For The Love of a Daughter

Confident

Ravena andou apressada pelos corredores de sua empresa atraindo olhares de seus funcionários. Seu salto fino batia no piso de madeira fazendo um barulho oco que era o terror de muitos que estavam presentes ali. Seus longos cabelos roxos batiam em suas costas e seus olhos estavam tampados por um Ray-Ban preto. Sua roupa era basicamente um conjunto branco gelo, composto por uma minissaia com uma pequena fenda na coxa direita, uma blusa preta que tampava metade de seu pescoço e um casaco branco com botões de pérola. Ela revirou os olhos ao perceber a correria dos funcionários, que se dividiam entre costurar, escolher tecido e gerenciar as vendas da empresa.

- Rachel! – alguém a chamou, fazendo com que ela parasse abruptamente. Ravena se virou em direção a voz que a chamava e arqueou uma sobrancelha quando viu Emma, sua assistente pessoal, correndo em sua direção com um copo de café.

- Você está atrasada. – Ravena disse com sua voz monótona. Emma se encolheu.

- Eu fui buscar o seu café. Só vi sua mensagem agora a pouco. – a moça se explicou e estendeu o copo da Starbucks para a chefe. – Aqui está.

- Café com alguns grãos moídos? – ela perguntou, abrindo a tampa e cheirando o conteúdo do copo. Emma sorriu e assentiu com a cabeça.

- E leite desnatado. – Ravena esboçou um sorriso e entregou sua bolsa preta para Emma enquanto voltava a andar pela empresa. – Você tem uma reunião hoje às 14h00 para decidir quais roupas vão entrar no desfile de semana que vem. Parece que a empresa que está nos patrocinando dessa vez quer que ele seja feito em uma cidade específica.

- Qual cidade? – Ravena perguntou, abrindo a porta de sua sala e indo até sua cadeira.

- Eu não sei, eles não quiseram me adiantar nada. – Emma disse e viu Ravena bufar. Ela sabia que a chefe odiava os patrocinadores. Todos eles. Desde que a Fearless havia sido fundada, 10 anos atrás, Ravena tinha a sustentado nas costas e não se arrependia disso. A faculdade de moda lhe fora bastante útil e em pouco tempo, suas roupas já eram conhecidas em todo o mundo.

- Eu odeio esses patrocinadores. – Ravena reclamou, fazendo Emma sorrir. – Nós sabemos quem eles são pelo menos? – a assistente negou com a cabeça. – Saco!

- Sinto muito, Rae – Emma disse, sorrindo para a amiga. – Eles preferiram ficar no anonimato, só sei que eles são muito ricos e o desfile será beneficente para ajudar um centro de idosos e um orfanato.

- Bons samaritanos, oba! – ela ironizou. Emma revirou os olhos.

- De qualquer forma, você prometeu a eles que iria nesse desfile.

- Eu sei.

- E que concederia uma entrevista exclusiva também.

- O QUE? – Ravena gritou e arregalou os olhos. – Emma, você sabe que eu não posso dar entrevistas, ninguém sabe que eu sou a dona da Fearless. Todos os funcionários que trabalham aqui foram obrigados a assinar um contrato aceitando que não contariam para ninguém quem eu sou.

- Você não pode se esconder atrás da sua assinatura de Devonne para sempre, Rachel. – Emma disse. – Mas não se preocupe, eles disseram que as pessoas que farão a entrevista são confiáveis e só querem o bem das pessoas da tal cidade.

Ravena sentou em sua cadeira e suspirou, massageando a testa.

- Não se preocupe Rae. Vai dar tudo certo. – Emma sorriu. – Agora levanta dessa cadeira que você precisa trabalhar.

Ravena apoiou a cabeça em sua mesa assim que terminou de inspecionar os funcionários e voltou para sua sala. Ela nunca teria pensado que a Fearless cresceria como cresceu em tão pouco tempo. Devonne era a estilista mais bem paga do mundo da moda e sua empresa tinha filiais em quase todos os países. Ela riu ao se lembrar disso. Devonne tinha sido o pseudônimo que ela escolhera quando fundou a marca, afinal ninguém podia saber que ela tinha sido uma Titã um dia. O nome que sua mãe tinha lhe dado em Azarath serviu bem quando ela foi fazer seus novos documentos. Agora ela era Rachel Elizabeth Roth, 30 anos, nascida no Texas. Não tinha passado ou parentes, tudo tinha sido perdido em um 'trágico incêndio' quando ela tinha apenas 4 anos. Depois disso, ela cresceu em abrigos, dependendo da ajuda do governo.