Capitulo 26

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Por Lucas.

Depois que eu me recuperei nos seguimos a ambulância, desde que chegamos no hospital, eu não sai daqui... já fazem três dias.
Depois de feito muitos exames, decidiram ceda-lá, para que descancasse, a doutora conversou com Amélia, mas não quis me dizer nada.

- Luh você tem que ir pra casa - disse Mel pela segunda vez.

- Não vou sair do lado dela - repeti.

- Tomara que ela te xinguei, por que você está fedendo - suspirei e por mais que não quisesse, tinha que admitir.

- Tudo bem - Me inclinei sobre seu corpo, beijei sua testa e acariciei seu rosto - eu já volto amor.

Sai meio hesitante, o caminho foi silencioso, quando estava dentro do carro percebi o quanto estava cansado, escorei minha cabeça no vidro enquanto não chegávamos.

Quando abri a porta de casa, meu pai apareceu na sala.

- Finalmente - ele tinha uma colher de pau e estava cozinhando - fica pra jantar, tô fazendo lasanha - eu ia responder porém Mel me impediu.

- Ele fica sim pai - ela passou por mim e me puxou pra cima.

- Por que disse que eu ia ficar? - perguntei assim que entramos no meu quarto.

- O papai tá estranho nos últimos dias - ela me olhou triste.

- Por que?

- Não sei dizer... ele anda triste, perguntei pra mamãe, mas ela se esquivou da pergunta - sentou na cama e eu sentei em seu lado - fica só pra janta.

Depois de pensar eu aceitei, não podia deixar minha família de lado. Tomei um banho e tentei relaxar, mas a todo momento meu pensamento ia até Lya.

Lembrando dos nossos momentos juntos, da marra dela... sorri sozinho.
Tivemos um jantar agradável, depois de limpar a cozinha voltei para o hospital, as enfermeiras já me conheciam então não protestaram quando passei reto pela recepção, as luzes do quarto estavam apagadas e a avó de Lya dormia na poltrona, me aproximei e a sacudi.

- Por que não vai comer algo? - ela passou a mão no rosto - Eu fico aqui, se quiser ir em casa...

Ela não disse nada, apenas assentiu e após dar um beijo na neta saiu me deixando sozinho.

Me sentei na cadeira próxima a sua cama e peguei sua mão, acariciei sua pele e a trouxe até meus lábios, depositando ali um beijo demorado.

- Você não tem ideia do quanto senti sua falta - eu disse para mim mesmo.

- Eu sei - me assustei ao ouvir sua voz rouca, ergui os olhos e a vi me encarando, suspirei aliviado.

- Tá acordada a muito tempo? - eu não sabia exatamente o que dizer, seus dedos deixaram os meus e foram até meu rosto, ela pousou sua mão em cima da minha bochecha, aproveitei e fechei os olhos, desfrutando da sensação do seu toque.

- Acordei quando você saiu - abri meus olhos.

- Isso foi a bastante tempo - afirmei.

- Eu sei, só queria ter certeza... - seu semblante mudou - ... de que tudo era real - a última parte foi como suspiro.

- É melhor eu chamar a médica - ela assentiu e eu saí em busca da doutora, depois que a encontrei, voltamos ao quarto e encontramos Lya sentada na cama.

- Olá - a médica disse simpática.

- Oi - ela desviou o olhar da médica pra mim - pode alcançar um pouco de água?
Assenti e peguei um copo pra ela, depois de beber toda a água, ela falou com a médica.

- Eu já tenho todos os resultados dos seus exames - a médica me olhou - poderia nos deixar a sós?

Olhei pra Lya e ela assentiu.

- Qualquer coisa tô ali fora - ela sorriu e eu saí.

Fiquei andando pelo hospital e pensando, eu já tinha cogitado essa ideia, eu tinha medo do que aquele monstro havia feito com ela, minha cabeça se recusava a pensar que... ele tinha violado ela. Aquilo doía, pensar e imaginar ele a tocando...

Se realmente aconteceu, eu iria enfrentar junto dela, não importa o que acontecesse ou que porra viesse, eu estaria ali.

Quando voltei ao quarto, encontrei sua vó e ela abraçadas, Lya tinha os olhos vermelhos de chorar, com medo de interromper o momento, esperei. Depois de mais alguns minutos, bati na porta e entrei.

- Desculpa, eu... - elas me olharam - não queria interromper.
- Tudo bem, não tem problema - sua avó se levantou e saiu.
Nos ficamos nos olhando em silêncio.
- Vem cá - ela falou primeiro, batendo no colchão onde eu deveria sentar.
Me aproximei e sentei na cama, ela pegou minha mão.
- Obrigado - ela disse sorrindo um pouco, sorri também, reparando no quanto eu senti falta daquele sorriso.
- Tá bem? - perguntei preocupado.
- Tô.
- Eu não sei direito como perguntar... - me enrolei um monte - mas o que aconteceu lá?
Ela engoliu em seco.
- Eu prefiro não falar disso - assenti.
- Tudo bem - juntei minha mão na dela - Eu vou estar aqui - uma lágrima escorreu pelo seu rosto, imediatamente a limpei com o dedo - para o que precisar.
Ela se inclinou e me abraçou apertado, envolvi sua cintura e senti seu cheiro, ficamos assim por um tempo, até sua avó voltar.

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Por Lya.

Eu estava sentada na cama de hospital, depois de muita insistência Lucas foi embora com a promessa de voltar depois da escola, a notícia da doutora foi um baque pra mim.

Grávida.

Eu estava grávida.

Ela me disse que eu poderia abortar, se quisesse. Mas a opção me pareceu absurda na hora e ainda parece. Eu nunca faria isso, nem mesmo com o resultado de um... estupro.

Eu tinha que me acostumar com isso, aceitar o fato de que eu havia sido estuprada, não seria fácil... Mas eu não estaria sozinha. A coisa que mais me decepcionava nisso tudo, era minha mãe... ela desapareceu. Esperava que ela estivesse me procurando, mas não.

Teria que me acostumar com isso também. Minha vida está dando uma reviravolta e tanto. Olhei pra minha barriga inexistente e a acariciei, era estranho pensar que tinha um serzinho crescendo ali.

A primeira coisa que fiz, foi pedir um teste de DNA. Por que me lembro perfeitamente da minha transa com Lucas, algum tempo atrás, uma transa sem proteção. E eu não me lembro de ter menstruado nesse tempo... ou talvez eu apenas queira nutrir uma esperança de que esse bebê seja dele e não... dele.

A doutora disse que tenho que esperar mais um tempo, até o bebê se desenvolver o suficiente, para fazermos um teste.

No momento tenho uma vontade imensa de chorar, a doutora me avisou que meus hormônios causaram isso, me deitei e chorei.

Por que pode parecer que estou lidando com isso, mas eu estou com medo e assustada, apesar de saber que não estou sozinha é exatamente assim que me sinto.

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Oi xuxus.

Como estão?

Mais um capítulo no capricho pra vocês 🤗.

Pergunta do Capitulo:
Gostam de histórias clichês? Tipo: o popular que se apaixona pela nerd?

Me:
Eu amo essas história, minhas favoritas.

Não esqueçam da estrelinha e o comentário... provavelmente volto semana que vem.

Bjs Naty ❤.

Uma Garota Qualquer ❤Onde histórias criam vida. Descubra agora