Não Deixe Rastros

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NICK, você levou um tiro — disse Rafael assustado enquanto examinava o ferimento.

— Eu sei... — Nick ainda olhava atônito para a sua mão suja de sangue.

— Como é que é? Um tiro? Oh meu Deus! — Lucas se desesperou ainda mais. — Vamos todos morrer e o Nick vai ser o primeiro!

— Não, você não pode morrer, Nick. Eu te adoro, cara! — Alex se aproximou dele e o abraçou. — O que você está sentindo? Faça o seu último desejo, eu atendo, qualquer coisa, é só me pedir.

— Eu... — Nick olhou para os outros com Alex ainda abraçado a ele e franziu o cenho.

— Nick, não vai para a luz — interrompeu Breno. 

Rafael que examinava o ferimento de Nick ergueu o corpo e olhou para os três que estavam com cara de desesperados e tristes. Alex ainda abraçado a Nick já estava com cara de choro e Lucas com os olhos marejados.

— Querem parar com isso, pelo amor de Deus?! — Rafael afastou Alex de Nick. — O Nick não vai morrer, ele levou um tiro no quadril. Acho que não atingiu nenhum órgão... — ele voltou a olhar para o ferimento que sangrava e os outros três soltaram um som único de desapontamento.

— Vocês estão desapontados?! Queriam que eu morresse? — perguntou Nick, perplexo.

— Não, é claro que não! Mas é que estávamos lamentando aqui à toa — disse Alex. — Até te abracei, cara.

— E eu vou ficar sem saber se existe luz — disse Breno desapontado e

Nick balançou a cabeça, incrédulo.

— Mas... — Rafael ainda parecia preocupado olhando o ferimento.

— Mas, o quê? — perguntou Nick tenso e ele o olhou.

— Você está perdendo sangue, por isso não está se sentindo bem. Temos que ir a um hospital.

— Ótima ideia! Nick recebe atendimento e podemos pedir ajuda. Ferimentos à bala são reportados a polícia — disse Alex esperançoso.

— Calma, espera. Vamos pensar um pouco. Isso pode não ser uma boa ideia — disse Breno.

— Como não?! Breno, isso pode dar certo, sim!

— E nós vamos dizer o quê para a polícia? Que ele levou um tiro de um homem que está nos perseguindo porque somos testemunhas de um assassinato?

— E por que não? Com a segurança de um hospital e a polícia lá, ficaríamos seguros.

— E como vamos provar? — perguntou Rafael. — Nós não temos provas contra eles.

— É, mas mesmo sem sabermos, temos que arriscar. Nick precisa de atendimento médico — argumentou Alex.

— Pessoal, pessoal. — Lucas chamou a atenção deles e o olharam — Podemos discutir o que vamos fazer em outro lugar? Eu não sei se vocês se lembram, mas tem gente perseguindo a gente, e eu não quero levar um tiro como o Nick — disse apontando para Nick que visivelmente não estava se sentindo bem.

— Lucas tem razão — concordou Rafael —, temos que sair daqui, buscar abrigo e decidir o que vamos fazer. — Virou—se para Nick. — Você aguenta andar?

— Andar? — perguntou Lucas estupefato. — Aqueles homens estão correndo atrás da gente, Rafael. E você quer andar?!

— Lucas, o Nick mal está ficando de pé e você quer que ele corra? — Ele retrucou.

— Já sei. Nick se apoia em mim e em você — sugeriu Alex. — Pelo menos a gente vai conseguir andar um pouco mais rápido. 

— Então vamos logo.

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