Não me desafie!

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Dei um pequena pausa, e suspirei. Estava eu sentada na ponta da cama preocupada com um garoto que eu nem conhecia?
Meus pensamentos interrompidos novamente por ninguém menos que Koll, ele lentamente abriu a porta para conferir se eu havia mesmo chegado, e ao me ver mudou sua expressão que estava preocupada, e vi que ele ficou aliviado.

-- Onde se meteu dessa vez? -- Ele sentou na ponta de minha cama, ao meu lado, e me olhou sério.

Fiquei calada por alguns segundos, e suspirei. Não conseguia contar para ele, eu meio que sai sem avisar e escondi tudo dele..
Ele segurou minha mão, e seu olhar ficou triste.

-- Não me diga que.. -- Ele parou e colocou a mão na cabeça. Mas como assim, qual era seu palpite?
-- Você já sabe? -- Perguntei.
-- Rumple, não é mesmo?
-- Olha, eu precisava fazer isso, você sabe! Faço tudo que ele manda e ele garante a minha vida. E aliás, não foi nada demais. -- Coloquei uma mexa de cabelo por trás da orelha.
-- Então se não foi nada demais, me conte. -- Ele continuou me olhando, eu já estava nervosa.
-- Não! Se você é tão bom em descobrir coisas, descubra sozinho.  Sorri, e me levantei.
-- E aliás, boa sorte!

Dei curtos passos até o banheiro. Entrei no mesmo e tranquei a porta. Encostei minha cabeça no mesmo, e comecei a pensar em várias coisas, minha mente estava uma bagunça. Nada melhor que um banho para colocar tudo em seu devido lugar.

Me despi e liguei o chuveiro, deixei o mesmo morno e esperei preencher toda a banheira. Prendi meu cabelo, e entrei na banheira que já estava quase derramando. A água estava deliciosa! Passei meu sabonete sobre todo meu corpo, e bom, vocês já sabem como se toma um banho.

Ao terminar, me enrolei na toalha e passei pelo corredor entre a sala e meu quarto, vi que Koll estava na sala dormindo. Ele tem seu próprio quarto, ele costuma dormir na sala quando está muito preocupado ou cansado, e sabemos que ele estava os dois.
Fui até meu quarto, e me sequei. Abri meu guarda-roupa, que estava todo bagunçado, e coloquei meu pijama. Uma blusinha solta de gatinho, e um short curto não muito justo, também de gatinho, os dois eram rosa. Amo rosa, rs.
Deitei-me sobre minha cama e fui responder todas as mensagens, se levei várias broncas de Bárbara? Ah se levei. Por fim, fui dormir.

Choros, gritos por todos os lados, frases escritas com sangue nas paredes.
Eu estava em um lugar totalmente desconhecido, eu estava em uma casa estranha. Seus móveis velhos e empoeirado, as paredes desgastadas e o teto cheio de teias. Caminhei para frente, indo até o centro da sala, onde um caixão. Era o único móvel que parecia novo, sem nenhuma poeira e arranhão. Abri o mesmo, e havia um pequeno papel, escrito:

Drizella.

Acordei novamente assustada. Um caixão com o meu nome dentro? Que merda de brincadeira é esta?
Peguei meu celular, e já eram 7h, porquê meu despertador não tocou? Irei atrasada, mas feia jamais!
Aliás, tenho poderes e imortalidade, porque alguém como eu iria feito um trapo? Estalei os dedos e fiquei pronta na mesma hora. Eu estava de maquiagem, porém não muito forte. Um batom rosa claro. De roupa, uma saia curta colada que valorizava o corpo, uma blusa branca padrão do uniforme, uma jaqueta rosa e é claro saltos pretos.
Passei um perfume com aroma de rosas, e coloquei dois brinquinhos pequenos.

Avistei Koll na cozinha, ele estava na bancada apoiando seu cotovelo sobre a mesa. Estava tomando seu chocolate quente, e logo sorriu ao me ver.

-- Atrasadinha. -- Apontou.
-- Atrasada e linda, você quis dizer! -- Sorri.
Dei um beijo em seu rosto e peguei minha bolsa. Fui com meu carro novo para a escola, o qual chamou bastante a  atenção de todos. Estacionei o carro, e ainda dentro, retoquei meu batom. Sai do mesmo, e olhei para os lados. Sorri, joguei meus cabelos. Entrei dentro da escola, no corredor principal onde ficavam os armários, e avistei Bárbara, com Alice e a nojenta de Eliza. Notei que Lucas não estava com elas, estranho. Lucas é grudado a Bárbara. Fui até elas com o meu sorriso maravilhoso no rosto.

-- Meninas. -- Sorri, e olhei para todas. -- Desculpem a demora.
Barbara e Alice sorriram, Eliza soltou um olhar de deboche.

-- Vamos, a aula já começou. -- Barbara nos avisou, e fomos todas para a aula.

Assistimos todas as aulas, e então saímos para a cafeteria ali perto.
Enquanto andávamos até la, resolvi perguntar de Lucas, não o vi o dia todo.

-- Bah, e cadê o Lucas?
Barbara se manteve quieta, e suspirou. Ela estava nervosa.

-- O Lucas e Bárbara brigaram! -- Alice respondeu por ela, ao ver que Bah não estava conseguindo responder.
-- Brigaram? -- Eliza me olhou, com um olhar falso, e segurou no ombro de Bárbara.
-- O que aconteceu? -- Perguntei.
-- Ele é falso com ela, vivia metendo a língua nela para mim. Ele sempre foi assim, Bárbara que estava cega com essa amizade.. não só com essa. - Eliza respondeu, e me olhou ao falar a última frase, com um olhar desafiador.

Lucas era um menino tão doce, mesmo eu o conhecendo pouco, não podia acreditar que ele seria capaz de uma coisas dessas. A nojenta de Eli deve estar por trás disso, e eu irei descobrir ou não me chamo Drizella.

-- É mesmo é Eliza? -- A olhei debochando da mesma. -- Sei. Mas não fique assim não Bárbara, nem tudo é o que parece ser, acredite.

-- Tudo bem Dri, obrigada! -- A mesma saiu de perto de Eliza, veio em minha direção e me abraçou forte, o que deixou Eliza furiosa. -- Ainda bem que tenho você.. todas vocês.

Passamos o resto da tarde com Bárbara, dando apoio e a ajudando.
Quando deu 6h, todas iriam embora para suas casas.

-- Obrigada mesmo meninas por tudo, preciso ir pois minha mãe já deve estar preocupada, vejo vocês amanhã? -- Confirmamos e a mesma nos abraçou.

Alice e Bárbara foram na frente. Eu ainda precisava dar uma conversinha com a nojentinha, antes que ela pudesse dar um passo, a puxei pelo braço, o apertando.

-- Me solta garota! -- Ela segurou meu braço.

-- Mamãe não lhe ensinou a contar sempre a verdade? Me diga onde aprendeu a mentir para eu nunca ir, pois é uma lástima! -- A desafiei.

-- E a sua não te ensinou bons modos. -- Ela conseguiu se soltar, e me olhou nos olhos. Fiquei em silêncio e ela percebeu.

-- Então só preciso abrir a boca e falar da sua mãe para que você cale a boca? -- Retrucou.

-- Vai precisar de bem mais que isso. Acho melhor você tomar cuidado com o que fala, você não sabe o que fala, nojenta de quinta. 

-- Hum. - Ela riu.- Ai Drizella, você acha que tenho medo de umazinha como você?

-- Se fosse esperta teria e aprenderia a manter distância. Meu bem, para o seu próprio bem, não me desafie!

Antes mesmo que ela pudesse dizer uma palavra, coloquei minha mão em seu pescoço. Senti seu sangue pulsar e o mesmo estava quente. Já fazia muito tempo que eu não me rendia ao sangue mortal. Apertei o mesmo com força.
Eliza ficou assustada, mudou totalmente sua expressão e ficou amedrontada.

-- Va- i me-me matar? -- Disse assustadada e tentando se soltar.

-- Não me dê motivos. -- Sorri e a soltei.

Peguei minha bolsa que estava em cima da mesa e sai do lugar. Eu sabia do risco que estava correndo, demonstrando minha força desse jeito. Mas Eliza não iria contar a ninguém, eu sei porquê todos a chamariam de louca. "Como a doce e fofa Drizella te ameaçaria?"

Antes de ir para casa, fui visitar o Lucas e tirar essa história a limpo.
Não era muito longe, e eu também não me canso rápido. Andei mais um pouco e avistei sua casa.
Bati em sua porta três vezes.

-- Já vou. -- Ouvi um grito vindo de dentro, não reconheci a voz, porém era masculina.

Alguns minutos se passaram e me deparei com outro garoto..

A EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora