'Clique na mídia á cima para ouvir a música'Capítulo um
ㅡ Eu já lhe disse, preciso de tempo. ㅡ repetiu o que tem sido a frase mais escutada ultimamente. ㅡ Me dê pelo menos algumas semanas. Eu juro arrumar tudo até lá...Não era verdade. Semanas não seriam o suficiente para quitar todas as dívidas com o agiota. Mas tal confirmação não era nenhuma surpresa para Jungkook. O filho de Kawang. Era comum ver o pai lutando contra a voz grossa no telefone.
E por mais que o homem tentasse se manter longe da misteriosa fala que o atormentava com múltiplas ligações durante a madrugada, era algo que Kawang não podia conter.
Uma imã. Isso. Uma espécie de imã que o prendia à conversar com o senhor Kim. Um vício incompreensível. Oras, ninguém gostaria de conversar com o próprio fornecedor de dívidas. Mas Jeon, e vários outros individados com Kim, gostavam.
Contudo pode parecer que "gostar", não seja a palavra mais adequada. Pois mesmo não conseguindo ficar longe das ligações do agiota, o medo não deixara de existir ali.
Era como se entregar voluntariamente ao próprio diabo. Ruim, mas parecia ser bom. Na visão de Jungkook, aquilo só poderia ser loucura. Seu pai, ㅡ também seu único familiar vivo, que se dispôs a cuidar do garoto após a morte de sua mãe ㅡ, não poderia estar satisfeito com tantos números para acertar.
Um suspiro pesado fora ouvido vindo do celular. Estava no viva-voz, pois Kawang andava de um lado para o outro na cozinha com pouca iluminação. Era por volta das duas e meia da madrugada, porém Jungkook ouvia tudo enquanto espiava por entre a parede que separava a cozinha da sala.
ㅡ Não serei mais tolerante contigo, cão. ㅡ a misteriosa voz grossa, fez Jungkook arrepiar os pelinhos das pernas, braços, e pescoço. Ele tinha medo de quem falava ao outro lado da linha.
ㅡ Escute, e-eu... ㅡ Kawang começou, passando as mãos pelo cabelo, forçando para que qualquer solução mágica surgisse. ㅡ Eu tenho um filho! ㅡ cuspiu a desculpa ㅡ Isso...
Não poderia parecer pior, a dor no estômago que o filho do mesmo sentiu ao ouvir o comentário sobre si, para o homem.
ㅡ Conte-me algo que desconheço sobre ti. Sei que tens um filho para cuidar, mas vejo que não cumpre teu papel paterno do jeito que deveria.
ㅡ Por favor senhor, eu preciso muito de um tempo. Tenho de ter pelo menos algum prazo para arranjar alguém disposto a cuidar de meu filho.
A súplica do velho não parecia convencer Kim. Mas comoveu Jungkook. De maneira que o mais novo desejou correr e abraçar seu pai. Era um tanto estranho para o menino, ver seu pai implorando para fazer algo de bom á si. Digamos que Kwang nunca fora uma figura paterna presente, ou atenciosa.
Dava á Jungkook o que ele precisava para sobreviver. Comida, o mínimo de saneamento, e um espaço para ficar pela noite. Mas mesmo assim, era uma demonstração de amor. E kook sabia reconhecer uma; mesmo que disfarçada.
O silêncio se fez pela casa, e só foi possível ouvir as respirações pesadas dos homens que conversavam entre si. Jungkook tentava ao máximo evitar fazer qualquer tipo de barulho, pois caso fizesse as consequências não seriam nada boas. Não mesmo.
ㅡ Qual é a idade de teu filho? ㅡ o Kim se pronunciou, e Kawang desejou louvar aos céus por ter o rumo do assunto fora de si.
ㅡ Dezessete. E-ele tem dezessete. ㅡ não tardou em responder.
Kim sabia de quase tudo sobre a vida de Kawang. Era um homem de quarenta e cinco anos. Forte para quem vive de bar em bar regaçando seu próprio organismo. Fingia ser alguém rico para sua namorada: Ye-Won. Uma socialite alérgica á pobresa que a periferia de Seul trazia consigo.
O agiota emprestava quantias altas ao velho. A cada empréstimo, mais juros surgiam. E um acúmulo que já era alto, apenas aumentava. Kim sabia que Jeon não conseguiria pagar tudo, então apenas dava ao endividado tempo para cuidar de seu filho.
Foi avisado desde o começo, que o meliante que se envolvesse com o agiota, dificilmente sairia vivo.
Era, e ainda é uma regra para Kim. Quem não paga, morre. É claro, cada caso é diferente um do outro. Na multiplissidade, todos acabam incinerados em carros escondidos em terrenos baldios. Mas também, alguma forma de pagamento ㅡ seja qual for ela ㅡ, é dada ao agiota. Seus negócios sempre rendem algum benefício.
ㅡ O senhor...deseja saber porque a idade de meu filho?
Jungkook naquele momento, soltava o ar pela boca. Um fio de suor escorria na lateral de sua cabeça. Era assustador ser o assunto entre um desconhecido que em nada parecia ser amigável, e seu pai.
ㅡ Tem em mente que não viverá por muito tempo? ㅡ deu de ombros.
ㅡ S-senhor e-
ㅡ Tem em mente, filho da puta? ㅡ perguntou novamente, com a voz exaltada. O homem sentiu vontade de chorar. Morrer por dinheiro...este seria o destino de Kawang.
ㅡ Sim...senhor. ㅡ fungou, sentindo algumas lágrimas caindo sobre suas bochechas. Agarrou os próprios fios de cabelos, e caiu de joelhos sobre o piso mal acabado. Metade de cimento queimado, e a outra coberta por chão batido.
ㅡ É bom que saiba, cão. Esta vivendo um de seus últimos, se não extamente o último, dia de sua vida. ㅡ Kim bradou ríspido, se divertindo, mesmo que seu tom de voz fora séria. Gostava de avisar quando seus clientes iriam morrer.
Jungkook estava em desespero. Como se não ouvesse ar em seus pulmões. Aterrorizado era como estava se sentindo. Não era a primeira vez do garoto, ouvindo a conversa de seu pai com o tal homem misterioso. Mas essa de longe, é a que mais estava o assustando.
ㅡ Agora que aceitou o fato de que não irá durar muito, tens que me pagar. ㅡ do outro lado da linha, especificamente no escritório de Kim, o agiota afundou suas costas na cadeira almofadada tingida de preto. Esticou seus braços até a mesa de vidro, e trouxe para si seu old fashioned servido com gelo, e whisky até a metade. Bebericou um tanto, e mordeu os lábios, sentindo seu piercing entre os dentes.
Ele tinha em mente a forma de pagamento que desejava.
ㅡ E como irei pagar, se não tenho dinheiro para nada? Não há como! ㅡ suplicou desesperado, antes de se arrastar com seu celular em mãos até encostar no fogão velho.
Uma risada discreta, mas audível, se fez do outro lado da linha. Jungkook estava com as pernas bambas, e lágrimas já inundavam seu rosto jovem e amedrontado.
ㅡ Não irá me pagar com dinheiro. És praticamente um sem teto. ㅡ Kawang não queria ouvir o resto da frase. Pensou em desligar, mas isso poderia atrapalhar ainda mais o fim previsto para sua morte.
Lá no fundo, sabia exatamente o que o agiota iria dizer.
ㅡ Diga o que irei te dar. ㅡ disse, por fim.
ㅡ Entregue Jungkook a mim.
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Oie! Essa está sendo minha primeira fanfic nesta conta do Wattpad, espero que dê certo rsrs. Irei atualizar na quarta, até lá <33
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DEVIL¡! • Taekook
FanfictionJeon Kwang não tem como pagar todas as dívidas que adquiriu de empréstimos do agiota Kim Taehyung. Sufocado com tantas ameaças do homem, Kwang entrega nos braços do próprio diabo, seu único filho. Endividado. Essa era a palavra que definia Jeon K...