Saligia: pt 2

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Até entrar naquela igreja decadente Hoseok nada estranhava, nenhum sentimento errado vinha em sua cabeça, talvez só desconfiança, isso mudou no segundo em que tocou as palmas das mãos na porta de madeira que dava entrada aquela capela, sua iluminação era amarronzada e cheirava a óleo de polir madeira, pinturas surrealistas e sem significados estavam espalhadas pelas paredes e pelo teto, no centro, onde havia um altar repleto de flores e uma mesa rústica de mármore branco com objetos dourados a decorando, estava pendurado uma cruz com um boneco, representando aquele que um dia nos salvou, a bíblia enorme que estava em cima da mesa aberta, estava em latim, ao lado do altar estava a cabine de confissões, ela tinha detalhes dourados. Estava temeroso e decepcionado consigo mesmo, por algum motivo todo seu ser sentia que Deus não perdoava tão fácil, e agora tudo estava ridiculamente errado.

— O que o traz aqui? — Seu tom de voz era arrastado e preguiçoso, a voz vinha de trás de seu corpo, acompanhado de uma brisa gelada.

— Eu fiz algo imperdoável. — Demorou para dizer aquelas palavras, e quando finalmente as disse, sentiu sua garganta se fechar, seus olhos se encheram de lágrimas, cobriu seu rosto com as mãos, um pouco envergonhado, o homem, talvez o frade ou um coroinha, não o respondeu em palavras, mas a sola do seu sapato batendo contra o chão de mármore ecoava pelo local, Ele estava se aproximando de Hoseok.

— Não há nada que Deus não perdoe por uma alma arrependida. — Ele tocou seu ombro, e finalmente Hoseok tomou coragem para virar seu corpo e encara-lo. Ele, que parecia doente de tão pálido, usava uma bata preta, seus cabelos também eram negros, sua expressão facial denunciava cansaço, em seu pescoço havia um crucifixo prateado pendurado, e muitos anéis em seus dedos. — Fique a vontade para me contar qualquer coisa. — Ele se sentou em um dos bancos, dando leves palmadas no acento ao seu lado, convidando o mais novo a se sentar.

— Você é meio novo para ser padre. — Disse ao se sentar, observado agora as feições de tédio e sono que o outro parecia o fazer propositadamente.

— Ah, você acha? — Ele sorriu enquanto cruzava as pernas. — Você é meio novo para estar condenando sua alma. — Hoseok o olhou assustado, mas o outro parecia dispensar prestar muita atenção nas coisas ao seu redor, pois continuava com um sorriso mínimo nos lábios, era como se ele se limitasse a sorrir e falar por pura preguiça. — Não há maldade no seu coração. — O homem disse com convicção se levantando de seu lugar.

— Não há? — Questionou confuso.

O homem estava em sua frente, esticando sua mão, ele acariciou o rosto de Hoseok levemente, sua pele estava gélida mas seu toque era suave, massageou sua bochecha enquanto seus olhos varriam o rosto inocente e temeroso do mais novo.

— Se ajoelhe, por favor. — Agora sua voz tinha um sotaque sexy, rouca e dispersa, sem nem pensar duas vezes, Hoseok se jogou de joelhos em seus pés no mesmo momento em que lhe foi pedido, juntou suas mãos cético que iriam fazer qualquer tipo de oração, ele sorriu. — Feche os olhos, sim? — Obedeceu, o polegar daquele homem deslizou por seus lábios de forma lenta, o assustando por um momento. O silêncio pairou por longos minutos, sentia aquela presença a sua frente, mas não havia mais nenhum ruído.

O dígito daquele desconhecido religioso contornou aqueles lábios vermelhados, logo inserindo um dedo em sua boca, apesar de achar a situação incomum o corpo do mais novo se recusava a se mexer, até mesmo se recusava a abrir seus olhos.

A ausência do toque gélido de seus dedos foi perceptível, seus lábios agora semi abertos foram contornados por algo molhado, um tecido de pele diferente, Hoseok sentiu o coração acelerar no mesmo instante, um arrepio nervoso correu por sua espinha e sua boca foi aberta gradativamente de acordo com o tamanho daquele pedaço de carne fálico, envolveu seus lábios em seu membro sem nenhum tipo de pudor, Ele entrava e saía de sua boca em movimentos lentos e só então ele percebeu que o homem estava parado, não havia se movimentado em nenhum instante, ele tomava conta daqueles movimentos, levou suas mãos até a cintura da figura religiosa, facilitando o equilíbrio para ir e vir naquele vai e vem que o deixava cada vez mais excitado, para a boa reputação do Jung, é bom que deus não esteja vendo isso. — Chega, está bom. — Sua voz se espalhou pelo cômodo. Hoseok teve de abrir os olhos, mas me recusava a olhar para Ele depois daquilo, como se sentisse a vergonha alheia, seus dedos trilharam um caminho até o queixo do mais novo, o suspendendo, seus olhos tinham um brilho diferente, o homem de bata cristã lambeu os lábios, com um sorriso prepotente, Ele relaxou a expressão como se fosse totalmente comum aquela situação.

S.A.L.I.G.I.AOnde histórias criam vida. Descubra agora