parte dois

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— Eu te disse que não era grego.

Harry coçou a cabeça. Louis tinha o olhar espevitado. Ele era espevitado. Aquela sobrancelha erguida com aquele ar de que ganhou a aposta.

— É, acho que você tava certo.

É claro que Louis estava certo.

— Agora beija o chão.

— O quê?

— Foi a aposta! Vai, beija.

— Eu não acredito que você vai me obrigar a fazer isso.

— Eu vou.

                                     

Harry seguiu Louis pelo salão enquanto ele fotografava tudo. Vez ou outra Louis se virava e tirava uma foto de Harry quando ele não estava esperando. Harry reclamava e dizia que não era justo tirar fotos dele distraído, mas Louis não se importava porque sabia que é impossível Harry sair feio em uma foto.

— Me sinto com dezenove anos de novo.

Harry disse quando eles sentaram um pouco pra descansar, os copos de champanhe chique na mão (Louis fez prometer que não ia contar pra ninguém que ele estava bebendo no trabalho)

— A gente tá tão velho assim?

Louis fez biquinho. Harry sorriu.

— Sim. Você é mais velho que eu.

Louis revirou os olhos.

— Um ano. O que é um ano?

— Um quarto do tempo que a gente ficou sem se falar.

Louis sorriu triste.

— Você sabe que eu sou péssimo de matemática.

Eles olham no fundo do olho um do outro. Louis sabe quer puxar Harry dalí e levar pra outro lugar, qualquer lugar. Com um sorvete de casquinha na mão, escutar aquele riso desnorteado. Mas eles são adultos agora. E estão trabalhando. Harry fica lindo de terno, aliás.

Harry quer falar com Louis sobre tudo o que não falou durante anos. Todas as coisinhas que ele pensava em contar para ele, mas Louis não estava alí.

Naquele momento parecia tão absurdo que eles não estivessem juntos.

that's what's upOnde histórias criam vida. Descubra agora