0.2 Seu Primeiro Natal

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[1yo]

Okay, talvez cuidar de um bebê seja mais difícil do que eu pensava.

Depois de ler aquela carta mais umas três vezes, pelo menos, chequei a bolinha de pêlos adormecida na minha cama.

Ajeitei o cobertor, azul e felpudo, que já quase engolia o pequeno gatinho e voltei à sala. Retornei ao quarto logo em seguida, com as almofadas que enfeitavam o sofá em meus braços – eram cinco e eu cambaleei várias vezes tentando equilibrar todas de uma vez.

Jimin – o nome que eu recém descobri ser o dele e admito que combina bastante; um nome doce para um gatinho de algodão doce. – estava se remexendo muito e eu temi que os dois únicos travesseiros da casa não seriam o suficiente para cercá-lo sobre a cama e impedir que ele tenha uma queda terrível.

Não demorou para a cama estar cheia de almofadas e cobertores, foi até um pouco difícil conseguir colocar o travesseiro de bebê, que eu consegui com a vizinha, debaixo da cabeça de Jimin; mesmo ele sendo incrivelmente calminho, ainda mais dormindo, sua agitação – causada pelo possível sonho que ele está tendo, e que sonho – era muita e isso refletia nas suas orelhinhas que não paravam de se mexer.

E isso, o remexer de suas orelhas felpudas, era um pouco estranho, já que não é todo dia que se vê um híbrido por aí, eu não estou acostumada com nada, nem ao menos, parecido. Eu nem tinha a certeza de que eles realmente existiam até ele aparecer na minha porta, há algumas horas atrás; achava que eles eram como a Fada do Dente ou Edward Cullen. Mas esse estranho não era um estranho ruim, como um sexto dedo do pé, era um estranho agradável, como o próprio cheirinho dele.

Bebês e gatos nunca foram tão atrativos para mim. Lembro de quando meu irmão adotou um filhote felino e o quanto eu adorava fazer carinho nele, mas odiava os pêlos que apareciam em bônus na minha roupa.

Também me recordo de quando Jungkook nasceu, filho do meu já citado irmão, adorava pegar ele no colo e brincar com seu narizinho, mas era só ele começar a chorar que eu já tratava de devolvê-lo para o colo da mãe sem nem a menor intenção de tentar acalmá-lo.

Mas com Jimin parece ser diferente, parece que surge uma paciência extra. E eu acho que é assim mesmo que acontece quando nos deixamos cativar por alguém. Esse pequeno bebê me cativou no momento em que soltou seu primeiro miado dentro da cesta e eu não tenho mais nada a fazer contra isso.

Irei dar meu melhor para cuidar dele. Infelizmente, não como a mãe que ele merece – pois reconheço que sou imatura para isso e, mesmo se não fosse, não ousaria tomar o lugar de sua mãe biológica. –, mas como a Noona que fará de tudo para que ele possa ser feliz.

Mais tarde, naquela madrugada, não consegui dormir de imediato quando me deitei ao lado de Jimin – vale destacar o quanto eu sofri para conseguir um cantinho naquela cama cheia de almofadas, cobertores e um híbrido pequeno que ocupava o lugar de duas pessoas adultas – pois pensamentos sobre o meu atual salário e no quanto eu iria começar a gastar com Jimin me assombravam.

Nem sei onde arranjarei alguém para cuidar dele enquanto eu tiver que sair – e que aceite pacotinhos de miojo como pagamento.

Mas aos poucos esses pensamentos viravam ovelhinhas, e quando eu finalmente consegui cair no sono, depois de fazer contas mentais de quantas horas ainda tinha para dormir e sentir vontade de chorar com o resultado – só não chorei porque seria preciosos minutos a menos – eu ouvi um resmungo.

Mãos minúsculas agarraram o braço que eu contornava a barriga de moletom do neném e, depois, mais resmungos baixinhos.

Silêncio.

Na Sua Porta - Imagine Jimin BTS [Park Jimin]Onde histórias criam vida. Descubra agora