momentos congelados┋michaeng. twice.

half two

o veículo se acelerava à medida em que os batimentos da mais nova o faziam. mina acelerava cada vez mais, e os olhos de chaeyoung já estavam espremidos. era como se o coração da menor quisesse rasgar seu peito e desacelerar aquela moto. os dedos delicados já possuíam suas pontas esbranquiçadas pela força que era posta sobre a jaqueta preta de couro que mina vestia.

mina pensou que a namorada estivesse se divertindo, mas, quando olhou para o espelhinho à sua direita, percebeu que seus olhos estavam fechados em desespero. ela freou no mesmo instante.

- princesa - sussurrou, deslizando sua mão por cima da dela, que ainda segurava sua cintura. - abra os olhos, meu amor. nós já paramos - tentou acalmá-la, brincando com seus dedos.

- me desculpe - pediu, ainda sem abrir seus olhos. foi o fazendo aos poucos, vislumbrando o local em que haviam parado.

tons róseos pincelavam o céu com sutileza, criando um nuance mágico com o laranja rente ao horizonte. a poucos metros da calçada em que estavam, a areia clara era banhada pelo rio azul e imenso. aquela visão acalmou chaeyoung.

uma movimentação a tirou de seu transe. mina havia passado uma perna por sobre a moto, sentando-se de lado para observar a praia. chaeyoung usou da oportunidade para observar mina mais uma vez. sentindo o olhar de chaeyoung sobre si, a maior virou-se rapidamente, e elas se tocaram sem sequer entrar em contato.

elas tinham esse poder uma sobre a outra. podiam causar sensações físicas até mesmo quando o que ocorria entre elas não passava de algo emocional. sem toques, sem beijos, sem abraços. elas simplesmente sentiam uma à outra com o olhar e palavras de carinho.

os lábios se encontraram mais uma vez. mas nunca, em nenhum beijo durante os dois anos, seis meses e treze dias de namoro, o contato tinha esse tipo de sentimento.

era como se elas pudessem sentir muito mais do que apenas uma à outra. era como se chaeyoung encontrasse o rosa do céu nos lábios de mina, e ela encontrasse o doce da água do rio nos lábios de chaeyoung. como se a brisa acrescentasse fôlego a elas, apenas para que aquele puro e significativo beijo tivesse mais duração.

ao tocar o rosto morno de chaeyoung, mina sentiu a maciez das nuvens na epiderme da amada. acariciando os cabelos de mina, ela se sentiu tocando dentes de leão em um vasto e verde campo pacífico.

naquele momento, elas eram parte de tudo, eram o tudo e faziam o tudo. completavam o céu, a brisa, as ondas. mas, acima de tudo, completavam a si mesmas.