Medo do Desconhecido

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Quando acordou, não se encontrava mas no seu quarto, deitado em sua cama. Localizava-se, jogado em meio ao chão, debaixo de um céu cinzento, e ao olhar ao seu redor, ele percebeu que tudo naquele lugar, parecia meio morto, até o sol era diferente.
Não havia troncos no chão, nem resquícios de cinzas que indicassem queimadas, tampouco sinais de regeneração de vegetação.
As árvores jaziam de pé, completamente secas, sem uma única folha.
Não viu animais de nenhum tipo ou flores ou quaisquer coisa que indicasse que havia sinais de vida.

Espantado o garoto se levantou e começou a correr, sem ter noção de para onde ir ou do que e de quem poderia encontrar.
Sua respiração falhava, seus pulmões pegavam fogo e seu coração batia tão forte que ele achou que fosse ter um ataque.
Estava perdido, sem água, sem alimentos, sem se quer saber onde estava e quanto tempo ficaria.

Quanto mais ele seguia, mas percebia que a floresta ia ficando escura, com um odor forte de coisa morta e as poucas árvores que haviam, estavam com seus galhos nus que pareciam se dobrar, quase formando espirais.

Ele queria sumir dali o mais rápido possível, mas, tropeçou. Em uma pedra talvez. - não conseguiu ver o que era.
Mas, algo começou a incomodá-lo, mesmo que ele não tivesse visto ninguém, sentia que alguém o estava observando.

Passos começaram ecoar, indo em sua direção.
Com muito medo, o menino levantou, o mais cuidadosamente que conseguiu e pôs se a esconder atrás de uma árvore, com o tronco largo, respirou aliviado por ter chegado ali, sem ser pego, um sorrisinho apareceu em seu rosto.
Mas tão logo, seu semblante de satisfação, mudou para de aterrorizado.

O menino havia encontrado a fonte do mal cheiro, bem ali na sua frente - um corpo como a de um cervo, a cabeça de um lobo e seis patas - e se segurou para não gritar e vomitar, quando viu os órgãos daquele bicho, espalhados no chão o sangue empoçado e o pescoço quebrado.

- Mas que merda é essa? - sussurrou o garoto, com o corpo todo tremendo, os olhos marejados, enjoado e com medo, ele decidiu ir embora.

Um, dois passos para trás e alguém o agarrou e tampou sua boca, fazendo todos os músculos de seu corpo retesarem, até que retomou o controle e começou a se debater, para tentar se soltar, mas desistiu quando viu o mesmo cara que havia quebrado as xícaras de sua tia.
O cara estranho, - ou ser desconhecido - dirigiu suas mãos - com dedos esqueléticos - para o bolso do garoto, que então percebeu, que o relógio novamente brilhava.

- Como o relógio parou no meu bolso? - perguntou, lembrando a última vez que tocou no objeto, estava em suas mãos e lá ficou até cair no sono, não tinha colocado no bolso ou em qualquer outro lugar.

Lorenzo, pensou em apertar o botão do relógio que reluzia, para ver se voltava para casa. E como se soubesse o que o menino pensou, o cara assentiu a cabeça e então junto do garoto, apertou o botão.

Um portal - azul celeste - se abriu e o garoto empalideceu, quando viu o lugar que estava, se desfocando. Uma mão esquelética, apertou firme seu ombro, fazendo-o atravessar.
Quando adentrou aquele portal, o menino teve que fechar os olhos, por causa da forte luz e enquanto estava com os olhos fechados, sentiu algo espesso, tocar lhe.

Assustado, Enzo abre os olhos, a tempo de ver tudo tomar forma.
Um lugar lindo surgiu, os pássaros cantavam, o sol brilhava, os animais caminhavam pela grama verde, sem se importarem com sua presença.

Do outro lado, uma cachoeira. - com a água mais cristalina que ele tinha visto e enormes pedras, que pareciam terem sido escolhidas a dedo, de tão perfeita que deixava aquele local.
O garoto também viu, um belo arco-íris, com o bater do raio de sol sobre a cachoeira.

- Ualll! - disse ele, impressionado pela beleza daquele lugar - Que lindo.

- Bem-vindo! - disse o cara, - que antes tinha a aparência horrível - os olhos brancos se trasnformaram em verdes acinzentados.
Seu rosto já não tinha mas as cicatrizes, estava normal e só tinha a barba por fazer. As mãos esqueléticas sumiram e foram substituídas por mãos normais.

- Como você mudou de aparência? - perguntou o garoto, olhando não só para o rosto, mas para as roupa que ele vestia.

- Eu fui punido a centenas de anos atrás, pelo Alto Concelho Dimensional, por isso ganhei aquela aparência assustadora como uma lição, para nunca mais cometer o mesmo erro. - respondeu o cara, com um olhar distante.

- Pera aí, centenas de anos? Alto Concelho Dimensional? O que é tudo isso? - perguntou Lorenzo confuso.

- O Alto Concelho Dimensional, é composto por oito membros, que são responsáveis por todas as leis daqui. - explicou ele - Agora vamos, vou te mostrar o resto.

- Anh..espera, qual é o seu nome? - perguntou o garoto, um pouco sem graça.

- Aiden. - ele riu fazendo uma reverência.

O Guardião Das Dimensões (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora