Capítulo Dez

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No dia seguinte, Amelin foi acordada por uma criada, que trouxera consigo uma bandeja com café da manhã. Aquilo era leite com achocolatado? A menina espantou-se com o que viu. A criada, cujo nome ela não havia gravado ainda, não teve a intenção de acordá-la. A rainha Aurora havia solicitado que entrasse nos aposentos da princesa e deixasse o café da manhã, apenas; a mesma se encarregaria de acordá-la. Percebendo que a princesa acordara, imediatamente se desculpou.

— Vossa alteza, perdoe-me! Não esperava acordá-la. Vossa majestade pediu para deixar a bandeja aqui.

— Tudo bem, senhora...?

— Olga, vossa alteza.

— Não tem problema, Olga. Obrigada por trazer meu café da manhã.

— Peço licença para retirar-me.

— Concedida. — A criada assentiu com a cabeça, reverenciou-a e saiu dos aposentos reais, deixando a princesa sozinha para se alimentar.

Amelin, que permanecia deitada, sentou-se na cama e pegou a bandeja, cuidadosamente. Apoiou-a em suas pernas e notou seu conteúdo, com mais atenção. Havia Waffles em um prato de porcelana, um vidro de Maple Syrup, pães, cream cheese, frutas e um copo de leite com achocolatado, de fato. Sentia-se um pouco mais à vontade naquele mundo diferente, talvez ousava pensar que se sentia em casa. Não fazia ideia de como eles conseguiram o vidro de Maple Syrup, mas alegrou-se ao vê-lo e devaneou nostalgicamente para a sua vida em Eden Prairie, seu lar em Minnesota, onde costumava usá-lo.

Ao finalizar seu café da manhã, levantou-se para ir até o banheiro para pentear seus cabelos e escovar os dentes. Imediatamente, sentiu-se dolorida pelo treino do dia anterior. O corpo inteiro explodia de dor, fazendo-a reclamar e irritar-se. Lembrou-se que precisava treinar em breve, então foi em direção ao closet, em busca de uma roupa confortável para o treino. Vestiu uma calça legging preta, uma blusa branca sem mangas, calçou o mesmo tênis do dia anterior e prendeu suas madeixas em um rabo de cavalo. "Não posso esquecer de levar uma garrafa de água, porque não posso passar sede como ontem e preciso ter energia para aguentar o dia de hoje!", pensou.

Saiu do quarto e desceu as escada, em busca de alguma criada ou de Félix. Sua mãe estava no andar inferior, conversando com ele. Amelin aproximou-se dos dois e dirigiu-se a Félix:

— Bom dia, rainha Aurora. — A rainha retribuiu, acenando a cabeça. — Bom dia, Félix. Eu preciso te pedir uma ajuda — informou, tocando em seu ombro.

— Diga, vossa Alteza. Em que posso ajudá-la?

— Eu vou treinar daqui alguns minutos e eu gostaria de saber se existe algum recipiente com água que eu possa levar para o meu treino; uma garrafa ou qualquer coisa semelhante.

— Claro, vossa alteza. Já pego uma garrafa para você.

— Muito obrigada, Félix — agradeceu quando ele lhe entregou o objeto solicitado.

— Não precisa agradecer, princesa.

Amelin terminou de se organizar, despediu-se de todos e apressou-se para chegar ao centro de treinamento. Faltavam alguns minutos para dar o horário combinado, portanto precisou acelerar seus passos e, quando notou, estava quase correndo pelas ruelas da vila central de Hammerlock. Ao chegar no centro de treinamento, olhou para o seu relógio, que marcava um minuto para às 9h. Bateu na porta, aliviada. "Sempre pontual, não é mesmo? Mais um minuto de atraso e eu estaria lascada."

A porta se abriu, revelando um Sebastian sem capuz, com um olhar enraivecido. A jovem já supunha que ele daria um sermão, apesar da sua pontualidade.

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