17. back to the three house

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na manhã seguinte, josh foi acompanhado por debby até a casa na árvore que assombrava seus pensamentos. a amiga havia se oferecido para acompanhá-lo, visto que ninguém achava uma boa ideia ele voltar sozinho. principalmente depois das conclusões do dia seguinte.

ao entrar no cubículo de madeira, a menina entendeu o medo que o local causava no amigo. as paredes pintadas de vermelho atrapalhavam na pouca iluminação natural que o local recebia que vinha de duas pequenas janelas, além do caos em meio a tantas folhas e tralhas jogadas no chão sujo.

eles deram alguns passos, até se entreolharem novamente. não sabiam o que estavam procurando, nem se iriam encontrar algo.

— talvez... — josh começou a dizer, apenas se sentando no chão — devêssemos ler o máximo e separar qualquer coisa que pareça ser útil.

— tudo bem, me parece uma boa ideia. — debby respondeu, se sentando também. prendeu os cabelos ruivos em um rabo alto e começou a procurar algo entre os papéis, ignorando ao máximo o calor escaldante.

ambos passaram por diversas folhas, mas a maioria não parecia dizer nada em especial. já haviam perdido a noção do tempo quando debby encontrou algo.

— ei, josh. olha isso.

ela esticou a folha para ele, entregando um papel com um print de um site de lendas urbanas. era uma história grande, com letra pequena e que tyler havia grifado alguns parágrafos.

a lenda contava a história de uma espécie de demônio que se fixava em algum lugar para extrair cada gota de felicidade que a população possuía. para fazer isso, ele implantava mentalmente preocupações ou doenças, desgastando e arrancando a essência da vida pouco a pouco.

— você acha que pode ser isso? — ele levantou os olhos, e ela deu de ombros.

— eu também notei algo a mais. — debby engatinhou até ficar ao lado de josh, apontando o dedo para uma partezinha pequena no canto da folha. — tinha mais coisa sobre isso, talvez ele tenha imprimido também.

— então vamos achar.

os dois viraram de costas, começando a mexer entre os papéis com afinco. depois de organizar em pilhas quase todos, josh achou a segunda página.

— aqui! — ele deslizou até debby, esticando até que ambos conseguissem ler.

o segundo papel contava que não sabiam como evitar que o demônio volte, mas listava um item que podiam repeli-lo. água do mar. mesmo em mínima quantidade, ela causa queimaduras graves na pele do monstro. logo em baixo, havia escrito que ninguém tinha arranjado uma forma definitiva de extermina-lo, mas tyler parecia saber uma resposta. uma seta, desenhada a caneta, levava até um canto em branco da folha. medo. era a única pista que tyler havia fornecido sobre o caso.

— acho que temos o que precisamos, debby. — josh disse, dobrando os dois papéis com cuidado.

— vamos mostrar pra eles amanhã, então. — ela disse, se levantando com a ajuda da mão do amigo.

os dois saíram da casinha, caminhando calmamente pela floresta. o frescor do vento os aliviava, se sentiram sufocados dentro do lugar.

— josh?

— oi, debby. — ele respondeu, se extraindo de seus devaneios.

— eu decidi largar o clube de jardinagem. — ela confessou, colocando as mãos pequenas nos bolsos da jeans azulada.

— por que? — josh perguntou de imediato, claramente surpreso.

— durante as últimas semanas, eu percebi o quanto estar lá não me agradava. — ela comentou, enquanto continuavam a caminhada. — eu passava horas e mais horas lá, fazendo algo que eu absolutamente detesto, somente por que é o ofício da minha família. acho que passar tanto tempo com vocês me fez perceber que não é isso que eu quero.

— e o que você quer, então? — ele perguntou, a olhando pelo canto dos olhos.

— acho que eu quer ser psicóloga. quero ajudar pessoas como o tyler a lidarem com seus problemas... não sei, me parece algo nobre.

— e é. — ele sorriu — fico muito feliz por você, de verdade. e acho que a sua família também vai ficar.

— eu espero, josh. mas a desaprovação deles não vai me fazer desistir. eu me senti insegura sobre minhas vontades a minha vida inteira. não custa nada pensar um pouquinho em mim.

eles continuaram a caminhar em silêncio, mas josh refletia sobre as informações que estavam nos papéis que guardava no bolso. em um breve segundo de lucidez, um dos fatos fez sentido em sua mente.

— debby, eu acho que entendi por que tyler enterrou a caixa na areia.

— por que? — ela virou um pouco o corpo, olhando-o de volta.

— a areia em baixo do píer é molhada, não é? — ela concordou — talvez ele quisesse garantir que aquela coisa não conseguisse alcançar. se ele tocar na areia molhada com água do mar, iria se machucar.

— isso faz sentido. mas por que era tão importante que a caixa não fosse encontrada por ele?

— bem, a chave da casa na árvore estava lá dentro. talvez tenha mais alguma coisa importante e nós ainda não percebemos.

¦»«●»«¦

desculpa, o capítulo ta curtinho :(
estamos na reta final, to ansiosa ♡

the boy who cried wolf  ᤴ  joshlerOnde histórias criam vida. Descubra agora