Capítulo 41

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- Tarde demais coisa alguma! Ela está bem! Chamamos o Doutor Moraes, temos apenas que chamar a polícia para prender o patife do seu pai, sem ofensas.
- Não me ofendeu. Já chamamos as autoridades, já devem estar a caminho. E você disse que Luísa está bem? Toda vez que vejo sangue é porque as coisas não vão tão bem assim. Me diz o que está acontecendo com ela, Felipe! A verdade.
- Seu pai rasgou a pele de Luísa e só Deus sabe mais o que com uma faca de cortar carne e peixe e agora ela não para de sangrar, temo estar com alguma hemorragia e aí sim, as coisas não irão nada bem. Ah, e só para finalizar, ela está desacordada.
- Isto eu percebi.-fala uma nervosa Naomi (ansiosa e brava também).
- Eu só não entendi o motivo de Eldred ter feito isso... Ele tentou algo contra Luísa alguma outra vez?
- Am...
- Tentou!- fala Maurício.- É claro! Como fui tonto a ponto de não perceber? Ela me falou há pouco tempo que Eldred estava agindo estranho com ela e carinhoso demais.
- E você só vem me contar isso agora? Um homem estava deixando minha esposa desconfortável por ser carinhoso demais e você só me diz neste minuto?
- Escute, eu não tenho culpa se ela não conta as coisas para você, porque você está ocupado demais com sabe se lá o que! Toda vez que ela falava com você, a única coisa que você sabia responder era que estava ocupado demais, que iria sair para resolver assuntos importantes... quando na verdade a coisa mais importante da sua vida estava na sua frente esse tempo inteiro! Será que você não percebe que ela te ama intensamente? Você é mentalmente afetado ou o que?
- Olha eu só não te bato porque você me ajudou para caramba hoje e também... porque você falou a verdade.- baixo minha cabeça em derrota, sei que fui um péssimo esposo para Luísa e sei que a única parte que ele talvez tenha exagerado um pouco foi quando ele disse que ela me ama intensamente... Na verdade, eu a amo assim e por amá-la, deixarei que parta o mais breve possível.- Você me ajudou muito hoje. Obrigado mesmo.- estendo minha mão esperando que ele aperte, porém ele me encara e quando acho que ele irá ignorar, ele me puxa para um abraço e um tapa nas costas.
- Você é como irmão. Nunca mais aja como um idiota.- ele diz.
- Nunca mais, mas me prometa não agir como um delinquente que rouba esposas.
- Prometo.-
Nos soltamos e nesta mesma hora chega o Doutor Moraes. Naomi que estava ajoelhada ao sofá perto de Luísa e chorando se afasta para que o médico possa examina-la e eu chego mais próximo de minha amada e volto a segurar com mais força sua mão.
Alguns minutos depois de avaliar toda a situação, Mauro Moraes fala o que observou.
- Não é profundo.- respiro aliviado.- Não há hemorragia alguma- mais um suspiro aliviado.- Suturar irá resolver, embora ela tenha perdido muito sangue. Terá repouso o dia inteiro e não poderá realizar movimentos bruscos por algumas semanas, mas ela está fora de perigo, se manter-se sem muita movimentação. Nada de viagens. Nada de correr. Nada de carregar peso.
- Está bem. Ela não fará nada disso nem tão cedo.
- Providencie que ela se hidrate o máximo possível.
- Estarei atento quanto a isto.- ele pega sua maleta e tira os materiais necessários para 'costurar' a pele de minha esposa e assim o faz. Ela se mexe um pouco desconfortável, mas não parece presenciar a dor justamente por estar desacordada.- Muito obrigado, Doutor Moraes.
- Não foi nada. Luísa é um doce de pessoa e merece se curar logo, mas me conte como isso aconteceu.
- Não é uma história nada agradável.
- Nem tudo na vida é um mar de rosas.
- Bem...- conto tudo que aconteceu.
- Que barbárie! Um homem terrível que merece no mínimo uma prisão imediata.
- Estamos aguardando isso.
- Bom, boa sorte com tudo. Ela deve acordar nos próximos minutos e você deve mantê-la segura e confortável.
- É uma promessa.- levo o doutor até a porta e agradeço mais uma vez e o convido para qualquer dia desses nos fazer a honra de sua visita para um jantar.
Em poucos minutos a polícia chega e está na hora de resolver tudo para colocar o Eldred na cadeia, que é o seu lugar.

Maurício vai até o delegado e os dois policiais que o acompanha.

- Pode deixar que cuido disso, Felipe.- fala enquanto me levantava.- Fique com Luísa, aliás, creio que seja melhor coloca-la para descansar no quarto.

- Você está certo. Muito Obrigado, Maurício. 

- Não há o que agradecer.- ele dá um sorriso cansado.

- Está muito tarde para que volte para casa, se sentir a vontade, ficarei lisonjeado de hospedá-lo em minha casa. Arranjaremos um quarto para você imediatamente.

- Agradeço, mas acho que não será necessário.

- Sendo assim, virá amanhã nos visitar.

- Com certeza.

- Foi uma afirmação.- abro um sorriso e ele também. Tenho quase certeza que recuperei meu melhor amigo e dou graças aos céus por isso.

Levanto Luísa e a aconchego em meu colo, sua cabeça pende em meu peito e se aninha ali ainda desacordada quando começo a subir os degraus da escadaria principal e quando vejo a face daquele anjo adormecido, percebo quanta sorte eu tenho por tê-la na minha vida e fazê-la mais alegre, desafiadora e reservada sem nenhuma ida ao bordel.- exceto aquele fatídico dia- Ela é tão linda e delicada, seus traços me causam arrepio e uma sensação maravilhosa habita em mim, me sinto completo, como se algo faltasse em minha alma e agora, com ela ali em meu colo, tudo parecia completo. Quero que fique bem, protegida e feliz, quero colocar suas necessidades a frente da minha, pois sinto que ela é mais que eu. Eu a amo. Intensamente. Ardentemente. Loucamente. Almejo gritar isso para que todos saibam e mais ainda desejo contar aos sussurros em seu ouvido para que ela escute, absorva meu sentimento e reflita em seu coração, quem sabe, com o tempo ela passe a me amar também. Sei que é impossível já que é a Thomas que o coração dela pertence, mas o meu cogita a possibilidade contrária, o meu diz que é a mim que ela ama, que a recíproca é verdadeira. Abro a porta do quarto de Luísa e a coloco na cama de casal dela cuidadosamente e neste exato momento seus olhos entreabrem, forçando ver o bruxulear das velas vindas dos castiçais.

- Oi! como está se sentindo?- sussurro ao seu lado, me abaixando e sentando na cama ao lado de seu corpo.

Ela grunhe em resposta.

- Está com dor?

- Humrrum.- ela grunhe e balança a cabeça positivamente.

Vou até o criado-mudo perto da cama e coloco em uma colher, o líquido negro do frasco de vidro que indica ser um xarope para dor. Sento-a na cama e dou a colher na cama, ela faz uma careta ao engolir o líquido e a ajudo a deitar-se novamente. 

- Você deve descansar.- vou em direção ao meu quarto- que é anexo ao seu- e quando chego à porta, ela me faz parar, falando com a voz grogue e repleta de dor:

- Fica. Por favor.

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OI mais uma vez.

O livro já está acabando (😭)

Mas se você gostou desse, então tenho uma novidade:

Terá continuação!

Outros personagens cativantes vão aparecer na série TRONNOS e quem sabe até mesmo Luísa e/ou Felipe não aparecem também para não nos deixar cm saudade?

Contagem regressiva:

4

😆

Como perder um Marquês (TRONNOS-1)Onde histórias criam vida. Descubra agora