We've a lot of starving faithful

68 6 1
                                    

| Gente só para deixar claro, essa fanfic é minha e também atualizo ela lá no Spirit. Outro aviso,   não sou contra nenhuma religião, apenas estou usando uma deixa histórica e também me inspirando da música "Take me to Church do Hozier. Espero que entendam que isso é ficção e que isso é uma história! Espero que gostem meus amorecos! Boa leitura|



                                                        Nova Inglaterra - Estados Unidos, 1650

pov. sara

A água borbulhava na grande panela no fogão a lenha, Laurel e eu iriamos lavar os cabelos hoje para podermos ir à igreja, mamãe separava nossas melhores roupas e papai havia ido buscar lenha. As coisas na Nova Inglaterra estavam agitadas, rumores de que um novo navio estaria para chegar com novos moradores, e nem todos eram puritanos. Então ninguém estava muito preocupado com a pregação de hoje apenas com os avisos que o pastor iria dar ao final.

– "Espero que Marie e Julliet consigam embarcar no próximo navio. " – Mamãe aguardava por cartas de suas irmãs todos os meses, mas nenhuma notícia chegava de Londres, então quando os rumores de que um navio vinha com passageiros ela se enchia de esperanças, começava a procurar lotes a venda para ajudar as irmãs, mas sempre acaba aos prantos quando se plantava a frente do porto e nenhuma delas descia. Laurel me olhou com os olhos cheios de preocupação e eu apenas dei de ombros me deitando com a cabeça em seu colo.

– "Papai me levou para ver Tommy hoje". – Minha irmã falava em uma voz mais baixa para que apenas eu pudesse a escutar, ela estava noiva de Thomas Merlyn mas desde criança escondia uma paixonite por Oliver Queen, que no caso estava tentando negociar minha mão com papai, mas todos sabiam que o senhor Queen tinha olhos apenas para uma mulher, Felicity Smoak. No fundo de meu coração, esperava que esse meu noivado não desse certo, eu não amava Oliver e ele não me amava e esse casamento seria um desastre. – " E como foi? " – Perguntei no tom mais curioso que podia colocar mesmo sem realmente querer saber sobre o encontro. – " Ele me deu isso. E me beijou. Sara, minha irmã, acho que finalmente irei esquecer Oliver, acho que estou me apaixonando por Thomas. " – Laurel, passava os dedos sobre os lábios quando falou sobre o beijo suspirou colocando a outra mão sobre o pequeno colar que pendia em seu pescoço antes que pudesse responder nossa mãe entrou no quarto nos chamando.

xxx.

O pastor fazia sua pregação enquanto uma chuva torrencial caia pesadamente do lado de fora da pequena igreja, que havíamos terminado de construir a poucas semanas, com a nova igreja novas regras foram instauradas, ele nos separou em quatro grupos, homens, mulheres, idosos e as crianças. Cada um dos grupos deveria se sentar em um lugar específico dentro da casa do Senhor, pois era assim que ele desejava. Mas papai observava mamãe, Laurel e eu com olhos de águia. Era seu modo de dizer que, não importava o que o Senhor dizia, ele queria toda a família reunida na oração. Eu não me importava com aquilo. Na verdade, eu odiava a igreja. Me sentia presa, confinada, nada do que o pastor nos falava condizia com meus pensamentos e isso me deixava triste, isolada e preocupada. Onde seria o meu lugar se não fosse esse?

- " Em poucos dias, caros amigos, iremos receber mais um navio de irmãos puritanos. Nossa comunidade cresce nessas terras, a Nova Inglaterra cresce, faremos da América nossa casa, nosso lar. " – Mais pessoas, mais famílias fugindo da Europa, buscando paz nas terras além-mar, porém nem mesmo aqui nessas terras livres vivíamos livres. Afinal devíamos seguir todas as regras da igreja, devíamos trabalhar duro para conseguir chegar a glória. –" Infelizmente irmãos, não iremos receber apenas irmãos ao nosso lado, mas não agiremos como os ingleses, iremos aceitar que fiquem conosco desde que não atrapalhem o modo como vivemos. " – Laurel se inclinou ao meu lado fazendo piadinhas sobre o pastor e seus avisos enquanto uma risada ficava presa em minha garganta mamãe me dava uma cotovelada nas costelas e um leve tapa na cabeça de minha irmã para que nós parássemos. Então todos ficaram em silêncio e toda a comunidade passou a orar e finalmente estávamos livres.

xxx.

Duas semanas tinham se passado desde o aviso de que um navio iria chegar, todos se preparavam para receber os novos moradores, alguns sabiam que familiares chegariam e arrumavam seus quartos de visitas, outros, terminavam de construir casas. Durante o almoço papai veio até a casa, sentou-se no em sua poltrona e jogando sua arma na cadeira ao lado.

– "Prendemos um grupo de saqueadores vindos do Sul com carroças cheias de prata, com certeza, assaltaram algum nobre sulista. " – Mamãe se postou atrás dele lhe fazendo massagem nas costas enquanto eu e Laurel sentávamos ao chão para ouvir o que ele tinha a dizer. – " Espero que chegue boa gente nesse navio, precisamos de mais pessoas para ajudar na delegacia. Por sinal, uma embarcação irá chegar hoje no fim da tarde ao porto. Recebemos um pedido para fazer a segurança do local. " – A conversa mudou o rumo dos ânimos da família, afinal algo tão simples como aquilo se tornava um evento social e tanto para a ainda pequena comunidade que se construía. – " Meninas, se arrumem. Iremos ao porto, coloquem seus chapéus. Quentin, avise os rapazes que hoje eles iram poder ver Laurel e Sara a noite na minha companhia, claro. " – Uma onda de desânimo invadiu meu corpo quando voltei a desabar os ombros enquanto Laurel tagarelava sobre quais roupas deveria usar e a quanto seu cabelo não estava brilhante o suficiente e então em um pulo ela se levantou correndo em buscar do colar que o senhor Merlyn havia lhe presenteado.

–" Não parece tão animada quanto sua irmã, algum problema entre você e Oliver?" – Nego com a cabeça antes de me levantar e ajeitar o vestido. –" Não mamãe, apenas uma dor de cabeça repentina. Irei ajudar Laurel a encontrar o presente. Com licença. " – Podia sentir os olhares de meus pais cravados em minhas costas até o momento que fechei a porta atrás de mim.

xxx.

Passava pouco das quatro da tarde quando chegamos ao porto, cada uma de nós carregava uma sombrinha para nos proteger do sol, Tommy segurava o braço de Laurel e cochichava algo que a fazia rir incontrolavelmente, já Oliver estava parado como um soldado atrás de mim que tinha os braços apoiados na madeira do peitoril do mezanino que dava para o porto, meus olhos estavam fixos no navio que se aproximava preguiçosamente do cais. –"Não quer ver outra coisa, senhorita? " – Ouvi a voz do rapaz minha intenção era dizer não e manda-lo embora, porém minha mãe estava com ouvidos atentos e olhos mais ainda, ela queria que esse noivado saísse, era importante para as famílias. Era por isso que Oliver não havia se casado com Felicity então apenas concordei no mesmo instante que o navio atracou com um barulho estridente e estalos.

Meus olhos, se viraram para a grande embarcação junto com os de tantas outras pessoas, os passageiros começaram a sair, em sua maioria puritanos como nós, podíamos perceber pelas roupas, mas uma pequena parte não era. Um homem me chamou atenção, ele vinha com duas mulheres ao seu lado, andavam como iguais, uma delas usava um vestido lindo verde esmeralda e abava um leque de mesmo tom, a outra usava calças e camisa, seus cabelos negros caiam em suas costas como cascata brilhosa e um chapéu finalizava suas vestes. Seus olhos se recaíram em mim, e por eles fiquei hipnotizada, suas mãos subiram rapidamente até o chapéu e ela fez um cumprimento junto com um piscar de olhos e abriu o sorriso mais lindo que eu já tinha visto. Meu coração acelerou por um instante e minhas mãos foram ao peito como se o ar estivesse faltando em meus pulmões.

O que havia acabado de acontecer?

Take Me To ChurchOnde histórias criam vida. Descubra agora