Capítulo 2

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Marcos, Ângela e Vítor chegaram a Gramado por volta das nove da noite e se encantaram com a ambientação natalina da cidade de estilo europeu. Tudo era novidade até mesmo para o jornalista, que havia viajado bastante por todo o mundo, porém, sempre evitara os destinos românticos.

― Olha, amor, eles já estão adiantados para o Natal desse ano ― Marcos comentou quando o táxi que os levava passou por uma rotatória com uma árvore de Natal de seis metros de altura.

― Nós é que estamos atrasados. Eles estendem a decoração e os eventos de Natal para os turistas que não podem viajar em dezembro.

― Uma bela jogada comercial.

― Não, é maravilhoso!

Marcos riu do olhar infantil da esposa, enquanto Vítor dormia tranquilamente no seu colo, alheio a tudo e sem imaginar onde estavam.

― Me desculpe, querida, esqueci que você é uma criança presa no corpo de uma adulta. Só me prometa que não vai sentar no colo de algum velhinho safado vestido de Papai Noel.

― Claro. Desde que você fique bem longe das garotinhas vestidas de Mamãe Noel. Falando nisso, eu não entendo porque o Papai Noel, sendo um velhinho, vive cercado de menininhas de top e saia curta. Para o seu próprio bem, não se aproxime delas.

― Combinado, senhora! ― Marcos bateu continência para ela. Ângela encostou a cabeça no ombro dele e bocejou. A maratona do casamento a tinha cansado, e apesar de estar empolgada com a viagem, queria mesmo tomar um bom banho e descansar.

O hotel parecia uma grande casa de campo, com telhados em vários níveis diferentes, fachada em tom de areia e janelas com moldura de madeira. Eles foram muito bem recebidos, e somente quando outro casal em lua de mel chegou para fazer o check-in, Marcos notou a diferença no atendimento. Isso porque logo na entrada eles foram recebidos com champanhe e informados que, além da decoração romântica com pétalas de rosas, havia velas aromáticas ao redor da banheira, com sais especiais, e uma nova garrafa de champanhe acompanhada por um cesto de frutas esperando por eles em seu quarto.

Ângela notou que Marcos tinha se irritado, e caso não tivesse percebido, assim que entrou no elevador, ele manifestou sua indignação:

― Você viu aquilo?

― O quê?

O outro casal entrou no elevador, interrompendo a resposta que viria a seguir, e ali mesmo começou as preliminares, trocando carícias não tão inocentes e sussurrando promessas no ouvido um do outro. Marcos e Ângela assistiam à cena, espremidos no canto; ele, irritado, e ela, se segurando para não rir.

Quando o elevador parou, no quarto andar, Marcos pigarreou e o casal parou de se beijar, disparando pelo corredor sem olhar para trás. Ao ver onde eles entraram, e olhando para o número da chave do seu quarto, o jornalista não escondeu sua exasperação:

― Que ótimo! Vamos ser vizinhos desses dois.

Ângela tossiu para esconder a risada que escapou enquanto ele abria a porta para eles entrarem em sua suíte de lua de mel.

O quarto era amplo, possuía uma pequena cozinha com pia e micro-ondas, sala de estar, e um espaçoso banheiro com uma grande banheira de hidromassagem cuja vista dava para as montanhas. Móveis rústicos de madeira abrigavam vasos de hortênsias azuis e lilás, e a cama possuía dossel e lençóis florais em tom de lavanda. Lustres de bronze e abajures estavam espalhados por todo lado, e um berço de madeira havia sido instalado ao lado da cama.

Cinco Anos - Os desafios da vida a dois (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora