente sob o ar por alguns segundos.
O celular vibrou sob a mesinha ao lado da cama.
"Sua risada me faz falta", escreveu-me.
"E eu sinto falta de você, meu amor. Não imaginas o quanto", pensei.
"Nesta noite, eu sonhei contigo, meu bem...", enviei-lhe.
Realmente, dei por mim, que o momento que passamos juntos foi um sonho; foi irreal. Mas, apesar de qualquer coisa, eu estava satisfeita. Pois, por um momento eu pude tê-lo, de certa forma, para mim.
Um momento prévio, mas, suficiente para saciar um pouco da inquietação que me persegue, invade e perturba, por quase todos os dias.
Porém, algo não o bastante para cobrir o buraco que a saudade cava, cada vez mais fundo, dentro de mim.
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Consequências de Amar • JK
Short Story"Estou consciente que essa inutilidade que me invade é apenas uma consequência de estar apaixonada. Devido a isso, eu odeio-me por estar assim. Pois, sinto-me incapaz de realizar qualquer atividade sem que você esteja aqui, diante dos meus olhos [...