Como Park Jimin destruiu minha vida

Ele me abraçou

Eu me pergunto o motivo de ainda não terem criado um método de você mandar pessoas pra bem longe de você por telepatia, sem que você faça esforço nenhum, mantendo sua sanidade. Ou será que criaram e eu não tô sabendo? Vou lembrar de discutir isso com o Yoongi. Porém, no atual momento, eu estou tentando não surtar com a presença desagradável de Jung Hoseok e Kim Taehyung no meu reino, também conhecido como minha casa.

E como se não bastasse eu já estar suficientemente desesperado com a presença dos dois ali – juntamente com a presença do Jimin –, de repente, ainda veio um cachorro peludo e entrou correndo no meu lar doce lar. A primeira ação que tive foi procurar D.Va com o olhar, ela estava deitada em cima do fogão, sossegadamente, quando o cachorro lazarento deu um latido mais alto que o inferno e acordou minha bebê.

– Faísca! Não faça isso! – Hoseok entrou correndo atrás do cachorro. D.Va fez barulho pros dois. Quando o maldito Jung finalmente agarrou o cachorro fedido dele, minha gata pulou do fogão, correndo desesperadamente pela porta da frente.

– D.Va! – Eu e Jimin gritamos ao mesmo tempo, enquanto saíamos correndo atrás dela.

Eu sempre penso um bilhão de vezes antes de ir até mesmo na esquina, mas, situações desesperadoras pedem por medidas desesperadoras, então nem pensei duas vezes antes de sair correndo pelo prédio afora, com Jimin correndo logo atrás de mim.

– Você viu aonde ela foi? – Ele perguntou.

– Acho que aquele lado! – Apontei, logo nós dois voltamos a correr, continuamos indo e voltando na mesma rua, mas nem sinal dela.

– Jungkook! – Ouvi o chamado de Jimin e me virei pra procurá-lo, segui sua voz, entrando num beco extremamente estreito. – É ela, né?

– Onde? Não tô vendo nada.

– Vem. – Quando me aproximei mais, pude notar o rabinho dela balançando, ela estava escondida debaixo de um monte de papel velho.

– Eu vou pegar ela. – Disse, enquanto me enfiava mais pelo beco estreito.

– Deixa que eu pego, eu tô mais perto. – Eu queria dizer ao Jimin que a bunda dele era grande demais pra ele passar por aquele beco, mas seria muito abuso da minha parte.

Observei Jimin chamá-la, eu realmente achava que não seria uma tarefa fácil, D.Va era uma gata bastante rebelde. Porém, para o meu descontentamento e desgosto, Jimin só teve que chamar mais uma vez pra que ela tirasse sua cabeça de seu esconderijo e corresse até ele, com um monte de pulinhos felizes. Ai, como eu odeio essa gata traidora de uma figa.

Depois de pegar D.Va nos braços, Jimin veio voltando com ela pelo beco, com as costas encostadas à parede oposta à qual eu estava, o que fez com que ele ficasse de frente pra mim, mas estávamos em um lugar pequeno demais pra isso. Jimin estava tão próximo que eu podia sentir sua respiração quando ele riu com as manhas da minha gata. Aquilo fez com que meu corpo fosse forçado contra a parede, eu estava completamente espantado e constrangido com aquela proximidade, mas ele pareceu nem notar.

Suspirei aliviado quando Jimin colocou D.Va em meus braços e riu novamente, como se estivesse tudo normal. De fato, estava mesmo, eu que via coisa demais onde não tinha nada.

– Desculpa pelo cachorro do Hobi, ele é maluquinho.

– Que nem o dono. – Deixei aquilo escapar e me arrependi na mesma hora, mas agradeci por Jimin apenas ter levado na brincadeira e rido.

– Agora vamos voltar antes que aqueles dois destruam sua casa. – Ri pra parecer legal, mas fiquei com muito medo das palavras do Jimin.

Encontramos Taehyung na entrada do nosso prédio, ele encarou a gata, colocou a mão no peito e suspirou aliviado. Involuntariamente, eu sorri, porque ele fazia igualzinho quando estávamos no ensino médio. De alguma forma, lembrar do garoto magricelo e tagarela que Taehyung era me deixou nostálgico. A verdade é que ele não era tão ruim quanto eu fazia parecer, eu acho, mas isso não significa que eu gostasse dele ou quisesse sua presença, não mesmo.