Part1

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Hello.


Yoongi não aguentava mais.

Gostava muito das tardes e noites em que ele e seus amigos podiam ir na casa um dos outros para conversar e fazer diversas coisas por horas, mas era um porre quando o assunto se desviava e começavam a falar das suas almas gêmeas.

Yoongi imaginava que quando os dois encontrassem as suas, o assunto iria sumir, porém descobriu estar completamente errado três semanas antes, quando Kim Taehyung apareceu em sua porta com um sorriso radiante falando sobre como estava feliz por finalmente saber como era o gosto dos bolos que sua mãe fazia. A vida inteira ele comentava o quão triste era ter uma mãe confeiteira e sempre ouvir seus amigos dizerem como sua comida era boa e nunca poder sentir.

Namjoon ficou super feliz por seu amigo e pediu para que contasse todos os detalhes de como foi conhecer sua alma gêmea. Era óbvio que o Min também estava feliz pela felicidade do outro, mas não estava nem um pouco afim de saber dos detalhes e ouvir por horas o rapaz falando sobre como ela era bonita e engraçada e eles eram perfeitos um para o outro.

Acontece que Min Yoongi odiava o modo como a vida funcionava. Você era privado de ver, saber ou sentir uma determinada coisa até que encontrasse o indivíduo a quem estava destinado. A maioria das pessoas se encontravam a partir dos dezoito anos e esperavam ansiosas por esse momento.

Ele não gostava do modo como todo mundo vivia para isso. Ficavam sempre ansiosos para as encontrarem e quando isso não acontecia, ficavam tristes e acreditavam que a vida não tinha sentido.

Aquilo não era a única coisa importante, mas apenas ele parecia entender isso.

Acreditava que tudo aquilo era uma bobagem e não iria, de maneira alguma, desperdiçar anos da sua vida para encontrar alguém específico, pessoa essa que ele não sabia quem era e nem onde estava. A alma gêmea dele poderia estar em qualquer lugar do mundo e não tinha como saber.

Não iria se submeter aquele modo de vida e ficar deprimido quando estivesse velho e toda a sua busca fosse em vão, porque acabaria morrendo sozinho.

— Então, ontem descobri que nós temos o mesmo gosto musical também — Taehyung mencionou, fazendo Yoongi revirar os olhos pela milionésima vez nas últimas duas horas. — Me desculpa, Yoon. Sei que detesta ouvir sobre essas coisas, mas estou tão feliz por cada nova descoberta que faço sobre ela que... bem, eu preciso contar para os meus melhores amigos.

Yoongi deu de ombros, fingindo não se importar apenas porque não queria chatear o Kim.

— Entendo completamente — Namjoon respondeu. — Só o nosso bebê anti-amor é implicante, mas logo ele vai conhecer a dele e vai nos entender.

Yoongi afundou no sofá e cruzou os braços, com uma expressão emburrada de quem não aceitava nenhuma palavra que estavam dizendo.

Como sempre, eles estavam reunidos na sala pequena da casa do Min. Namjoon estava sentado no sofá, ao lado do dono da casa, e Taehyung no chão, na frente da televisão, os impedindo de assistir para ter toda a atenção em si.

— Não tenho absolutamente nada contra o amor. Tenho contra essa invenção para fazer jovens entrarem em depressão, eu não vou ficar animadinho com essas historinhas pra boi dormir — resmungou. Os dois se seguravam para não rir, como sempre faziam quando o rapaz começava o seu mesmo discurso de sempre. — Não me importa ficar sem ver essas cores pro resto da vida, eu nunca vi. Não sinto falta.

Taehyung e Namjoon se entreolharam e sorriram. Eles ficavam tão ansiosos para o dia em que o amigo conhecesse sua alma gêmea, que até faziam apostas com isso. Os dois tinham muitas teorias sobre quais seriam as reações dele e numa coisa concordavam: ele provavelmente iria surtar.

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