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   – Como assim uma aranha humana?! – Peter agora estava de pé enquanto vestia a camisa novamente e encarava Bruce, confuso. – Isso nem é possível. Ou é?

   – Se não for, então como me explica o que acabou de fazer com o papel e o frasco que acabei de jogar para o outro lado da sala? – Bruce perguntou enquanto começava a guardar as coisas de forma apressada. --Anda. Não podemos continuar nossos testes aqui. Se descobrirem sobre isso, sua cara vai parar em todos os jornais e canais de TV em menos de meia hora.

   – Tá, e pra onde vamos então? – perguntou Peter, colocando suas coisas na mochila o mais rápido que podia.

   – Para a minha casa, é claro! – Bruce jogou o jaleco em uma das cadeiras e seguiu em direção a saída. – Não se preocupe quanto estarmos saindo cedo do laboratório. Eu converso com eles depois. Agora, sem mais perguntas. Meu carro está no estacionamento.

Peter o acompanhou até o veículo, jogou a mochila no banco traseiro, e seguiram até o apartamento do cientista, que ficava não muito longe do laboratório. Ao chegarem no local, Peter não pôde deixar de observar que a residência era bem luxuosa e bem organizada. Ele pensou em perguntar para Bruce se ele era casado, mas preferiu apenas olhar para suas mãos, em busca de algum anel, porém não encontrou nada.

   – Fica a vontade. Só vou colocar minhas coisas no quarto e já volto para a gente continuar nossos testes – disse Bruce enquanto entrava no quarto.

Peter anuiu, sentou-se com um dos braços apoiado no encosto do sofá e continuou a observar alguns detalhes da sala. Ao correr os olhos pela estante, avistou alguns porta-retratos com fotos de Bruce e outras pessoas que pareciam ser da sua família, mas uma lhe chamou mais a atenção. Nessa fotografia, Bruce estava abraçado com uma pessoa, porém não tinha como saber quem era, pois a foto havia sido cortada por algum motivo que deixou Peter intrigado.

Quando ele pensou em se levantar para observar a foto mais de perto, percebeu que sua mão não queria soltar do encosto da mobília. “Ah, não. De novo, não!” Peter ficou de pé, tentando se soltar do sofá, que insistia em permanecer grudado ao seu corpo. Quanto mais forte ele puxava, mais nervoso ficava  por não conseguir tirá-la de lá. Quando resolveu puxar com toda sua força, foi pego de surpresa por Bruce, que o observava, de pé à porta do quarto, com uma cara de quem prendia o riso.

   –  Calma aí, pegajoso! Desse jeito, vai acabar estragando o meu sofá. – Não se contendo, Bruce dava uma leve risada enquanto se aproximava de Peter, que estava totalmente vermelho por ter sido pego daquele jeito.

   – Me desculpa, Bruce. É que este tipo de coisa só acontece nas horas mais inapropriadas. – Peter ficou ainda mais vermelho ao ver que Bruce estava sem camisa e não pôde evitar reparar que ele estava em muito boa forma.

   – Fica tranquilo. Só tenta não puxar mais. Tenta pensar em alguma coisa que te deixa tranquilo pra ver se ajuda a soltar. Não sei… Pensa em gatinhos fazendo coisas bobas – disse Bruce, sentando no outro sofá e puxando seu notebook para perto de si.

   – Ah, claro! Gatinhos, com certeza, seriam as primeiras coisas que viriam na minha cabeça! – dizia Peter, apontando uma das mãos para a cabeça enquanto olhava para Bruce.

O cientista apenas levantou uma de suas sobrancelhas e apontou para a mão que Peter apontava para a cabeça e deu um pigarro. Peter, então, olhou para ela e se deu conta de que sua mão havia descolado do sofá.

   – Viu? Funcionou! Agora, vamos continuar nossas pesquisas para saber o que realmente tá acontecendo com você. – Bruce encarava o notebook sem sequer desviar o olhar.

Na Teia Do Aranha (Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora