O grande dia!

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31 de março de 1997

Meu irmão mais novo, Stefan, sempre é atencioso e carinhoso, ele será um grande homem, é o que mamãe diz pois ela passa mais tempo com ele do que comigo; eu compreendo porque quiseram ter somente 2 filhos, a monarquia é bem clara "O primogênito herdará o trono" e assim meu pai se dedicou a mim de corpo e alma, queria ter o filho perfeito e eu queria vê-lo feliz e orgulhoso e assim eu fiz. Enquanto passei anos com o meu pai e mais alguns professores, os melhores, mamãe se dedicou aos detalhes e ao Stefan, ela sempre o mimou muito, mas também o ensinou a ser forte e a como administrar, ela mesma o ensinou tudo que sabia assim ele não iria sentir tanta falta minha e do nosso pai. Quando eu tinha 11 anos e Stefan tinha 9 atacaram nossa casa e mamãe nos trancou num porão secreto que havia em nosso quarto, que foi exatamente feito para essa ocasião, meu pai dizia para eu proteger o Stefan pois era minha obrigação, ouvimos gritos e ouvi Stefan começar a chorar baixinho logo ouvi um pequeno miado que estava a nossa frente no escuro foi ai que meu irmão correu para o miado pegando a bola de pelos no colo e trazendo até mim, os olhos do gato eram grande bolas azuis indo para o negro foi quando percebi que era um demônio. Stefan o colocou no chão o mais delicado possível e não se afastou, ele repetiu diversas vezes "gatinho, fique bem" então eu o puxei para longe daquilo e fiquei em sua frente com uma adaga em mãos que papai me deu ao completar 10 anos, Stefan não entendia o que estava acontecendo até o pequeno e inofensivo gato começar a rosnar e se contorcer, não demorou muito para que eu corresse em sua direção e começasse a esfaqueá-lo, meu irmão começou a chorar, mais ainda, ele realmente não havia entendido até que o gato tomou uma forma maior e mais horrenda, Stefan sentou no chão e abraçou as pernas ainda chorando, eu fiquei com medo, apavorado na verdade até que comecei a correr até a criança sentada no chão e não demorou até eu sentir cheiro de fumaça e gritos vindo do demônio, eu havia derrubado a única lamparina que nos iluminava naquele porão vazio, velho e sujo e agradecia mentalmente por ser tão desastrado.

Sempre que posso jogo essa história na cara do Stefan, sei que éramos crianças, mas isso ainda tem o mesmo efeito sobre ele. Eu acho que invejo meu irmão, ele é tudo que eu não sou, ele pode escolher o que quer ser, ele teve tempo, teve escolha..., mas, tenho mais inveja ainda pelas garotas dele, mais especificamente, pela namorada do meu irmão, Elena Gilbert, ela vem de uma das famílias tradicionais o que fez seu pai ser um dos conselheiros do rei.

Hoje haverá uma grande festa, uma das maiores pois o primogênito do rei, será concebido rei de sangue! Minha mãe cuidou de tudo, ela sabe do que eu gosto mais do que eu mesmo, meu irmão também estava a ajudando, meu pai foi resolver assuntos dos clãs, e eu estou sozinho delirando em meus devaneios em uma grande poltrona que se concentra a frente de um grande espelho, eu já estava vestido em um smoking preto casual com detalhes de cetim preto e sapatos mais negros ainda e bem polidos, ouço uma batida na porta e logo em seguida a mesma é aberta o que me dá a perfeita visão de minha mãe com os cabelos grisalhos amarrados e com um vestido dourado longo, extravagante, sorrio ao vê-la e me levanto dando um longo suspiro.

- Olha só pra você! - Diz ela me olhando de cima a baixo e com um sorriso no rosto mostrando as marcas de uma vida vivida, não demora muito e a abraço dando-lhe um beijo na testa - Vamos lá, iremos nos atrasar! - Concordo com a cabeça e saímos do cômodo indo em direção ao grande salão.

Hoje é o grande dia. Irei me tornar o rei de sangue, deveria ser a alguns anos à frente, mas por um motivo desconhecido, meu pai adiantou a cerimônia e por isso há somente os convidados mais importantes, amigos próximos e membros da família.

Foi tudo bastante demorado e cheio de protocolos, mas assim que chega ao fim, as pessoas me parabenizam e tiramos uma foto de família. Não fico para o jantar de encerramento, pois eu havia "me dado férias", papai não ficou muito feliz mas aceitou contanto que eu volte e assume totalmente o controle do "reino" com maturidade, seriedade e lealdade. 

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