Oi

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7 Maio de 2013

Cercado pelos sons de carros, conversas e passos, ele aguarda na saída da estação do metrô.

Enquanto pessoas entram e saem, Nico anda de um lado para o outro com seu coração martelando e seu estômago girando e suor escorrendo pela sua testa e marcando suas axilas.

O suor causa um efeito curioso. Quanto mais suor, mais pensamentos, e então mais seu coração martela, seguido de mais suor, porém agora do tipo frio, desconfortável, e tão logo surge o pensamento de como seria sua aparência para alguém que o observasse naquele momento, e então mais suor e...

Seus cabelos castanho escuros surgem com o deslizar suave da escada rolante. O topo dos aros de seus óculos quadrados seguidos pelos olhos pequenos e pretos que se materializam já dando pistas do sorriso que sua boca traz consigo logo em seguida. Tímido, retraído e a coisa mais linda que ele já viu nesse mundo. Ombros levemente curvados. Braços longos. Mãos grandes.

Nico o observa dos pés a cabeça, absorvendo tudo o que pode no segundo que levou para Thomas cruzar o espaço do fim da escada rolante até ele, braços abertos.

Ali, no peito de Thomas, enquanto ele lhe faz cafuné, Nico suspira profundamente, esvaziando todo seu peito daquele ar contaminado.

"Você se atrasou." - sua voz, abafada pelo peito de Thomas, não indica qualquer insatisfação, apenas a constatação de um fato.

Thomas suspira longamente e aperta o abraço em volta de Nico.

"Tive dor de barriga antes de sair de casa"

Nico levanta seu rosto até que os seus olhos encontrem os de Thomas.

"Oi".

"Oi" - responde Thomas, sorrindo.

"Às vezes você compartilha demais, sabia?" - pergunta Nico, retribuindo o sorriso.

"Um dia você vai me ver no trono, se não aguenta nem que eu diga que passei um fax é melhor já ir andando" - Thomas recolhe seu sorriso e olha para longe como se o desprezando.

"Olha que eu vou, hein!" - diz Nico, sem se mover nos braços de Thomas.

Thomas retoma o olhar de Nico, desafiador, mas sem desfazer o seu abraço.

"Então vai".

Eles se encaram por alguns segundos, e como sempre Nico é o primeiro a perder o jogo, ao se aproximar para beijar Thomas, que resiste por um instante antes de o receber com os olhos fechados. Os lábios se tocam, as línguas se cruzam. O sangue flui. Eles se afastam. Se olham.

Thomas estica a sua mão esquerda, aberta e com a palma para baixo.

"Oi"

Nico a segura firme com sua mão direita e a gira e encaixa o braço dos dois ao seu lado, de forma que sua mão fique à frente da de Thomas, mas o braço dele fique sobre o seu e eles fiquem bem próximos.

"Oi" - responde.

Trocando sorrisos e de mãos dadas, Thomas e Nico deixam a entrada da estação.

Eu Você Nós ElesOnde histórias criam vida. Descubra agora