Capítulo 3

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— Meu Deus! — Leandra ofegou quando observou o olhar intenso do homem no outro extremo do bar. — pegando fogo, Nicole. — Ela começou a se abanar.

— Você está passando mal? — Nicole perguntou preocupada.

— Estou. — O tom de voz de Leandra era de tristeza. — Estou triste porque tem um deus de ébano nos observando e eu não posso fazer nada.

— Deus de ébano? — A mente de Nicole deu um nó sem conseguir entender o que a louca da irmã estava falando. — Que deus é esse?

Sem esperar a resposta da irmã, Nicole virou e imediatamente avistou dois homens. Um tinha o cabelo arrumadinho e estava com o terno no encosto da cadeira e as mangas da blusa arregaçadas. Já o outro, estava impecavelmente arrumado, com um terno que deveria ter custado uma fortuna. Tinha uma pele negra quase do mesmo tom da irmã, cabelos praticamente raspados e parecia ser extremamente alto.

— Pare de olhá-lo. — Leandra chamou a atenção da irmã. — Se eu não posso ter o bonitão, você também não terá.

— Você é maluca sabia?

— Eu? Claro que não. — Em segundos, Leandra virou o restante do drink. — Não posso fazer nada se enlouqueço quando vejo um homem de primeira linha.

— Deixa o Anderson saber disso. — Do jeito que o marido da irmã era ciumento, certamente teria uma crise de ciúmes se a visse encantada por outro homem.

— Ele não está aqui e sei bem que aquele sem vergonha fica olhando as mulheres na rua.

— Não consigo imaginar o Anderson olhando para outra mulher.

— Mais olha. — Leandra aprumou o corpo e jogou os seus cachos para trás. — Ele está olhando pra mim, acho que vou ter uma crise de fogo na piriquita. — Nicole colocou a mão na boca para evitar cuspir a bebida com a vontade de rir, mas a sua manobra foi desastrosa e parte da bebida subiu pelo seu nariz fazendo-a sufocar. — Meu Deus, o que aconteceu? — Leandra se inclinou e bateu nas costas da irmã.

— Quer me matar? — Nicole perguntou enquanto tentava respirar e limpava a boca com um guardanapo. — Como fala essas palhaçadas quando estou bebendo?

— Que palhaçada?

— Não se faça de demente. — As duas se calaram quando o garçom se aproximou da mesa com mais dois drinks.

— Que gentileza, você já está nos servindo antes de pedirmos, que delicado. — Com toda graça Leandra pegou o copo.

— É uma cortesia do senhor Cardoso. — O garçom colocou o outro copo na frente de Nicole.

— Quem seria o senhor Cardoso? — Leandra perguntou já desconfiando quem estava por trás de tanta gentileza.

— Aquele senhor que está de terno na mesa do outro lado do bar.

— O negrão bonitão? — Nicole teve vontade de se afundar na cadeira com toda a indiscrição da irmã.

— Ele mesmo. — O homem respondeu a Leandra prendendo o sorriso.

— Diga a ele que ficamos encantadas.

— Transmitirei o seu recado, com licença. — O garçom fez um sinal com a cabeça e se afastou.

Assim que o homem se afastou, Nicole cobriu o rosto com as mãos e gemeu baixinho. A indiscrição de Leandra sempre gerou um grande desconforto quando elas eram pequenas. Todos acreditavam que quando ela crescesse, aprenderia a ser discreta, mas isso não aconteceu. Leandra não só continuava falando o que vinha na cabeça, como em certos dias, tornava-se impossível ficar ao lado dela.

Degustação - Casamento por ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora