Minha digníssima apresentação

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Park ChanYeol, gênio da matemática, ser mais maravilhoso do universo e o solteiro mais cobiçado do mundo da astrofísica. Prazer, eu mesmo. Sem mais delongas, o que precisam saber de mim é que eu sou perfeito demais para namorar e o único "ser" que merece minha atenção é meu boneco inflável, cujo este está deitado ao meu lado e todo sujo com a minha preciosa ejaculação depois de ter me satisfeito como ninguém nunca havia feito.

Deixe-me apresentar meu namorado mudo, ele é Byun BaekHyun (nome que eu escolhi), é um boneco inflável daquela da primeira linha que saiu quando foi inventado, ganhei do meu pai quando disse que seria matemático com foco na física do universo e ele me disse que não teria vida sexual e só veria estrelas através de um telescópio, fiquei bem envergonhado, mas ele não dizia mentiras, só transei no primeiro ano da faculdade, depois queria mesmo só saber do meu BaekHyun, ele era o único que não menosprezava minha inteligência e me entendia quando eu queria conversar.

Sinceramente, acho que sou bom demais para me relacionar com outras pessoas, tanto que nem me lembro mais como é beijar uma boca, a irregular e grudenta (por ser de plástico) do meu companheiro já é boa por si só, além de me chupar sem reclamar de nojinho.

É muito estranho um cara de 30 anos preferir um boneco inflável a um namorado de verdade? É sim, mas também é uma escolha minha e se eu pudesse pedir algo nesse mundo seria para transformar meu Baek em um ser humano com as mesmas qualidades que a minha, mas como isso é impossível, vamos continuar na minha vida maravilhosa onde mulheres caem aos meus pés achando que eu curto uma rachada.

Estas mesmas mulheres me convenceram a ter que abandonar meu companheiro para ir a um luau daqueles doidos de humanas que trabalhavam por sorte no observatório onde eu sou rei. Bom, não foram bem elas já que o luau era de um colega meu viciado em maconha e idolatrar o sol, eu só ia mesmo para beber e comer já que era tudo de graça, com elas era fácil lidar com um gostoso e sonoro não na cara, mesmo quando vinham sutilmente. Não sou obrigada a lidar com peitos, se eu quisesse tetas estaria mamando na minha mãe até hoje. E um pequeno detalhe, não entendo a sexualização de comida de bebê.

Eu não sou misógino que odeia mulheres, nada disso, apenas não me atraio por seios e... mulheres num geral, eu sou gay e prefiro estar rodeados de homens para minha plena satisfação visual, já que sexual, já estão sabendo como funciona.

Me arrumei digno de um hippie com as roupas mais largas que eu tinha, a única regra era ir de branco, então foi relativamente fácil, baguncei meus cabelos sedosos e brilhantes e fui em direção ao caminho da praia, eu sabia que voltaria bêbado e não quero algum primo tarado herdando meu boneco por conta de um acidente de carro.

Eu confesso que tenho uma quedinha por essas festas good vibes, o pessoal é sempre alegre e nunca falam palavrão, além de te darem comida de graça. Então, aproveitei mesmo, pulei ao som de reggae enquanto bebia e fumava com eles, dei alguns (muitos) foras, entrei na água e até mesmo vomitei um bolo com gosto de mato que falaram que era vegano, mas pra mim só tinha gosto de mato.

Foi relativamente legal, isso até uma garota de pelo menos uns 20 anos aparecer na minha frente sem a expressão "quero te pegar" no rosto, dizendo que queria me ajudar.

- Me ajudar com o que? – Indaguei enquanto a fitava com estranheza. Oras, eu sou lindo e rico, tenho o melhor namorado do mundo, o que mais iria querer de ajuda? Ainda mais vinda de uma cigana com cara de quem usou alucinógeno vencido? Nada né.

- Me faça um pedido que eu realizo. – Gente, não resisti, ri na cara dela mesmo. Eu, astrofísico e ateu sendo ajudado por uma pseudo bruxa? Isso é a piada do século para mim, só falta ela querer ler minha mão. Na verdade, foi isso que ela fez, puxou sem minha autorização e passou por cima antes de voltar a abrir a boca. – Seu ego é muito grande para quem depende tanto de uma coisa que nem existe para depositar seu amor. Tem certeza que não precisa de nenhuma ajuda?

Fiquei com vontade de rir de novo, mas dessa vez de nervosismo porque isso era algo que nem meus amigos mais íntimos sabiam, a não ser pela parte do ego.

- Eu não acredito nessas coisas. – Ditei firme e já ia me virar para ir embora, porém ela me segurou pelas mãos de novo.

- Me faça um pedido, qualquer um e eu realizarei. – Será que ela não tá vendo que eu não acredito nisso? Fala sério. Mas para me livrar logo dela não custa falar qualquer coisa, mesmo que essa qualquer coisa seja meu maior sonho.

- Faz meu boneco inflável virar humano com a mesma capacidade para matemática que eu. – E dito isso saí disposto a beber mais um tanto e ir embora dormir agarrado ao meu príncipe do silencio.

Cheguei em casa na maior bebedeira possível, sério, eu nunca mais vou beber daquele jeito na vida. Nem me dei conta quando caí na cama e dormi feito uma pedra pesada, nem mesmo abracei BaekHyun, sabia que faria no meio da noite.

Entretanto, quando acordei, eu finalmente notei que havia algo errado, não por eu ter esquecido metade da minha vida por míseros segundos de bebedeira, mas sim por ter uma pessoa nua e maravilhosa pelada bem na minha frente, abraçado a mim e com o cheirinho do perfume que eu jogava no meu boneco depois de lavar ele.

Acordei agarrado ao cara mais gostoso do universo, pelado e sem a menor ideia de quem era aquele tomando o lugar do meu BaekHyun.

E minha cabeça? Mais perdida que pau virgem em brioco apertado.

Meu boneco inflável ganhou vidaWhere stories live. Discover now