c'mere, baby honey

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Louis realmente, realmente odeia esse lugar.

Os bairros pobres e ricos de Londres dividem espaço na geografia da cidade sendo separados por poucos minutos, porém a rica cidade disfarça aparentemente essa parte com sua arquitetura vitoriana.

Do centro até Brixton são vinte minutos de metrô ou quinze de carro, Louis sempre ia de metrô, pois apesar do perigo que era andar por aquelas ruas e terminais subterrâneos a pé, ele não arriscaria alguém anotar a placa do seu carro e sua boca amanhecer cheia de formigas.

Ele não pôde deixar de negar de leve com o pensamento brutal, isso é com certeza algo que Harry diria. Na verdade foi uma das primeiras coisas que disse à ele quando Louis lhe disse estar apaixonado.

"Se envolver comigo é como pedir para comer grama pela raíz."

"Você tem certeza que quer isso? É bom tomar cuidado para não amanhecer com essa linda boquinha cheia de formigas."

Ele tinha milhares de metáforas para assassinato e execução, Louis achava horrível no começo mas hoje Harry não passa de um chato. Seu chato.

E Louis tinha certeza que Harry colocava pelo menos dois de seus homens para lhe vigiar e proteger na travessia da cidade.

As casas daquela rua eram praticamente todas iguais, apenas as cores que mudavam, raramente se via uma grama que era tratada, normalmente era uma só uma palha amarelada cercada com arame e a casa no meio, as pessoas mal tinham água pra si mesmas imagina para jogar no chão.

As ruas eram sujas e as calçadas quebradas, algumas casas não viam reforma fazia alguns milênios e os fios de luz distribuídos confusamente fazem uma teia por cima das casas, muitas vezes com pares de tênis pendurados pelos cadarços neles.

A casa de CEP alterado irrastreável era o destino de Louis. A cor creme é desbotada e está descascando, por dentro alguém decidiu comprar a cor mais triste para pintar, um tom de cinza claro meio azulado, todos os cômodos eram da mesma cor e praticamente do mesmo tamanho, o formato quadrado deixava a casa distribuída em sala/cozinha, banheiro e um quarto, havia um porão mas Louis tinha mais medo de entrar nele do que dos inimigos de Harry.

Agora marcava 9:25pm no Apple Watch de Louis, ele tocou na tela do pequeno aparelho e a mensagem de Harry apareceu.

"10 horas." Que romântico.

Louis sabia que Styles não poderia ser mais claro que isso, se o telefone estivesse grampeado, ou o sigilo de suas conversas fosse quebrado ele estava fodido.

Harry não tinha medo de ser pego por temer que seu esquema fosse desmontado, ele tinha medo de ser preso pois Louis iria preso também, ou pelo menos detido por um tempo sem julgamento, mas ainda assim isso lhe causaria sofrimento, ele tinha medo de ser preso pois iria demorar tanto tempo para ver Louis novamente que só a ideia lhe quebrava.

Louis pensava que se Harry tivesse que ser bandido, então que fosse o melhor de todos e nunca se deixasse ser pego.

As luzes eram fracas e por conta dos blackouts nas janelas parecia que a casa estava vazia para quem visse do lado de fora.

Louis trazia consigo uma mochila com algumas velas, vinho, dois lanches do subway e lubrificante.

Harry chegaria em poucos minutos e ele estava organizando o quarto para o ambiente ficar um pouco menos assustador e mórbido. Ele acendeu as velas colocando em lugares que não teria possibilidade de incendiar a casa, colocou o vinho em taças que eles deixavam nos armários, sempre cuidando muito com a limpeza, caso a casa seja estourada e não achem o DNA deles por ali.

if I stay here trouble will find me | l.s. one shotOnde histórias criam vida. Descubra agora