Te Amo Lá Fora || Timothée Chalamet - FINALIZADA

❄︎ Capítulo trinta e dois ❄︎

- DOMINIQUE -

Claro que não consegui falar com Timothée antes dele entrar no quarto. Ao invés disso, recebi uma ligação do meu pai dizendo que um dos nossos gatinhos estava doente e precisava de uma medicação muito cara.

Ele não queria me desesperar, mas estava sozinho em casa e com certeza não sabia a quem recorrer. E embora eu precisasse de um pouco de paz, eu não conseguia fugir das coisas que estavam acontecendo comigo.

Conversei com meu pai por mais alguns minutos e aproveitei para informá-lo sobre a final. Ele estava animado e aquela parecia ser a única notícia boa do momento. Eu esperava muito que a confusão no restaurante não trouxesse prejuízos para a competição, já que dramas desnecessários não eram bons para a competição.

Desliguei o telefone com o meu pai e senti uma angústia enorme. Lembrei do meu encontro com Carlos e da maneira como eu me senti estranha perto dele. Carlos tinha cruzado todas as barreiras e deixado um gosto amargo na minha boca. As minhas amigas, Charlotte e Poppy insistiam em me evitar e diziam que eu estava muito diferente. Era como se elas gostassem de uma versão de mim que eu não era mais. E aqui me assustava...

Laisa estava esquisita demais. Eu sentia que tudo entre nós era de mentira e que nossa amizade jamais existiu.

Exatamente como Timothée tinha me avisado...

Timothée.

Eu não sabia o que estava acontecendo, mas ele me parecia muito diferente. Estranho.

E a competição? Bom, eu esperava muito que a confusão daquela noite não estragasse nada.

E eu também esperava que meu pai aprendesse a viver longe de mim e que meu gatinho ficasse bem.

Era muito coisa para lidar, era um período ruim, mas ia passar.

Eu só tinha que continuar caindo para cima. Nada de cair para baixo.

***

Acordei cedo no dia seguinte e me arrumei com calma para o treino antes da apresentação daquela noite. Os jurados iam escolher as duplas que passariam para a final e eu precisava dar o meu melhor para que tudo aquilo valesse à pena. Eu estava lá pelo meu sonho e tinha dado tudo de mim. Tudo. Eu tinha feito tudo para vencer.

Saí do hotel e peguei a primeira van do dia, vendo que todos olhavam para mim como se eu fosse um ET. Com certeza todo mundo ali já sabiam da briga da noite anterior porque os olhares em minha direção me julgavam gratuitamente.

Continuei olhando para frente, sentada em um dos primeiros bancos da van, sem dar confiança para os olhares ao meu redor.

A viagem rápida até o rinque pareceu demorar muito mais naquela manhã, e eu me apressei para o lado de dentro assim que paramos na frente do prédio. Eu queria entrar e encontrar logo com Patricia, que com certeza não ia me olhar como aquelas pessoas.

No entanto, eu não podia estar mais errada.

Encontrei-a na arquibancada, falando ao telefone, e vi quando a expressão dela fechou ao me ver. Encolhi o corpo e me aproximei, vendo-a se despedir para poder falar comigo.

Merda. Onde estava Timothée?

Patricia jogou o telefone dentro da bolsa e cruzou os braços, me encarando.