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Finalmente cheguei na janela e pus minhas mãos no parapeito. Tive medo de rever a cena do meu sonho. Medo que mais uma vez pudesse ver o céu vermelho-escuro prestes a cair um temporal; a rua vazia, sem luz e sombria. Mas não, a rua estava perfeitamente iluminada. Os carros passavam como de costume. As pessoas caminhavam como geralmente faziam. Enquanto estava ali refletindo a situação notei que não ventava tão forte como antes. Talvez tenha sido só uma rajada de vento que sempre dá nas noites de lua. E a lua estava como sempre deveria estar: cheia, linda e brilhante no céu. O céu continuava negro na escuridão da noite, mas limpo e estrelado. Estava tudo perfeitamente normal. Respirei com alívio quando tive certeza que não estava mais sonhando.

Puxei as cortinas que não impediu que a lua lançasse seu brilho através delas. O brilho fraco era suficiente para eu chegar ao interruptor para ligar a luz que clareou o quarto no mesmo instante deixando-me sega por um minuto, fechei os olhos pois tinha ficado muito tempo no escuro. Por fim consegui abrir-los, e, a primeira coisa que vi foi a hora no relógio que fica perto da minha TV.

Como eu tinha um tempinho até Blenda chegar, resolvi tomar um banho. Foi no banho que me dei conta que tinha comido apenas uma torrada e suco de laranja no café da manhã, e não tinha comido mais nada desde de então. Decidi fazer uma macarronada, mas não precisou, minha mãe tinha chegado no mesmo tempo que Blenda trazendo uma pizza de mozzarela. Comemos a pizza e depois eu e Blenda subimos para fazermos nossos trabalhos de matemática. Por duas vezes Blenda Perguntou o que eu tinha, porque parecia estranha. Eu estava mesmo estranha. Eu olhava para ela desconfiada, não conseguia evitar, com medo que a qualquer momento ela fosse me apunhalar como acontecera no sonho, mas não aconteceu, mais prova que eu estava realmente acordada.

Depois que me livrei da paranóia de ser esfaqueada, fiquei me perguntando se conseguiria dormir durante a noite. Depois de ter passado a tarde toda dormindo daquele jeito, eu duvidava, mas minhas preocupações foram desnecessárias. Antes mesmo de Blenda sair, eu já me sentia cansada. Os sonhos sempre me deixavam exausta.

O dia seguinte seguiu o mesmo padrão: escola, aulas, professores e etc. Exceto aquele garoto lindo com quem não tive a sorte de esbarrar nos corredores do colégio.

Depois de ter dormido a noite toda sem pesadelos para me atormentar, eu me sentia estranhamente desperta nas aulas de educação física. Ultimamente andava sem energia e não queria acreditar que a culpa eram dos sonhos. Eu nem sei porque eles me deixavam tão cansada.

E os dias se passaram sem pesadelos para minha felicidade, mas para minha infelicidade aquele garoto lindo não apareceu mais. O que será que aconteceu? Será que ele era apenas uma mera coincidência de minha imaginação fértil?

Estava muito cedo para ir para escola, decidi que podia ficar na cama por mais um tempinho. Pensando nas aulas de português que eu não gosto muito, lembrei-me de meu sonho. Eu não acreditava que depois de semanas sem sonhos eles tivessem voltado, pelo menos era só um sonho sem terror para me atormentar.

Em meu sonho, eu estava em minha sala de aula, sentada em minha cadeira, rabiscando preguiçosamente em meu caderno quando o professor Ricardo chama nossa atenção pois queria nos apresentar o aluno novo, quando eu olho, eis quem é... O próprio; o mesmo garoto com quem esbarrei dias atrás. Quando o professor pediu que ele sentasse, ele veio em minha direção e sentou-se na cadeira vazia ao meu lado, virou-se para mim e sorriu de um jeito encantador. O sorriso iluminando o rosto, literalmente. O brilho era tão forte que eu não conseguia olha-lo. Por fim abri meus olhos para manhã ensolarada da minha cidade.

Os raios de sol entravam pelas janelas de vidro, me segando por um momento. Eu tinha de fazer algo a respeito das cortinas que não impedia que a claridade entrasse em meu quarto, eram muito finas.

Depois que meus olhos adaptaram-se a claridade do dia percebi que o brilho que emanava daquele estranho, na verdade, era apenas a luz intensa do sol que me confundia quando eu estava prestes a acordar. A verdade, eu ficava muito confusa quanto aos meus pesadelos, me perguntava se era ilusão ou realidade porque eles me pareciam muito reais. Percebi também que não tinha acordado assustada, mas é claro que não, era só um sonho, mas de certa forma muito profético.

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Gente, se quiserem deixar comentários fiquei a vontade. E caso gostem da história apertem na estrelinha para me incentivar cada vez mais. Valeu!!!!

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