Capítulo 24

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Pensei nisso no caminho para casa e depois que cheguei, almocei e avisei a Felipe que eu iria a casa de minha amiga Juliet pois ela irá embora hoje, eu menti e não menti, isso porque Juliet realmente voltará para casa hoje, mas eu não precisava ir agora me despedir pois ela partirá por volta das três horas desta tarde.
Fiz isso porque depois que Maurício me disse que Felipe me amava, fiquei um pouco constrangida e duvidosa quanto a afirmação, preferi refrescar minha mente e deixar estas questões de lado e com certeza olhar para a cara de Felipe em casa não faria de minha intenção um sucesso.
Sai dali cansada e fui ver Juliet, que me acolheu e depois que falei isso, ela disse que concordava com "o tal Maurício" e disse que eu poderia me deitar para descansar um pouco, eu não aceitaria, porém estava tão cansada que acabei desabando na cama e cochilando.
~
Alguém me cutuca levemente e chama em meu ouvido como uma mãe:
- Luísa, querida amiga, estou de partida.-
Levanto minha cabeça, com prováveis olhos inchados e cara amassada.
Meio grogue respondo:
- An?
- Já estou de partida.- suavemente ela diz.
Me acordo e levanto em um pulo.
Ah meu Deus, que vergonha, eu vim visitar minha amiga em seu último dia na cidade e acabo dominando sua cama e dormindo toda esticada e nem deixei a dona que está de partida e grávida descansar.
- Ah, me perdoe amiga, dominei completamente sua cama e não deixei que descansasse.
- Não se preocupe, descansei no quarto ao lado e pedi para que a criada me chamasse quando a hora de ir estivesse chegando.
- Menos mal.- falo sorrindo corada.
E ela ri.
Descemos os degraus e depois de passar pela sala, atravessamos o portão, lá ela me oferece uma carona e como o sol está muito quente, acabo aceitando e agradeço.
Conversamos algumas coisas no caminho até minha casa e quando chego me despeço.
- Tchau amiga, tenha uma ótima viagem- digo em um abraço apertado.
- Tchau amiga, se cuida. Vê se cria juízo nessa cabecinha e saiba que estou torcendo por você sempre.
- Digo o mesmo. Espero que esta criança venha com saúde. E que você volte logo.
- Você que irá para minha casa, para o batizado de meu bebê o qual você será madrinha.
- Com muito gosto.- falo com um sorriso honesto no rosto.
Nos despedimos e depois de algumas lágrimas e abraços apertados, a carruagem parte e eu entro em casa.
Procuro Felipe e não o encontro nos cômodos.
Acabo achando-o no seu escritório particular e como são quase quatro horas, resolvo acorda-lo, pois aquela posição parece bem desconfortável.
Chego lentamente e com menos barulho possível perto dele, inclino levemente meu tronco e deixo minha boca perto de seu ouvido e sussurro:
- Felipe? Felipe?- ele só geme ressentido por não querer acordar.- Não é melhor você dormir em sua cama, deve estar bem mais confortável do que esta cadeira.- ele abre os olhos, me vê e diz:
- Deve mesmo.- e sorri sonolento. Levanta e vai até o quarto.
Depois disso, resolvo pegar um livro para ler na escada no jardim.
O livro era tão empolgante que acabo por ler todo ali e naquele mesmo dia, ao entrar olho a hora e vejo que são quase oito horas e que na casa não há sinal de Felipe. Puxa! Que sono pesado! Até porque eu atravessara o quarto para chegar ao meu anexo e ele nem acordou quando eu sem querer bati a porta ao passar.
Abri meu guarda roupa para escolher um vestido leve e peguei um azul céu sem muito volume. Fui me banhar para o jantar e depois que vesti-me fui chamar Felipe.
Sento-me na cama ao seu lado e o chamo bem baixinho.
Ele acorda e quando olha para mim fala:
- Eu morri?
- O que?- pergunto sem entender.
- Estou começando a ver anjos agora.- abro um largo sorriso e ele sorri também.
- Vamos, o jantar já está quase pronto.- levanto me, mas antes que eu possa sair, Felipe segura meu braço levemente e eu paro, olho para ele.
E é só isso. Trocamos olhares. Ficamos encarando um ao outro e não parávamos de olhar e isso durou quase dois minutos (quem sabe mais).
Ele resolve quebrar o silêncio:
- Está realmente bonita.- e sua face está séria e os olhares estão concentrados em meu rosto.
Eu não consigo ter reação, sua mão está na pele de meu braço, seu olhar ardente está sob minha face e ele acaba de me elogiar com uma ardência e urgência na expressão e na voz.
Me perco em meus pensamentos e acabo murmurando:
- Eu amo você.- sussurro.
- O que você disse?- pergunta ele.
- An... Nada!
- Ah, tudo bem.- ele se levanta e solta meu braço.- vamos jantar.- e ele sorri.
- Vamos.- digo com um sorriso fraco. Ele me oferece o cotovelo de um modo teatral e eu sorrindo agora com mais sinceridade passo minha mão em volta dele e começamos a caminhar até a sala de jantar.
Ao chegar lá, sentamos à mesa e nos deliciamos de um saboroso assado, batatas cozidas, arroz e como sobremesas torta de morango e torta de chocolate.
Enquanto comíamos, Felipe começou uma conversa.
- Então o que você acha sobre o que terá amanhã?
- Bem, não acho nada. Até porque não conheço ninguém, exceto Thomás.
- Mas irá conhecer. A senhorita Naomi é uma moça muito simpática, acho que se darão bem. E Thomás poderá conhecer a prima de quem tanto falo.
- Nossa, ela deve ser uma garota excepcional pelo jeito que você fala, seus olhos chegam a brilhar. E presumo que deva ser bonita...
- Bonita? Bonita era apelido para ela.
- Hm.- já não gostei dela.
- Eu me lembro- começa ele rindo- que eu fui perdidamente apaixonado por ela.
- Interessante.- digo enquanto mexo sem animação o garfo em meu prato.
- Entretanto, não sei como ela está hoje, faz dez anos que não a vejo, éramos crianças que adoravam brincar quando a vi pela última vez antes de se mudar de vez para a Rússia com os pais.
- Ela parece ser uma ótima garota.- minto.
- Thomás também não a conheceu porque na época não morava com sua família aqui, eles moraram em Londres, os pais dele, irmã de meu pai e esposo, conheceram a tia Justina e tio Eldred, irmão de minha mãe e esposa, quando Naomi era apenas um bebê. Um ano depois que ela foi embora, Thomás chegou e ficamos muito amigos desde então.
- Mal posso esperar para conhecer todos.- há uma falsa animação.
- Todos chegam por volta das oito como bem sabe...
- Eu convidei mais uma pessoa se não for problema...
- Não, está tudo bem. Quem você chamou?
- Maurício.
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Sério que a Luísa tá convidando o Maurício? 😱
Essa recepção vai ser... nem sei o que vai ser... primos distantes, primos próximos, parentes estranhos e o Maurício no mesmo teto que Felipe.
E por que motivos Maurício aceitou? Ou melhor, aceitou?
Isso será amanhã.
Bye Bye!
😆

Como perder um Marquês (TRONNOS-1)Onde histórias criam vida. Descubra agora