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Depois do almoço do dia seguinte, fui até o campo do PSG com Neymar. Enquanto eles treinavam, fiquei sentada na lateral do campo, no gramado mesmo. Neymar ficava se exibindo para mim, na zoeira.

Depois do treino, os jogadores foram para os vestiários. Fiquei mexendo no Instagram enquanto esperava Neymar.

Vinte minutos depois, ele vem ao meu encontro.
- Maninha, e aí, gostou? - faço que sim com a cabeça. - Ah, esses aqui são Draxler, Mbappe e Meunier. O Daniel e Thiago você já conhece.

Cumprimento cada um deles.
- E aí, a gente vai pra onde?

- Vai ter uma festa hoje, e a gente tá pensando em ir. Topa?

- Já tô até lá. - falo, rindo.

Fomos para casa e ficamos de encontrar com o resto dos caras na casa do Meunier para irmos juntos.

Começo a me arrumar. Coloco um vestido preto mais colado e um salto não muito alto. Deixo meu cabelo solto, já que ele está mais curtinho, e faço uma make de balada, com direito a batom vermelho e tudo o mais.

Quando fico pronta, Neymar já está me esperando. Quando ele me vê, o queixo dele cai. Começo a rir.

- Cuidado pra não babar, bestão. - ele fecha a boca e ri.

- Bixo, eu tô ficando velho.

Neymar dirige até a casa de Meunier. Somos os últimos a chegar.

- Já não era sem tempo. - reclama Draxler, de brincadeira. Ele segura a mão de sua noiva, Diane.

- Culpa da Beatrice. Nunca vi demorar tanto tempo pra se arrumar. - fala meu irmão.

- Ei! Pra ficar gata assim dá trabalho, viu? - digo, dando um tapa no braço dele, de brincadeira.

- Vamos, galera? Senão quando a gente chegar lá a festa já vai ter acabado. - fala Meunier.

Fomos em dois carros. Draxler e Diane foram em um, e o resto de nós fomos no carro de Neymar. Meunier decidiu pegar carona com Neymar porque queria beber essa noite. Já Mbappe, porque ele é muito novo para dirigir, só tem 19 (a idade mínima na França é 21 anos).

  Quando estou entrando no banco do passageiro, Neymar diz pra eu ir atrás. Dou de ombros e passo para trás sem sair do carro.

  - Olha aí, sujou meu banco todo. - reclama, na brincadeira.

  Reviro os olhos.
  - Ai credo, parece a mamãe.

  Durante o caminho, Neymar colocou sua playlist no rádio do carro e fomos até a festa cantando a plenos pulmões, o que rendeu vários stories.

  Na porta da festa tinham vários fotógrafos. Quando vi que Mbappe estava abrindo a porta, olho para ele com olhar desesperado.

  Ele olha para mim sem entender. Depois que compreende a situação, fecha a porta e fala:
  - Ei, calma. É só passar direto, fingir que eles não existem. Consegue fazer isso?

  Faço que sim com a cabeça. Ele abre a porta do carro e sai. Enquanto saio do carro, vejo flashes no meu rosto, me deixando atordoada.
  - Pode ir, estou bem atrás de você.

  Mbappe fecha a porta atrás de mim e me segue. São apenas uns dez metros do carro até a porta da balada, mas são os dez metros mais longos da minha vida.

  Assim que entramos, vou direto no bar pedir alguma coisa para beber. Chego no atendente e peço, em francês:

  - Ahn, com licença, eu gostaria de uma batida de morango. Duas doses, por favor.

  Ele me olha de cima abaixo.
  - Posso ver sua identidade?

  - Claro. - abro minha bolsa e pego minha identidade brasileira. Mostrou para ele, que faz um não com a cabeça.

  - Sinto muito, senhorita. Não posso vender álcool para você.

  - Por que não? Eu sou maior de idade.

  Ele suspira, impaciente.
  - No Brasil, talvez, mas aqui você é de menor. Sem álcool até os 21.

  - Ela tá comigo, pode fazer. - ouço a voz do Mbappe atras de mim. - E gostaria de uma coca com vodca, por favor.

  O atendente arregala os olhos por um instante, depois assente e começa a preparar as bebidas. Mbappe senta-se ao meu lado no balcão.

  - Pensei que você tivesse 19. - digo.

  - E tenho. - ele para um pouco. - mas quer saber um segredo? Ser campeão mundial de futebol te dá certas vantagens.

  - E por ser homem. - digo, enquanto experimento a batida que o atendente acabou de trazer. Zero álcool. - Maldito patriarcado.

  - Com licença, moço, aqui não tem vodca nenhuma. - digo para o atendente, enquanto Mbappe ri.

  O atendente suspira. Pega o meu copo, e olha para Mbappe, que assente com a cabeça. Logo em seguida, traz meu copo, tão cheia de álcool que dá para ver a polpa diluída na vodca.

  - Assim está bom? - o atendente pergunta, com ar desanimado. Faço que sim com a cabeça, e agradeço.

  - Isso parece muito forte. - comenta sobre meu drink.

  - Nem está muito. Prova aqui. - ele prova do meu copo é faz uma careta.

  - Credo Beatrice. Parece que tô tomando álcool puro, nem sinto o gosto do morango. - diz, enquanto caímos na gargalhada.

  - Estou determinada a tomar meu primeiro porre internacional hoje, Mbappe.

  - Primeiro, me chame de Kylie. - concordo com a cabeça. - Segundo, seu irmão sabe disso?

  - Ele não faz ideia. Depois ele vai me dar uma bronca daquelas, mas eu nem ligo.

  - Você é louca. - eu rio e agradeço o elogio.

  Conversamos por bastante tempo, e bebemos MUITO. Nem vimos o tempo passar. Quando vejo, Neymar está nos chamando para ir embora.

  - Mas já? - pergunto.

  - Já, Bia. Já são uma da manhã, e eu tenho compromisso de manhã.

  - Afe. Nem aproveitei a festa direito. - Neymar suspira.

  - Vamos logo, Bia. - olho para Kylian. Ele me lança um olhar do tipo "deixa comigo".

  - Ei cara, tá cedo. A gente volta de uber, eu deixo ela em casa.

  Neymar suspira.
  - Tá bom. Mas não volte sozinha para casa, viu? - disse Neymar.

  Sorrio e dou um abraço nele. Quando ele vai embora, me viro para Kylie e digo:
  - A festa acabou de começar. - ele ri - Vamos dançar?

 


 

 

 

A irmã do camisa 10Onde histórias criam vida. Descubra agora