Prólogo

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Park Jimin estava eufórico com a conversa que tivera com a sua tia, dando-o autorização para passar a última semana das férias na casa de praia. Tinha um bom tempo que não ia na casa dela e já estava morrendo de saudades.

O garoto de cabelos alaranjados estava jogado na cama, pensando no que irá fazer nos dias que estiver na praia. Em um pulo, se levantou da cama para fazer uma lista com coisas para realizar, uma lista bem simples. Com um papel e uma caneta em mãos, Jimin começou a escrever. Não tinha muito o que fazer lá, não é nenhum aventureiro, talvez até ficasse só na casa durante a semana que irá passar lá. Batucava a caneta na bochecha às vezes, pensando no que escrever. Não conseguia pensar em mais nada, então decidiu parar. Com a lista pronta, começou a ler em voz alta.

— 1º aproveitar bastante a praia
2º ir no Parque aquático e nadar com os golfinhos
3º comprar lembrancinhas para o papai
4º caminhar na praia à noite.
Não é muita coisa, mas é o suficiente para não passar todos os dias em casa. Talvez eu penso em mais coisas para fazer.

Jimin sorriu satisfeito e colocou o papel na escrivaninha. Saiu saltitante do quarto e foi até a sala, onde seu pai se encontrava vendo um programa qualquer na televisão. O Park mais velho desviou a atenção da televisão para o seu filho, que estava todo sorridente e,como se aquela felicidade fosse contagiosa, Park Bogum sorriu também. Jimin se sentou ao lado do pai e o encarou.

— Que bicho te mordeu para fazer você sair do quarto todo sorridente?

— Estava conversando com a tia Seulgi. Ela deixou eu ir para casa dela para passar o resto das férias lá. Isso não é ótimo?

— Isso é muito bom, você vai quando?

— Ela vai passar aqui amanhã para me buscar. Tudo bem mesmo eu ir?

— Eu não sei. — Senhor Park fez uma expressão pensativa.

— Deixa eu ir, por favorzinho! Prometo me comportar bem. — Jimin juntou as mãos e fez um olhar de cachorrinho abandonado.

— Claro que pode, meu bem. Assim você sai desse quarto e eu não aguento mais ver essa sua cara. – Os dois riram juntos.

— Obrigado, pai! — Jimin abraçou o pai e deixou um beijinho na bochecha do mesmo, como forma de agradecimento.

— Vá arrumar suas malas enquanto eu faço o jantar. — Senhor Park deu tapinhas no braço do filho e se levantou.

— Tudo bem.

Jimin subiu as escadas correndo e entrou no quarto. Pegou seu celular na escrivaninha para colocar uma música e começou a arrumar as malas. Enquanto dobrava algumas roupas que estavam na cama, Jimin olhou para a janela de seu quarto – janela essa que permitia ver o quarto de seu vizinho –, e viu Jeon Jungkook jogado na cama jogando um jogo qualquer. Park sorriu ao ver o garoto tão concentrado e murmurando coisas inaudíveis. Era adorável vê-lo assim.

Jimin largou a blusa que dobrava na cama para poder ir até a janela. A cada passo que dava, o coração do Park acelerava. Já na janela, Jimin passou a observar Jungkook. Observava seus lábios rosados se mexendo, seus olhos concentrados no jogo e seus dedos que movimentavam rapidamente. Jimin suspirou fundo, desligou a música que tocava em seu celular e voltou a olhar para o seu vizinho.

— Jungkook! — Park gritou, mas não recebeu atenção. — Kookie-ah! — Jimin gritou mais alto desta vez. Jeon, ao ouvir seu nome, olhou para Park e sorriu. — Larga esse jogo e venha me dar atenção. — Jungkook apenas confirmou com a cabeça e foi pra janela.

— Jiminie, Jiminie. Eu devo te amar muito para parar um jogo. — Jungkook apoiou o cotovelo direito no batente da janela e repousou o queixo na mão.

— Isso é porque eu sou especial nessa sua vidinha.

— O Hoseok hyung é muito especial para mim também. — Jungkook falou em um tom de provocação e observou a expressão do Park sair de sorridente para uma expressão fechada. Deu uma risadinha antes de voltar a falar. — Mas quem é Hoseok perto da sua graciosidade e fofura? — Jungkook sorriu de lado ao ver as bochechas do Park ganharem um tom avermelhado.

— As vezes tenho vontade de esfolar sua cara no asfalto.

— Ora, não sabia que seus lábios se chamam asfalto.

— Vou ignorar isso. Venha jantar e dormir aqui.

— Eu deveria? Sabe, estou jogando com o Hobi hyung e acho que vou ficar até de madrugada jogando com ele.

— Tudo bem então. Eu vou terminar o que eu estava fazendo, pode voltar a jogar. — Jimin disse, tristonho por ter sido trocado. Ia se afastar da janela, mas foi impedido pela voz de Jungkook o chamando.

— ChimChim, eu só vou tomar um banho rapidinho e logo estou aí. — Jimin sorriu e fechou a janela sem dizer mais nada.

Park terminou de arrumar a mala e foi tomar banho. De banho tomado, Jimin foi para cozinha para poder jantar. Viu seu pai de costas para si, mexendo em alguma coisa que estava em cima da mesa. Aproximou-se e viu que ele, ao invés de fazer o jantar, ele comprou. A comida que estava posta na mesa era muita para apenas duas pessoas, isso é bom porque Jungkook irá jantar com a família Park. Com os pensamentos voltados ao Jeon, Jimin se pronunciou.

— Pai, eu chamei o Kook para vir dormir aqui.

— Tudo bem. Falando nele, Taehee veio aqui
perguntar se ele pode passar essa semana com a gente. Falei que você vai para Busan. Ela perguntou se ele poderia ir com você, então eu liguei para Seulgi e está tudo ok. — Bogum olhava para Jimin com uma expressão risonha.

— O QUE? Por que ela pediu isso?

— Eles irão viajar e o Jungkook não quer ir. Se eu fosse você, eu aproveitaria essa viagem para ficar mais íntimo do menino.

— PAI! – Jimin praguejava o maldito dia em que falou para o seu pai que gostava do vizinho. Praguejou mais ainda quando Jungkook começou a gritar do lado de fora.

— Não vai abrir a porta para o seu futuro namorado? Se ele ficar gritando, os vizinhos irão vir reclamar no meu ouvido. — Jimin bufou.

Bogum virou o filho em direção a porta e deu um tapinha na bunda dele. Jimin sentiu seu rosto se esquentando por causa da fala do pai. Park foi até a porta e abriu para Jungkook.

— Até que f... Ei, Jimin! Por que você está vermelho? — Jungkook tombou a cabeça para o lado, ação que Jimin considerou super fofa. Decidiu ignorar a pergunta do garoto.

— Sem perguntas. Entre logo, não tenho todo o tempo do mundo. — Jimin se virou para sair, ficaria mais envergonhado se ficasse para ser interrogado pelo garoto.

— Não vai me ajudar com as malas? Que tipo de amigo você é? — Jeon perguntou enquanto fechava a porta.

— Jungkookie, uma mesa repleta de comida me espera. Coloque as malas no canto e venha jantar. — Falou manhosamente e puxou o Jeon pela mão.

Após o jantar, Jimin e Jungkook foram para o quarto. Ficaram um tempinho jogando e fazendo piadas até quando decidiram parar de jogar. Agora estavam jogados na cama, olhando para o teto e conversando coisas fúteis do dia a dia, como bons amigos. Quando um silêncio confortável reinou no quarto, Jimin passou a pensar no que seu pai lhe dissera e chegou na conclusão de que só irá aproveitar a viagem. Não tem coragem suficiente para se declarar, não agora. Deixaria as coisas fluírem, e desejava que a vida e o tempo o ajudassem para algum dia se declarar.

Foi desperto de seus pensamentos quando Jungkook apagou a luz do quarto e deitou-se ao seu lado. Jimin iria reclamar sobre Jungkook ter se deitado ao seu lado ao invés no colchão inflável, mas preferiu relaxar o corpo. Se assustou quando Jungkook o puxou pela cintura e o colocou em cima de si. Jimin se sentia seguro e confortável nos braços do mais novo, então apenas se ajeitou melhor e relaxou seus músculos. O cheiro cítrico que Jungkook emanava acalmava Jimin, o deixando sonolento. Amava o cheiro do garoto.

— Boa noite, mochi. — Jungkook desejou e deu um beijinho nos cabelos alaranjados de Jimin.

— Boa noite, bunny.

Uma viagem, uma lista e um vizinho Onde histórias criam vida. Descubra agora