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Boa leitura!
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Emma

   Eu não faço a mínima ideia o que vai acontecer essa segunda feira. Depois do beijo na sexta nós não nos falamos no final de semana. Essa sensação é estranha, fazia muito tempo que não sentia nada além de  tristeza. Tinha algo errado na minha barriga, pareciam borboletas realmente. Credo, quando eu virei uma menininha de romance clichê?
  
   Em algum momento durante a aula eu comecei a me sentir vazia. E lá vou eu para meu inferno pessoal outra vez. Faziam dois dias que não tinha nenhuma crise, estava muito bom para ser verdade. Meu coração começa a bater muito rápido, minha respiração está pesada, as mãos tremem. As vezes eu me pergunto por que eu não conseguo simplismente ser feliz, por que eu havia nascido assim, quebrada?

   Meus olhos começam a arder, luto contra as lágrimas e o impulso de me machucar outra vez. O sinal toca, pego minhas coisas pra mudar de sala, no corredor algumas meninas do segundo ano olham para mim e começam a murmurar, ouço alguma risadinhas. Isso é a gota d'água para mim, apresso os passos e saio da escola. Vou em direção da minha casa, do meu quarto, da minha lâmina. Vou em direção à minha derrota.

•Sophia

   Estou no corredor quando avisto Emma, mas ela não me vê. Estou um pouco distante, mas consigo ver seus olhos marejando e algumas meninas fúteis caçoando dela. Então a garota muda o sentido, indo para a saída da escola. No começo não entendo direito, mas então acontece um estalo em minha mente e eu entendo tudo. Vou atrás dela.

   Em sua casa, a porta da frente está entreaberta, abro completamente e vejo as coisas de Emma jogadas no chão. Encosto a porta e subo as escadas rapidamente, o banheiro está trancado, então eu bato à porta.

   - Emma, sai daí. Por favor.

   - O que você está fazendo aqui? - ela responde com uma voz embargada em lágrimas

   - Eu te vi na escola, você não parecia bem. Fiquei preocupada. Emma, vem aqui.

   - Vá embora Sophia.

   - Ei, agora que você já se aproveitou de mim quer me jogar fora? - digo na intenção de fazê-la rir e esconder a minha voz chorosa, e dá certo. Ela ri mas logo volta a soluçar de novo. - Emma, eu não sei o que você ta sentindo, mas se machucar não vai melhorar as coisas. Por favor abre a porta, deixa eu te ajudar.

   Exclamo aos prantos sentada no chão quando ouço a fechadura fazer barulho e a porta se abrir. Emma praticamente engatinha parando no meio das minhas pernas e encostando a cabeça em meu peito. Os nossos soluços tomavam conta do local, pego o pulso dela e reparo que não há nenhuma marca nova. Solto a respiração que nem havia notado que estava prendendo.

   - Eu não sei o que você fez comigo, mas eu estou apaixonada por você. Isso é novo para mim pois nunca aconteceu, eu nunca gostei de ninguém, não de verdade. E só de pensar em você nesse banheiro, sozinha, meu coração se aperta. Eu sei que estou sendo completamente egoísta em te pedir isso, mas por favor não faça isso com você.

   Ela levanta o rosto limpando as lágrimas, toma minha nuca com as mãos e me beija forte. Nossas línguas se entrelaçam lutando para tomar liderança no beijo. Emma enfia as mãos no meu cabelo dando alguns puxões, mudando a intensidade desse de leves à fortes. Minhas mãos vão para dentro de seu moletom, uma encontra a cintura dela e a outra passeia do topo da coluna até o cós da calça. Ela suga meu lábio inferior e quando cravo minhas unhas em sua bunda ela suspira alto. Volto a beija-la, escorrego meus dedos até sua frente. Começo fazendo carinho em seu pescoço, desço fazendo um caminho de seus seios até um pouco abaixo do cós da calça e passo os dedos levemente ali. Ela geme alto.

   - Como passamos de choro e declarações para isso?

   - Está achando ruim? - digo levantando uma sobrancelha.

   - De jeito nenhum.

   - Então cala a boca e me beija Rosecross.

   Ela junta nossas bocas outra vez.
  

Emma & Sophia Onde histórias criam vida. Descubra agora