Columbus, Ohio - 2016
Tyler checava sua aparência através do espelho do carro. Ele passava as mãos por seus cabelos tentando mantê-los organizados. Acabara de sair do trabalho e ia em direção à um de seus lugares favoritos: o Boscoe's. Era um bar gay no centro de Columbus onde ele sempre achava algum cara que ele pensasse ser atraente para ficar e ocasionalmente ele assistia alguns shows de drag queens que apareciam por lá.
Ele abriu a porta de seu Ford Mustang, saindo do automóvel. O conversível era um modelo de 1967 na cor vermelha; Tyler não sabia o por quê, mas ele simplesmente amava carros antigos e ele cuidava de seu carro como se fosse seu filho. Ele trancou o veículo e ajeitou sua jaqueta de couro, abraçando o próprio torso em busca de algum calor para aquece-lo naquela noite fria. Mais especificamente, o calor do corpo de alguém que pudesse aquece-lo.
Assim que botou o pé no local Joseph já se sentiu hipnotizado pelas luzes azuis e roxas que balançavam e brilhavam ao ritmo da música. Ele sorriu observando os caras que dançavam loucamente presentes alí, foi direto para o bar, tentando parecer mais descolado ao andar para atrair alguma atenção.
Tyler encostou seus quadris no balcão, pedindo uma bebida ao barista de cabelos já brancos e fazendo uma pose descontraída.
"De novo você aqui?" O barista pergunta com um certo tom de desgosto em sua voz enquanto entregava a bebida. Ele sabia sobre o segredo de Tyler, já percebera há muito tempo a aliança de ouro que ele sempre tentava esconder.
"Eai Benny, qual é a boa?" O moreno perguntou notando o tom de voz do outro. Benny simplesmente revirou os olhos cansados e apenas foi atender outro cliente. Tyler riu; ele não sabia por que aquele velho o odiava tanto. Tomou um gole de sua cerveja, olhando alguns homens e mordendo o lábio quando percebeu que um também o encarava.
Tyler o comeu com os olhos, observando desde os cabelos loiros e curtos do garoto, até a barra de sua calça que estava um pouco baixa, expondo um pouco do "v" abaixo da barriga do outro. O loiro sorriu e começou a fazer uma dança lenta e sensual olhando diretamente para Tyler; ele mexia seus quadris no ritmo da música. Ele fez um sinal para Tyler se aproximar, logo, os dois dançavam lado a lado.
"Qual é o seu nome, gracinha?" Tyler pergunta, colocando suas mãos na cintura do outro. O loiro sorriu "Dan" ele respondeu. "Eu sou o Tyler, mas pode me chamar do que quiser"
Dan respirou fundo quando sentiu os lábios de Tyler beijar seu pescoço, enroscando seus dedos nos cabelos do outro. O moreno foi subindo seus beijos, passando pela mandíbula até chegar à boca de Dan. Quase imediatamente Tyler desceu suas mãos até os bolsos traseiros dos jeans apertados do mais alto.
Tyler decidiu deixar o beijo mais rápido, ele sugava os lábios de Dan com urgência e desejo; aquele corpo maravilhoso estava o deixando cada vez mais excitado. Logo ambos já tinham ereções evidentes em suas calças. Joseph levou uma de suas mãos até a frente dos jeans do outro, dando um leve apertão na área. Dan não segurou um gemido leve. Tyler voltou a beijar seu pescoço. "O que acha de irmos no banheiro hein? Posso cuidar disso..." Tyler sussurrou ao ouvido do outro, apertando novamente a ereção de Dan. Ele sorriu contra o pescoço do loiro quando escutou mais um gemido.
Dan segurou na mão de Tyler, o guiando até o banheiro onde vários caras já se pegavam e os dois entraram em uma das cabines vazias.
Tyler não quis perder tempo, logo já passando suas mãos pelo corpo definido do outro. Ele voltou seus beijos provocativos, passando pelo pescoço, clavícula, peitoral e descendo até ficar cara a cara com o botão da calça de Dan. Ele sorriu malicioso para o loiro, abrindo o zíper e abaixando sua roupa íntima.
A música alta abafava um pouco os sons vindos daquela cabine.
...
Tyler fechou o zíper de sua calça quando tinha acabado de se limpar. Ele olhou para Dan e se sentiu completamente satisfeito com o que tinha feito. O loiro ofegava sentado na privada, suas roupas ainda espalhadas pelo chão da cabine. O moreno respirou fundo, passando uma mão por seus cabelos e sorrindo para o outro.
Ele apalpou os próprios bolsos para ter certeza de que não se esqueça de nada. Tyler se aproximou de Dan, beijando seus lábios uma última vez. "Foi ótimo, Dan" ele disse, pronto para se retirar do local.
"Espera! Você não vai me passar o seu número?" O loiro o impediu de sair. Tyler sorriu.
"Ah, não me leve a mal, mas não quero nada mais sério com ninguém por enquanto."
Dan franziu as sobrancelhas mas antes que pudesse se manifestar Tyler já tinha saído da cabine, caminhando em direção à saída do clube. Ele não deixou de piscar para alguns caras.
Tyler adentrou seu conversível e se olhou no espelho novamente: seus cabelos foram completamente bagunçados por Dan e seus lábios estavam inchados e vermelhos, assim como o resto do seu rosto. Ele respirou fundo e tirou um cigarro da cartela que ele sempre deixava em seu carro.
Joseph deu a primeira tragada e ficou observando a dança que a fumaça tóxica fazia, ela dançava com o vento frio, logo se misturando com a brisa e sumindo diante de seus olhos. Ele sentiu seu celular vibrar no bolso de sua calça. Ele revirou os olhos quando viu quem o ligava mas atendeu do mesmo jeito.
"Tyler, cadê você?" Jenna, sua esposa, disse do outro lado da linha quando ele atendeu. "Essa é uma das únicas vezes esse ano que eu posso vir te visitar e eu tô aqui faz horas."
"Desculpa amor, meu chefe me deu trabalho extra e eu tinha que fazer" ele disse enquanto ligava o carro "mas eu já estou voltando para casa"
"Tudo bem, só... Me avisa na próxima vez, tá? Comecei até a ficar preocupada." Ela riu.
"Aviso sim, não precisa se preocupar comigo querida."
"Você é louco, Tyler, por isso eu me preocupo com você" Jenna disse ironicamente "enfim, dirige com cuidado e te vejo logo. Te amo."
Tyler engoliu em seco e sentiu suas mãos suarem. Demorou alguns segundos para responder "claro, também te amo."
Assim a ligação foi encerrada. Joseph sempre se sentia estranho ao chamar Jenna por apelidos carinhosos e dizer que a ama, o que... Simplesmente não era verdade. Vejamos, Tyler veio de uma família de classe alta - não ricos, mas com certeza tinham bastante dinheiro - onde seu pai era o grande dono de uma empresa milionária e tinha várias conexões. Jenna e Tyler sempre foram amigos desde a infância; eles faziam absolutamente tudo juntos: brincavam, cantavam, dançavam e tudo o que crianças fazem. Eles estavam ótimos como apenas amigos.
O problema começa quando o senhor Black - pai de Jenna - tinha um interesse pela empresa dos Joseph e queria de algum jeito, fazer uma parceria e se beneficiar com isso. O jeito mais fácil foi fazer de Tyler e Jenna um casal. A loira fora educada de uma maneira como se seu pai fosse uma autoridade e não parte da família, então quando o Sr. Black disse que era para ela ficar com Tyler não foi tão difícil seguir a ordem.
Tyler sinceramente não tinha muita escolha naquela situação; ou ele aceitava e ficaria com uma pessoa que ele não queria, ou ele rejeitava e a empresa dos Joseph perderia as conexões com a do Sr. Black, e ele sabia que se isso acontecesse seu pai nunca o perdoaria. Então tudo aconteceu e agora ele estava casado e infeliz com uma mulher que ele considerava como uma irmã.
Tyler guardou seu celular novamente e manobrou o carro para fora do estacionamento do clube.
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Love On The Brain [tysh]
Fanfictioninspirado na música "love on the brain" da Rihanna. (dps eu escrevo uma descrição melhor) Capa feita por @NicoOLevitador