A Bela Indomada PAUSADO

Capítulo 4 parte 2

CONTINUANDO! SO PRA SABER COMO BETH ESTÁ SE SENTINDO!

 DEIXEM SEU VOTO E SUA CURTIDA! UM BEIJO

QUE ESTEJAM GOSTANDO!

Santo Deus! O que foi isso? Metido! Que o Diabo o carregue!

Recosto-me na porta devagar, tentando restabelecer a minha respiração. Sinto meu corpo tenso e moído como se tivesse tomado uma surra, e não estou  gostando nada disso.

Tento reprimir um resmungo depois do tal James sair, mas não dá. E faço um som parecido com uma égua brava. Uma espécie de relincho indignado, e chuto um pouco o ar.

Gringo encrenqueiro! Irritante!Por algum motivo, uma insegurança de não ser firme ou convicta o suficiente me bate, e aquilo me deixava ainda mais furiosa.

Sinto-me ferida e insultada, também, como se ele tivesse achado alguma fragilidade que eu queria simplesmente esconder.

Sinto tantas coisas ao mesmo tempo com esse confronto que fico sem ar, e frustrada.

Deixei que ele me intimidasse. Eu até sorri como uma idiota!Eu falhei. Torço que ao menos ele tenha entendido toda minha antipatia natural. Sabia que não precisava conhecê-lo para saber que era um cafajeste.

Mas o que mais me incomoda é que ele se sentiu no direito de tirar com a minha cara.

Presença masculina me deixa sempre um pouco nervosa , é natural. Chego a sentir uma angústia quando se aproximam, e pulo ao menor sinal de contato. Nunca lidei bem com a presença masculina, sempre gostei de brincar de espantalho com os homens  e me sinto contente de permanecer inacessível, em segredo.

Não gosto de ser notada, e a forma como esse gringo me olhava, como se me notasse além da minha compreensão, aborreceu-me fortemente. Principalmente fiquei enlouquecida com as gracinhas que me disse.Conquistador barato, achando que eu cederia dizendo onde Tila está.

Coloco as mãos na cintura, e fico pensando, por um momento, se pareci louca o suficiente. Se ele saiu se sentindo um rato ou um porco chafurdando no lixo. Era essa minha intenção.

Será? Mordisquei um pouco a unha, nervosamente.

Fiquei tentada a jogar borra de café nele em certa altura. Será que ando ficando exagerada e melodramática na minha indignação?? Eu, eu só queria prestar solidariedade a uma amiga e ensinar a esse ricaço metido que certamente deve ser tão sórdido e oportunista quanto o irmão,  que as coisas não são como ele quer. Não se pode obter o quer quiser das pessoas, invadindo a privacidade alheia e fazendo exigências.

Fico com a lembrança dos seus olhos, os olhos mais azuis que já vi, passeando sobre mim, insondáveis, e continuei me perguntando porque, em certos momentos, foi tão difícil ser o suficientemente dura com ele.

Por que não joguei farinha de trigo e ovos  nele e fiz um bolo ruivo no seu cabelo?

Teria sido um bolinho tão fofo, penso...affe!

Se deseja espantar um bilionário, simplesmente na próxima vez, tranque a porta, não é fácil espantar um quando os olhos dele são do tipo que tiram o sossego, e vêem mais do que deveriam.

O modo como vergonhosamente pousei meu olhar sobre os fios ruivos de sua barba por fazer, e como achei seus lábios firmes interessantes, e como aquilo me fez engolir em seco. E pior: acho que talvez ele tenha percebido, para meu desgosto, que olhei para ele com algum interesse.

Falhei, falhei miseravelmente. Não consegui, nesse aspecto, que ele se sentisse um inseto. Olhei para ele como se ele fosse algo gostoso, algo de comer. E eu uma pobre faminta. Droga.

Queria que ele tivesse saído daqui se sentindo um picolé de chuchu, e não uma picanha.

Queria que ele se sentisse como água: insípido, incolor e inodoro..

Mas ele  tinha um  olhar tão perturbador e uma insolência tão grande e devastadora que tive de colocá-lo para correr. Era insuportável a sensação de que ele via algo através de mim, algo que nem eu conhecia, mas que minha feminilidade me apontava como algo perigoso.

Tentei, juro que tentei,  desviar meu olhar dele, mas em certo momento baixando os olhos acabei focando em suas mãos, e vi  que eram fortes, mãos grandes que pareciam ásperas, como as de  um de trabalhador, e me perguntei como um bilionário de Wall Street podia ter aquelas mãos que pareciam pesadas e rústicas, e odiei sentir meu coração bater um pouco mais rápido com a visão daquela mão e o que ela poderia fazer com alguém.

Para quem aprecia controle, como eu, não me saí muito bem.

Balancei um pouco a cabeça, como que querendo afastar esses pensamentos.

Bem, preciso me recompor, o dia está passando. Vou tomar um banho correndo, pegar o resto das coisas e ir embora daqui.  

 Enquanto tomava banho, observo a  cicatriz da palma da minha mão, como se uma linha tivesse sido escrita li, uma linha de dor e de medo, e desejando nunca mais pousar os olhos em alguém que tivesse o poder de me perturbar.  

O banho me recompôs,  e preparo-me rapidamente para pegar a estrada e eu volto a ser eu mesma,  lutando por minha solidão,e querendo chorar por não saber se eu estou certa.

Mas eu não choro. Nunca.

Vou chamar um Uber, pegar Ketchup que já deve estar pronto, segundo o mecânico falou, e partiu Santos.

Tila ficará surpresa de saber que os irmãos biliotralhas safados estão na cola dela. Pelo visto, ela terá de ser forte...O tal Steve não quer facilitar as coisas , e ela vai ter de lidar com o tarado do pai do bebê e contar a verdade mais rápido do que eu imaginava.

Por que não é fácil enxotar esses bilionários?Humpf!