Capítulo 2

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Savana Muniz

Coloquei meu celular no modo soneca assim que ele tocou novamente, e fiz uma nota mental de levar o celular na assistência técnica. 

Ainda estava escuro demais para o despertador gritar desse jeito. fechei os olhos e deixei que o sonho com o lindo surfista com braços musculosos me envolvesse.

Mas infelizmente quando estava prestes a ser contemplada com o toque dos lábios macios do meu muso bronzeado , um toque diferente me tirou do meu estado de felicidade e plenitude.

- Mas que porra. 

Peguei meu celular furreca e lancei com forca contra a parede. fez um barulho maior do que eu esperava, então levantei para ver o estrago que havia feito.

Alcancei o celular intacto no chão e vi o amassado na parede. Obviamente eu me conheço o suficiente pra jamais colocar o meu celular novo que eu dividi em suaves vinte e quatro prestações pra pagar como meu despertador.

Eu uso mesmo o Nokia Tijolão que não quebra nem se receber um tiro, alias não entendo como não usam esses aparelhos como munição nas guerras, faria muito mais estrago.

Analisei com cuidado o celular, para ter certeza que dessa vez ele não tinha se partido, quando acendi a tela e olhei as horas, quase cai morta no chão.

já eram quase 10 horas da manha, e eu deveria estar no meu novo emprego as oito.

Provavelmente agora é futuro ex novo emprego.

Para melhorar minha situação, eu não fazia ideia de onde estava meu celular de verdade. eu e minha estupida mania de deixar o celular no silencioso. Muito bem Savana.

Eu me sentia em guerra com a minha mente, que me dizia para me aprontar rápido e ir correndo ate a escola e que também me dizia que já era tarde demais e que eu devia voltar para cama e dormir mais um pouco.

Dei dois passos em direção a cama, já sentindo meus olhos se fechando e meu corpo envolvido pelo surfista gostosão, quando que por intervenção divina, meu tijolão começa a tocar de novo, mais alto do que jamais havia tocado.

- Não precisa ficar com raiva por que te joguei na parede. - Disse alcançando o aparelho.

Decidi que a melhor opção era encarar minhas responsabilidades como a adulta que sou, dei minha palavra que ensinaria musica e dança aos anjinhos e ensinarei.

Peguei minha caixinha de musica que fica no meu criado mudo e dei play para continuar ouvindo as musicas que tocavam antes de dormir.

O som de where have you been e a voz melodiosa da Rihanna preencheram meu apartamento, enviando uma onda de energia por todo meu corpo.

Comecei a organizar meu quarto, e não demorou muito para achar meu celular. Felizmente não tinha nenhuma chamada perdida, então talvez eu não estivesse tão encrencada.

O melhor a se fazer agora era tomar um bom banho e correr para a escola, talvez eu conseguisse o perdão da diretora.

Me arrumei com exatos quinze minutos, um recorde para todos os meus shows de atraso que minhas pelúcias assistiam.

Mulheres de 23 anos também podem guardar suas pelúcias

Levei um tempo a mais passando meus cremes para a pele e meus perfumes, se havia algo que meu melhor amigo me ensinou, e que um bom creme e um perfume caro podem salvar sua vida ou trazer seu amor. Ate hoje não havia trago o amor, mas admito que tenha salvo minha vida algumas vezes.

Desci correndo as escadas do prédio, morava no ultimo andar, só pra facilitar minha vida. quando cheguei ate o final, procurei pelo meu fone dentro da minha bolsa, não vivia um segundo sem alguma musica para me anestesiar.

A escola ficava apenas algumas quadras da minha casa. Achei que seria o emprego perfeito pra mim, sendo tão perto eu jamais me atrasaria. Grande erro.

Apressei meu passo, minha cabeça repetia sem parar, "Eu tenho que conseguir chegar a tempo". meu peito se encheu de alivio quando avistei os muros da escola.

Corri ate o portão onde um porteiro simpático permitiu que eu entrasse sem precisar de usar ardilosos argumentos, me poupando algum tempo, dei alguns passos de costas, agradecendo o porteiro, quando me virei trombei em alguém que carregava algum liquido gelado, que despejou todo em cima de mim.

- Mas que porr.  - Parei de falar quando vi de quem se tratava. Um jovem loiro, que provavelmente tinha dezessete ou dezoito anos, usando a camisa de uniforme da escola.

Perfeito Savana, extremamente atrasada, toda molhada e agora você xinga um aluno da escola, sera um milagre se você conseguir lecionar nessa escola ainda, ou em qualquer outra escola depois disso.

- Me desculpa ai tia, eu não vi você vindo. - O menino loiro disse.

TIA??? Meu dia acaba de piorar infinitamente.

Ele se abaixou para pegar o copo de plastico que tinha caído no chão, e enquanto se levantava, seus olhos percorreram minhas pernas e todo meu corpo ate parar nos meus olhos, onde ficou me encarando por uns minutos.

E por algum motivo desconhecido pra mim, eu não consegui desviar meu olhar.

- Pra sua sorte, é só água. nem vai tirar seu perfume.

- Obrigada pelo aviso.

- Sergio? O que esta fazendo fora da sua sala? - Uma mulher que eu reconhecia se aproximou de nos.

A diretora Sonia, que havia feito uma entrevista comigo alguns dias atrás, uma mulher que parecia extremamente bem humorada, o que era estranho pra mim, na minha época de escola, todos os professores e diretores eram carrancudos.

- Eu estava subindo mas acabei esbarrando nela. - Sergio disse.

- Nossa senhora Sergio, você não presta atenção menino? vai pra sua sala.

O rapaz, Sergio, simplesmente acenou e subiu

- Venha comigo Savana.

Segui Sonia ate a sala da diretoria. 

- Eu sinto muito pelo que te aconteceu. 

- Não tem com o que se preocupar, se eu não tivesse me atrasado não teria acontecido.

- Você tem razão.

Sinceridade rebatida com sinceridade 

- Sinto muito.

- Não se preocupe com isso, dentre os muitos critérios que analisamos para contratar uma professora, pontualidade talvez não tenha sido prioridade. Mas me impressionou bastante seu curriculo Savana, e principalmente a intensidade do seu amor pela musica.

- A musica salvou minha vida.

- Eu acredito, e espero que possa salvar vidas aqui também. seja bem vinda Savana.









Minha Doce ProfessoraWhere stories live. Discover now