XI-Doce Melodia: O inicio do fim

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''Queria que eu pudesse

Queria que eu pudesse achar meu único amor verdadeiro essa noite..."

***


O frio da noite colidia violentamente contra a pele desnuda de Isis que corria com todas as forças que lhe sobraram, tentando ao mesmo tempo estancar seu sangramento que insistira em escorrer pelo seu corpo. A falta de roupa começara a incomodar quando entrou floresta mais a dentro. A mulher tentava não aproximar-se mais do sul, seria perigoso encontrar com a bruxa Melissa naquele momento, poderia até mesmo custar-lhe a vida, mas o que não lhe custaria um valor alto?

Seu peito subia e descia cada vez mais rápido por conta de sua respiração descontrolada, sua visão se tornava cada vez mais turva e o sangue em seus dedos estavam cada vez mais fluido.

--Adoraria poder estar tomando uma xícara de café enquanto ria com algum filme ruim --Isis suspirou ao notar a situação em que se encontrava --Minha avó sempre dizia que quem faz aqui sempre paga aqui. Nunca imaginei que concordaria com ela -- a loira ajoelhou-se enquanto apoiava-se em uma árvore para tentar conter a dor --Olhe minha situação, conversando sozinha, sangrando no meio de uma floresta com medo de ser pega por "ela"-- neste mesmo momento entre algumas árvores próximas, Isis notou um vulto --E para piorar estou tendo alucinações --ela olhou em volta novamente e retornou a encostar-se fechando os olhos.

--Nicole! --uma voz doce soou pela floresta e Isis abriu seus olhos rapidamente.

Ao erguer sua cabeça, notou ao longe em meio as folhas de um grande arbusto uma mulher de costas quem em seu corpo um longo vestido vermelho pingava violentamente uma grande quantidade de água.

--Mãe...--Isis sussurrou e levantando-se começou a correr em direção a mulher mesmo com seu ferimento insistindo em sangrar bruscamente.

***

--Tudo pronto para o show, Marie --Samantha olhava profundamente para a água escura do lago a sua frente --Desculpe-me ter que fazer isso, alguém tem que parar a sua filha. Sinceramente, espero que me perdoe --ela virou-se lentamente e observou Black surgir entre as folhas secas das árvores, segurando a mão direita do homem uma pequena garotinha que os olhava apreensiva.

--Mamãe, que lugar é este? --questionou a pequena criança com o ar assustado, sua voz infantil emitia um leve tom de choro.

--Elizabeth, quero que você confie na mamãe, certo? -- a criança olhava apreensiva para a ruiva a sua frente e a seringa que a mesma tinha em suas mãos.

--Vai doer mamãe? --os olhos da pequena enchiam-se de lagrimas.

--Não vai --Samantha aproximou-se e com muita delicadeza aplicou o liquido no braço da garotinha.

--Mamãe...-- a pequena Elizabeth perdeu a consciência rapidamente e Black a amparou.

--Samantha, eu não concordo com isto --o homem pronunciou-se em um tom apreensivo.

--Eu não quero que minha filha continue sofrendo por causa da ligação com aquela mulher --Samantha o olhou firmemente --Eu já me ferrei de mais com essa história, eu não irei parar agora! --Ela tocou delicadamente no rosto do homem -- Eu juro que não irei fazer nada que possa machuca-la, você realmente esta disposto a entregar nossa filha para esta maldição? Você esta disposto, Riin?

--Não me pergunte besteiras --ele segurou a garotinha em seu colo e Samantha colou sua mão sobre o rosto dela.

***

Em meio as folhas mórbidas e secas daquela floresta, Isis perseguia a mulher de vestido vermelho. O sangue escorria entre seus dedos, sua visão tornara-se mais turva, porém para ela não era motivo algum para parar. Intensamente a loira correu, até que em um ponto subitamente Isis parou e notou que já alcançara o lago, neste instante todo seu corpo congelou, a mulher que estava a perseguir havia sumido completamente.

Ao olhar as águas escuras e esverdeadas do lago, notou uma garotinha em pé sob ele. Seus cabelos eram escuros como o mais preto carvão, sua pele era clara e quase transparente podendo-se notar até algumas de suas veias, seus olhos eram de um azul escuro tão profundo como a noite.

Isis ficou congelada observando a criança a sua frente, seus olhos e boca tremulavam como se estivesse em um frio glacial.

--Nicole --a voz da criança soava distorcida como se a de uma mulher se sobrepusera com a sua original --Como você pode?

--Mãe? --seu olhar transmitia o mais puro horror --Você esta morta, não deveria estar aqui!

--É tão decepcionante ver como se tornou parecida com ele -- a cada palavra proferida pela garota, a voz unificava-se tornando-se mais grossa e alta, no entanto, mórbida.

--Mãe, eu juro que não fiz nada de errado! Tudo foi merecido, onde esta o erro em amar? Todos foram traidores! --Isis se desesperava, seus olhos transmitiram angustia e terror.

--Não, Nicole, isto nunca foi amor, foi uma grande desculpa, os humanos não possuem este direito de ceifar as vidas de seus semelhantes --no mesmo instante inúmeros homens surgiram atras da garota. Alguns possuíam horríveis e profundos cortes em seus pescoços, outros seguravam em sua mãos suas próprias entranhas --Você esta querendo dizer para mim que todo esse sangue em suas mãos fazem qualquer sentido? Esta dizendo que assassinou estes homem em nome do amor, mas me responda Nicole, qual desses você realmente amou? Quantos desses realmente mereciam a morte? Isis? Eu não coloquei uma mulher tão vil no mundo, não morri por algo tão podre! Eu morri por Nicole!--os olhos da garotinha transmitiam um brilho avermelhado, enquanto sua voz se tornava mais alta e desesperada.

--Você quem me abandonou primeiro, me tornei pela sua fraqueza MARIE, você que no fim se tornou o meu inicio, quando matei o "papai" percebi que só me enganei , o mundo é sujo, o que há de errado em deixa-lo um pouco mais colorido com o vermelho desses caras sujos, no fim não faria diferença nenhuma!

--É irônico, eu lhe dei a vida e terei que tira-la. Você tem razão, tudo foi culpa minha --a garotinha sorriu docemente -- Pelo o que vejo, Samantha se tornou uma mulher mais cruel, tanto que fará a mãe no corpo da sua filha mata-la -- lentamente a aguá do lago começou a movimentar-se e e transforma-se em uma especie de lança.

--Desculpe, Marie, mas se quiser realmente me impedir terei que matar minha mãe e minha filha --Isis sorriu diabolicamente --Esta será a verdadeira ironia.





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