Capítulo 14

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Pov Neymar

Minutos depois, ela voltou para o quarto, Sophie estava chorando. Eu fiquei na sala. Não adiantaria nada ir até lá, se eu só podia olhar e não podia carregar a minha filha no colo. Uma hora depois resolvi subir, meus olhos estavam pesados e eu estava caindo de sono. Subi as escadas, e ao entrar no quarto, vi Bruna deitada com Sophie na cama, a menina dormia e Bruna fazia carinho em seu rosto, enquanto falava algumas coisas, coisas que eu não conseguia ouvir. Bruna me olhou, mas logo voltou sua atenção para o bebê, eu entrei no banheiro, escovei os dentes, e depois sai. Tirei a bermuda e vesti uma calça de moletom. Me aproximei da cama e fiquei parado. Bruna me olhou novamente.

-Algum problema se ela dormir aqui? -Perguntou ao perceber que eu permaneci parado e olhando para elas.

-Nenhum. Eu só... Bom, queria saber se eu poderia dormir aqui. -Falei. Ela continuava me olhando.

-Bom, esse ainda é seu quarto, e essa ainda é sua cama. -Ela respondeu. Agora seu olhar era vago. E sua voz baixa. Balancei a cabeça e me sentei na cama, para depois deitar com cuidado, para não acordar, Sophie. Segurei a vontade que estava de pegar aquela garotinha, ela era um anjo. Bruna ainda me olhava.

-Posso carrega-la? -Perguntei outra vez. Bruna olhou para a menina e depois para mim.

-Ela está dormindo. -Respondeu. A olhei por alguns segundos.

-Eu... er... -Suspirei. Eu ia falar que ia carrega-la com cuidado. Eu só queria te-la em meu colo. Mas preferi aceitar o fato. -Tudo bem. -Dei um sorriso forçado e me virei fechando os olhos. Por favor, só faltava eu chorar. Bruna se mexeu inquieta na cama. Ela queria falar alguma coisa, eu a conhecia muito bem. Mas os minutos seguintes foram silenciosos. Até eu ouvi um suspiro.

-Ela é linda, né? -Me perguntou. Sua voz era apreensiva. Mas eu fiquei calado. Bruna se mexeu outra vez, e o silêncio voltou. -Você não quer falar? Está dormindo? -Perguntou outra vez.

-Não estou dormindo, mas quero dormir. A viagem foi cansativa, e o dia foi péssimo. -Respondi. Bruna fez um barulho com a boca. E eu abri os olhos e me virei para olha-la. -Sim. Ela é linda. -Respondi a sua pergunta anterior. -Pena que não posso carrega-la. -Sussurrei. Bruna me olhou. Meus olhos estavam a ponto de transbordar de lágrimas. E minha voz saiu embargada. Bruna levantou a mão e tocou em meu braço.

-Ela está dormindo. Mas você pode toca-la levemente. -Ela disse. -Desculpa, Neymar. Eu fui dura com você hoje. Mas eu estou magoada com você. Eu fiquei com medo de perder, Sophie. E acabei culpando você por não está comigo quando eu precisei. Porque era isso que eu mais queria, eu queria você aqui. Eu me senti tão sozinha. -Suas palavras carregavam mágoa, e tristeza. Mas suas desculpas eram sinceras. Toquei seu rosto com a ponta dos dedos.

-Você não precisa pedir desculpas. Sou eu quem tem que fazer isso. Você sabe. Eu jamais me perdoaria se Sophie não estivesse aqui. Eu prometi para você que estaria aqui. Me desculpe. -Pedi. Sophie começou a se mexer em nosso meio, seus pés pareciam chutar algo e eu sorri, Bruna também.

-Ela vai acordar, sempre acorda a essa hora para mamar. -Falou. -Você pode carrega-la, se ela não acordar dando show. -Riu de sua própria frase. E eu sorri.

-É o que eu mais quero. -Falei. Sophie abriu os olhinhos e seus pés não paravam um segundo.

-Sua filha não para de chutar, olha o que ela fazia dentro de mim. -Ela pegou a menina com cuidado e me entregou. Carreguei Sophie, ela era um anjo. Beijei suavemente sua testa. Bruna nos observava. Só de pensar o que poderia ter acontecido. Me sinto cada vez mais culpado. Segurei sua mãozinha e ela apertou meu dedo. E a mesma sensação linda, se repetiu.

-Me desculpe, Sophie. Me desculpe, pequena, por não estar aqui. -Passei a mão em sua cabeça, enquanto sussurrava baixinho. -Eu já te amo tanto. -Lhe dei um beijo na bochecha. Ela me olhava atenta. Lágrimas já caiam livremente. -Bruh... por favor, me desculpa. -Eu quase implorei. Bruna também tinha lágrimas nos olhos. Ela se aproximou de mim, e tocou meu queixo com a ponta dos dedos, trazendo o meu rosto para perto. Seus lábios tocaram os meus suavemente, o beijo era calmo e cheio de saudades.

-Não se culpe... Porque eu não quero culpar você. -Murmurou ao finalizar o beijo. -Agora está tudo bem. Tá bom? -Perguntou. Eu não disse nada, apenas descansei a cabeça em seu peito, enquanto ainda carregava, Sophie. A garotinha começou a chorar. -Ela quer mamar. Eu avisei que ela faria um show. -Comentou. Eu lhe entreguei a menina. Bruna a ajeitou em seu colo, e logo colocou um dos seios em sua boca.

-Ela é tão inquieta quanto você. -Falei. Bruna me encarou.

-Alguma coisa ela tinha que puxar para mim. Já que ela é mais parecida com você.

-Mas tinha que ser logo o gênio? -Perguntei divertido.

-Tem como eu ficar mais feliz? -Ela riu.

...

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