The Royals

Capítulo 03

Paris, França.

Rebekah:

A forma hostil como me olhava expressava claramente seu descontentamento em me ver novamente. E é claro que eu não lhe tirava esse direito, eu havia de certa forma arruinado sua família e sua felicidade.

— Admito que admiro sua ousadia, senhorita Mikaelson. — Comentou sem tirar seu olhar sobre mim. —Se eu estivesse em seu lugar, talvez não tivesse a mesma... Coragem.

— Senhora Romanov... É bom revê-la. — Falei cordialmente e me aproximei mais de sua mesa.

— Não espere que o sentimento seja recíproco, criança.

— Não sou ingênua a tão ponto, senhora.

— Espero realmente que não. – disse baixo, como se fosse algo íntimo. — Mas me diga criança. O que a traz até mim?

— Isabella...

Quando pronunciei o nome, sua expressão mudou automaticamente, transformou-se em séria e obscura, sua postura antes contraída mudara para rígida e em alerta.

— Isso é algum tipo de brincadeira, garota? – Pronunciou entredentes, eu havia pressionado sua ferida. — Dirigir minha família até a decadência emocional e moral não fora suficiente para vocês? Querem nos assombrar novamente? — Questionou-me e pelo seu jeito, eu deveria explicar o caso o mais rápido possível, caso contrário o boulevard parisiense presenciaria um homicídio.

— Mantenha a calma, senhora. — Pedi. — Escute o que tenho a dizer.

— Isabella está morta, Mikaelson. E você é a culpada por isso — Cuspiu as palavras com ódio.

Suas palavras me atingiram em cheio, mas eu não tinha tempo para ficar magoada com suas hostilidades.

— Acredite se quiser, mas passei décadas me torturando por acreditar que eu a tinha matado, mas descobri a verdade e a minha dor foi minimizada, eu posso ter ocasionado tudo isso, contudo, eu não a matei e Vossa Majestade sabe disso. — E posso garantir-lhe que Isabella está viva... Bem viva.

— Acha mesmo que irei acreditar em você? Depois de tudo o que aconteceu?

— Eu não estou pedindo que acredite, apenas que me escute e depois tire suas próprias conclusões. — Argumentei.

Ela me olhou com escarnio, entretanto sua expressão foi suavizando aos poucos.

— Você tem exatos 5 minutos para me convencer que essa história toda é verdade, caso contrário, irei embora e mandarei meus homens atrás de você.

— Não precisarei de mais tempo. — Afirmei. — Bom... Depois do desaparecimento de Bella na batalha, meu querido pai me empalou e aprisionou no meu caixão, onde passei anos, até ser libertada pelo meu irmão, Niklaus. E foi pelo mesmo que fiquei sabendo da "morte" de Isabella, todavia, não estava convencida, algo me dizia que não era verdade. Então comecei a minha busca, primeiro foi atrás de Mikael, mas aquele rato sabe como se esconder, logo minhas buscas não deram em nada.

Meus irmãos me ajudaram a localizar alguns dos capangas dele, que confirmaram que matá-la não era parte do plano de Mikael e que ele havia implantado memorias falsas em minha mente para que eu acreditasse que a havia matado, além de ter enganado vocês.

— O tempo está correndo, Rebekah. Sugiro a você que resuma essa fábula.

—Tudo bem. Há dois anos, eu encontrei uma bruxa chamada Sascha, ela foi a responsável por tirar as memórias de Isabella e aprisionar seus poderes, depois disso Mikael a enviou para os Estados Unidos, onde ela e Bella viveriam. Atualmente Sascha está no Arizona e responde pelo nome de Reneé Dwyer e Isabella em uma cidadezinha chamada Forks. Porém, seu guardião é humano, o que me pareceu completamente estranho.

Por sua expressão fixa e sobrancelhas arqueadas, percebi que havia conseguido sua atenção.

Então puxei do bolso interno do meu Blazer o envelope com todas as informações que tinha sobre Bella.

— Aqui está. — Entregando-lhe o envelope. — Tudo que consegui reunir sobre ela até hoje.

Analisou o conteúdo com cuidado, não havia para onde escapar, eu estava certa.

Dentro do envelope havia cópias dos documentos de Isabella Marie Swan, históricos escolares, fotos dela e com todos aqueles que tinham contato frequente com a mesma. Entretanto, a família Cullen, Jacob Black e Ângela Weber eram os mais relevantes.

Com um pouco de pesquisa, descobri que os Cullens eram frios, mas não representavam grande perigo para Bella, salvo, Jasper que possuía dificuldades com a alimentação vegetariana e tinha a atacado no aniversário de 18 dela, resultando na partida deles da cidade.

O jovem Black e Isabella pareciam grandes amigos, mas após a partida dos Cullen, a relação dos dois sofrera diversos danos.

Restando apenas a garota Weber como braço direito de Bells.

Uma humana comum, mas deveras prestativa.

— Creio que não tenho argumentos para utilizar contra tais provas. – Quebrou o silêncio que tinha se estabelecido entre nós e puxou-me de volta dos meus pensamentos.

— Como eu sabia que não teria.

— O que pretende fazer? Chegar arrombando a porta dela e a sequestrar? Pelo seu relatório, ela teve suas memórias apagadas, então não se lembra de mim, nem de você. – Ela ainda estava na defensiva. Essa história toda a magoava e eu a compreendia completamente.

— Não zombe de mim, senhora. — Pedi. — Irei me mudar para Forks e me aproximar dela e da garota Weber, aos poucos contarei a verdade para ela.

— Parece-me um plano perfeito, salvo, que Mikael ainda está por aí. Quem nos garante que ele não está de olho nela e em você?

— Certifiquei-me sobre isso, Mikael não será problema. Meu pai havia evaporado do mapa, o procurei em todos os lugares imagináveis e inimagináveis, mas minhas buscas sempre terminavam com os mesmos resultados. Nem mesmo, os meus irmãos sabiam o seu paradeiro.

Eliminei alguns de seus aliados, que se recusaram a cooperar comigo.

— Sendo assim, nada nos impedirá de trazê-la de volta. — Eu permitirei que siga com seu plano do jeito que o idealizou, entretanto, me certificarei que você esteja sendo observada. Cada movimento errado ou suspeito, nós entramos em cena.

— É justo, afinal não confiam em mim e é a vida de Isabella que está em jogo.

— Claramente. — Bom... Se isso é tudo eu estou de saída — Disse levantando-se com toda a elegância e charme que possuía. ​

Definitivamente minha Isabella havia puxado o jeito gracioso, elegante e sensual da mãe.

Alexandra Claire Romanov é uma mulher linda e apesar da mesma me odiar abertamente, eu a admirava e agradecia aos céus por ela ter posto a minha garota no mundo.

— Sim, senhora. Entrei em contato em breve.

— До Свидания(Do Svidaniya)* — Disse antes de me dar as costas e partir.

A observei sumir entre a multidão parisiense.

Fiquei ali observando a movimentação por mais alguns minutos, então me levantei e parti.

Estava na hora de recuperar o amor da minha vida.

  

*Do Svidaniya( Até longo, adeus).