CAPÍTULO 01 - MEDO, VERGONHA E TESÃO

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Acordei sentindo maior tesão. Estava frio, não sei que horas eram. Donny não estava do meu lado. Demorou um pouco para eu perceber que ele estava chupando meu pau.
_Bom dia - eu falei com um sorriso sem graça na cara levantando a coberta.

Adonis se assustou e largou meu pau, deitou do lado de minha perna com a cara enterrada na cama.
_Bom... Dia... - disse ele com vergonha.
_Pode continuar - falei sorrindo ainda.
Em resposta ele balançou um não com a cabeça.
_Vem cá então - o propus puxando levemente seu ombro. Ele balançou a cabeça novamente fazendo sinal de não.
_Ontem você não tava com essa vergonha toda - o disse - pedi para eu met... - Adonis pulou encima de mim com o rosto escondido em seu cabelo, pondo a mão na minha boca para eu não completar a frase. Eu gargalhei e ficamos lutando: ele para tapar minha boca e eu para tirar suas mãos e desvelar seu rosto.

Eu ria. Consegui dominá-lo, me virando e me deitando sobre ele, segurando seus braços com uma mão e tirando o cabelo de seu rosto com a outra mão. Logo percebi que ele não estava só envergonhado, estava chorando.

_O que... O que foi? O que é isso tudo, hein? - o perguntei. Ele apenas virou o rosto em resposta, não conseguiu falar o que tinha, não queria falar. Eu insistia sem entender. Até perder a paciência e me levantar para tomar banho. Quando saí do banheiro ele não estava mais em casa. O que me deixou furioso e sem entender direito o que tinha acontecido. Peguei o celular para ligar para ele, e havia uma mensagem grande dele. Pedindo desculpas... Dizendo que ainda não conseguia me encarar fazendo aquelas coisas, que era difícil para ele. Me perguntou se poderia dormir comigo à noite. Eu respondi sim, mas estava muito decepcionado. Eu não entendi muito o que aconteceu... Só sabia que ele estava com muita vergonha... Na noite anterior ele não parecia ter vergonha alguma.

Fui para o trabalho e não conseguia tirar isso da cabeça. Meus colegas mal falavam comigo, talvez por eu estar com cara emburrada e de mal humor... Eu tentei ficar tranquilo mas não consegui, sinceramente o comportamento de Adonis às vezes me deixa furioso.

No almoço fui em um restaurante próximo ao escritório. Eu gostava do ambiente de lá, fui na tentativa de relaxar. Mas eu estava frente à outro problema... Eu estava sendo seguido desde quando saí do trabalho. Não queria olhar para trás para não assustar meu perseguidor, até porque eu queria emboscá-lo... E se você acha que eu poderia o despistar, bem, não era de meu feitio.

Entrei à esquerda em um beco e aguardei ele passar. Eu só consegui notar sua roupa clara, então se alguém passasse e se enquadrasse na aparência dele, eu iria partir para cima. Todavia ele demorou de aparecer, então eu saí me virando para o lado que ele estava me perseguindo, mas ninguém se enquadrava nessas características. Foi então que eu ouvi por trás alguém falando:
_Estou aqui!
Impossível. Ele havia me emboscado. Quando me virei tive outra surpresa, era o Guilherme.
_Você... - disse mostrando meu ódio no rosto.
_Ora, ora, ora... Veja só quem eu encontrei por aqui...
_Cala a boca, você está aqui intencionalmente Guilherme... Eu sei disso. O que quer comigo.
_Paul meu amigo, não seja tão direto, eu sei que você é um bom diplomata... Quando quer. Bem... Olha só já qie estamoa aqui, quase a sós... Sem muita gente na rua, acho que tenho sim alguma coisa a dizer... Eu soube que você e Pequeno Donny voltaram, não é?
_Não o chame assim!? - o avisei raivosamente.
_Então, eu fiquei um pouco surpreso que meu plano tenha dado certo, não que eu espere de você algum agradecimento... Pra ser sincero não imaginei que ia dar certo... Não imaginei que ele ia ser tão tolo em manipular um clonazepam mais fraco e misturar com álcool para aparecer na sua casa totalmente indefeso. Imagino até a cena... Deve ter parecido um bonequinho... Ele é um fofo.
_Eu não quero que você fale assim dele - Dei um passo pra frente com ódio na cara, para o intimidar.
_Calma, calma - ele falou rindo - nós sabemos que são só palavras. Mas sabe, ele ficou muito mal quando você terminou com ele... Ele estava inconsolável... Não trabalhava direito, não estudava direito... Ficou sem comer por uma semana!
_Como? - o disse em tom de surpresa.
_Isso mesmo! Eu dei comidinha em sua boquinha, dei banho... Ele às vezes não se mexia, como um boneco. Mas não consegui tocá-lo... Sou respeitador, sabe? E ele confia em mim... Foi tão belo e triste ele ter chorado tanto... Por dias... Chorou no meu ombro, nos meus braços, na minha coxa... Juro que eu me controlava para não possuí-lo, aquela cena toda, e ele indefeso e incontrolável, fazia meu pau doer...
Fui para cima de Guilherme para batê-lo, mas ele foi mais rápido em me dar um soco muito forte no estômago. Eu caí de joelhos. Ele se aproximou de mim...

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