4. Curvando-se diante do seu coração frio

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Suho se sentia em um misto de sentimentos desde o dia que a Rion invadiu a sala de maquiagens deles. Um deles era um novo olhar para a Ally. Sua guarda costas 24/7.

Não sabia bem o que sentia, contudo era fato que não tirava ela da cabeça a cada momento que tinha vago e sempre que a via em casa, mesmo que de relance, sentia seu peito estremecer.

Nunca tinha sentido isso antes, era novo, era surpreendente.

Ela agiu de um jeito assustador com a sasaeng, porém funcionou. Ele não soube bem o que ela fez depois que saiu com a garota, mas nas três semanas seguintes, não havia nem sombra dela, Rion desapareceu.

Os garotos também passaram a se acostumar com Ally em casa e depois do Comeback cheio de atividades, a presença dela, mesmo que de canto, meio distante, quase imperceptível era comum e normal, ele sentia falta quando não sentia o olhar dela sobre eles, sobre ele...

No dia seguinte ao episódio da Rion ela veio para ele e explicou que mandou a garota para casa com uma boa lição de casa para fazer, Suho não entrou em detalhes, mas ao menos ela estava viva. Vindo da sua guarda costas já esperava tudo...

Pesquisando sozinho em fontes quase ilegais, descobriu que ela já tinha inclusive trabalhado na Casa branca em alguns eventos, já tinha suas dúvidas, mas acabou tendo certeza que ela realmente não era uma guarda costas comum, Channy esteve certo, ela era bem mais do que isso, era militar demais para ser comum.

Suspirou e olhou para o teto do quarto, sentia a falta do Sehun, agora que dormia sozinho... E tinha desejos menos louváveis agora também, como ir até o quarto dela...

Sabia que se não tivesse motivo iria ser expulso sem pena, o que ela tinha de eficiente tinha de frieza.

Suspirou tentando dormir de novo, afinal o dia seguinte seria lotado de atividades, quando a porta do seu quarto abriu subitamente e pela luz do abajur viu um Sehun pálido entrar assustado e correr para os pés da sua cama:

— Young... Y-young...

— O que houve?

Suho se ergueu preocupado, mas antes que ele dissesse algo, sua porta foi aberta novamente e a mulher que agora povoava as sombras ao seu redor e seus sonhos mais impronunciáveis entrou no quarto também, vestida de blusão negro e pernas nuas... Eram tão longas... Ele mordeu os lábios xingando a si mesmo em pensamentos e então reparou que ela trazia uma espada curvada nas mãos, pequena, de lâmina larga e encarava Sehun com um sorrisinho de lado:

— Veio se esconder com seu líder, Sehun?

— Desculpas Ally-ah... Eu só vi e achei que...

— Não pode mexer em nada no meu quarto, garoto - Ela disse baixa, de olhos fixos nele, indo até a cama e puxando o cachecol que ele usava, estava bem frio aquele dia. Sehun ainda não estava pronto para dormir, o que estava acontecendo?

— Ally?

Perguntou confuso, mas ela apenas jogou o cachecol no ar e em um movimento fluido e rápido da lâmina - que fez um som de tintilar bem baixo que arrepiou sua pele - Ela cortou em dois o cachecol dele que caiu partido no chão:

— Um erro seu e seria sua mão, seu tolo. Sabe como minhas armas são afiadas? Nunca brinque com elas, entendeu!?

— D-desculpe A-ally-ah...

— Se quiser eu te mostro como usá-las, mas tem que ser segredo, eu tenho porte de armas, mas você não, elas estão carregadas e são fatais, isso não é tiro ao alvo de brinquedo.

Eles se encararam diante dele, no seu quarto e então ele entendeu.

Sehun entrou no quarto dela e mexeu em uma daquelas armas presas na parede, ele já tinha visto de relance, ela fez do quarto da empregada um quartel minúsculo armamentício. Havia um catre - Ela não dormia em cama - Uma cômoda e acabava ali os móveis, havia espadas, facas na parede e caixas que ele sabia que deviam ter no mínimo fuzis dentro. Baek dizia que se tivesse o apocalipse Zumbi em Seul agora, eles seriam os únicos civis que sobreviveriam de verdade.

Sabia ser brincadeira - O assunto zumbis - Mas a verdade era que até aquilo era segredo, foi um dos únicos pedidos dela, ele não sabia bem o porquê de ter um dos cômodos do seu dormitório tão perigoso, mas ela tinha salvo sua pele, ele lhe devia um voto de confiança. Fosse para que fosse.

E então ela acabou rindo baixo e se sentou na cama ao lado do Sehun cutucando uma das bochechas dele:

— Garoto curioso!

— Eu não sou um garoto! Sou adulto já, Ally-ah!

Ele disse resmungando, ela riu e arqueou as sobrancelhas:

— É mesmo, me mostra o adulto então porque eu só vi o garot...

E ela e Suho ficaram mudos e surpresos quando Sehun do nada empurrou ela para a cama e a beijou em menos de um segundo.

O tempo pareceu suspender e Suho arregalou os olhos chocado com a cena, a ousadia do maknae e acima de tudo com o excitamento que aquilo lhe causou, ele a beijava na sua cama!

Então a porta se abriu outra vez e uma voz irônica soou divertida:

— Começaram sem mim?

Suho olhou para Baek de braços cruzados e fechou os olhos, estavam ferrados, só isso, ferrados!

Twenty FourOnde histórias criam vida. Descubra agora