PRÓLOGO

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 Hanaome Granger

Certa vez me perguntaram, você pertence à Luz ou às trevas? Eu me lembro de ter respondido: "eu pertenço à minha irmã ", eu sempre deixei claro que eu estaria no lado da guerra que a mantivesse viva, não importava o'que acontecesse a mim, eu seria o anjo da Guarda dela, afinal ela é minha irmãzinha e por ela eu faço absolutamente tudo, até mesmo desistir da única pessoa que eu pude amar em toda a minha vida.

Olhei para o lugar em volta, Hogwarts, minha amada e ao mesmo tempo odiada, Hogwarts. Tudo estava destruído, a guerra havia acabado a poucas horas, o lado da Luz triunfou como já era de se esperar, perdemos muitos dos nossos durante a guerra, porém ao olhar mais para frente eu pude vê-la, minha amada irmã, Ela está bem, viva e principalmente, feliz. Suspirei de alívio ao pensar no tormento que foram os últimos anos.

Hermione estava abraçada com a cenoura ambulante e com o testa rachada, e pensar que eu odiei tanto esses dois nos últimos sete anos por terem colocado a vida dela em perigo diversas vezes, mas hoje eu vejo que depois de mim e do namorado dela, eles dois fariam de tudo para protegê-la mesmo sendo dois cabeças ocas, como diria o Severo.

Senti o vento soprar em minhas narinas e até mim ele trouxe uma brisa leve com um cheiro forte, Colônia masculina, whisky puro e sangue, o mesmo cheiro da minha amortentia, o cheiro que me persegue desde que eu era muito pequena, o cheiro daquele que eu amei, e que a guerra levou de mim. A sensação de sufoco era grande, eu precisava sair de Hogwarts, talvez até da Inglaterra... eu precisava ir para algum lugar longe com Ela, onde viveríamos até o fim da minha vida, recomeçar e tentar cimentar todas as dores trazidas pelos últimos acontecimentos.

Olhei pra minha mão e vi meu anel de pérola, minha aliança e meu colar com pingente de lua amarrado ao pulso. Respirei fundo ao olhar para os destroços do castelo.

Agora que a guerra acabou, eu terei tempo de sobra para contar a minha versão da história que muitos já conhecem... eu me chamo Hanaome Jessie Granger, e não! Você não leu errado, é isso mesmo, sou a irmã gêmea de Hermione Jean Granger, nomes muito parecidos não é? Os trouxas (lê-se meus progenitores) não tem criatividades para nomes. Mas por favor, ignore meu sobrenome e me trate apenas por, Hanaome.

Mas enfim, essa é a história da minha vida e como ela foi dedicada completamente e inteiramente a proteger minha irmã gêmea, a minha outra eu.

Mas eu peço que vocês não se assustem, ela não vai começar em um lugar bonito, na verdade ... essa história começa em 1984, em uma estrada que levava para o interior de Londres.

Ouvi meu pai brigando com Hermione pelo que deveria ser a décima vez, ela era muito animada e criativa, e uma irmã muito protetora, eu costumava fazer coisas estranhas acontecerem, como levitar objetos, quebrar coisas (sem toca-las) quando me assustava e Hermione em seu papel de irmã mais velha sempre pegava toda a culpa, ela assumia meus problemas como se fossem dela.

- você é uma criatura muito desastrada, Hermione!

- me desculpe papai! - sussurrou ao meu lado.

- estou pensando seriamente em deixar você o resto da vida para a sua avó no interior, ela costumo disciplinar garotinhas levadas como você! - esbravejou nossa mãe.

- nós estamos indo pra casa da vovó ? - perguntei ao me dar conta que estávamos na estrada já tinha quase duas horas.

- sim, anjinho. Sua maninha vai passar um tempo com a vovó! - disse meu pai olhando pra Heloísa, minha mãe. - já está decidido, Hermione ficará no interior, pelo menos esse verão!

- não!! - gritei.

- calada, Hanaome, sua irmã precisa ser disciplinada!

Senti uma onda de nervosismo me tomar, meu sangue inteiro gelava e minhas mãos suavam frio. Hermione e eu não podíamos nos separar, comecei a tremer e de repente o nosso carro escorregou pela pista e tudo ficou escuro.

Quando acordei na manhã seguinte soube que ocorreu um fenômeno sinistro na pista, ela ficou cheia de gelo e fez o carro em que estávamos capotar. Meus pais e eu tivemos alguns ferimentos, mas Hermione bateu a cabeça e teve problemas de memória. Ela lembrava quem eu era, lembrava quem eram nossos pais, mas não conseguia se recordar das circunstâncias do acidente, de onde estávamos indo e das coisas estranhas que eu costumava fazer.

Melhor assim, pois ela pararia de tomar a culpa por mim. Lembro de ter rezado a todos os deuses possíveis e imagináveis para que eu parasse de fazer coisas estranhas e eles me ouviram, ou alguém ouviu.

- Você precisa respirar fundo! - a mulher fantasma apareceu pra mim pela primeira vez quando eu recebi a notícia de que Hermione estava entre a vida e a morte. - se não vai perder o controle.

Era uma mulher, pele bastante pálida, os olhos opacos, um vestido branco sujo de sangue nas pontas, ela sempre teve um semblante muito triste, ela poderia ser uma imagem assustadora para qualquer criança de quatro anos. Mas ela me ensinou a me controlar, respire fundo querida.

Eu tinha cinco anos quando eu falei sobre ela para os meus pais e eles acharam "fofo".

- que coisa mais fofa! - disse minha mãe sorrindo e apertando minhas bochechas.

- o que foi meu amor? - perguntou papai colocando Mione sentada na cama.

- Naome tem uma amiga imaginária! - respondeu contente.

Como Hermione demorou um ano para se recuperar do acidente, eles acreditaram que eu havia criado uma amiga imaginária para suprir a falta que minha gêmea fazia, é claro que isso não durou muito, aceitar uma amiga imaginária de uma criança de quatro-cinco anos, que está lidando com a ausência de sua companheira desde o útero tudo bem! Mas quando Hermione melhorou fisicamente e voltamos a rotina do dia a dia (sem hospitais, fisioterapias e etc) e eu  fiz sete anos eles me mandaram parar e eu não parei.

- você já está bem grandinha para acreditar em amizades invisíveis! - gritou John, meu pai, extremamente irritado por eu tê-lo feito passar vergonha com "minha amiga imaginária" em frente a alguns funcionários do consultório.

Mas ela não era imaginária e nem invisível, e a todo custo eu queria que eles vissem e acreditassem em mim, porem um dia em 1986 foi demais para a paciência deles e então eles ligaram para a diretoria do Saint Juliette e os coordenadores mandaram que eles fossem me deixar lá no hospício.

- A minha pobre menina está louca, ela fala sozinha e afirma ver um fantasma de uma mulher... eu não sei mais o que fazer! - falou exasperada para a diretora daquele inferno.

- eu não sou louca, eu sempre a vejo, ela está aqui agora! Atrás da senhora! - falei apontando para direção onde "Ela'' estava.

O choro dela aumentou e seu marido a consolou.

- prometemos que cuidaremos bem dela! Lidamos com situações assim todos os dias, vocês podem se concentrar em cuidar de sua outra filha, geralmente gêmeas tendem a compartilhar desses tipos de problemas mentais! - afirmou com firmeza a mulher que eu sabia ser a diretora daquele lugar, Alexa.

Eles dois se levantaram de onde estavam e rumaram para a porta.

- mamãe, papai... por favor não me deixem aqui... eu quero ir pra casa, por favor me tirem daqui!

Eu gritei enquanto eles iam embora, chorei, implorei... me debati enquanto me levavam para o meu quarto, me desesperei quando dentro de uma camisa de força eles me colocaram.

- eu não sou louca!

Quem sabe eu ainda sou uma garotinha
Esperando o ônibus da escola sozinha
Cansada com minhas meias três quartos
Rezando baixo pelos cantos
Por ser uma menina má



Oiiii, demorou mais eu voltei.
Não mudei muito o prólogo, mas adicionei coisas a mais.

Gostaram ?

Apenas, HanaomeOnde histórias criam vida. Descubra agora