1° Capítulo

2 0 0
                                    

    Estamos todos tirando as coisas do caminhão de mudança e já colocando nos seus devidos lugares exceto minha irmã -Olívia- que está sentada no sofá mexendo no celular que o pai deu a ela recentemente e o Petter -meu irmão mais novo- ta andando de bicicleta pelo bairro.

-Se você não largar esse celular e vim nos ajudar eu vou pegar essa porcaria de celular e dar para o seu irmão- Minha mãe está pela vigésima vez brigando com minha irmã para, mas ela continua sem mover um dedo

Terminamos de esvaziar o caminhão e todas as caixas já estão dentro de casa, sou a ultima a entrar e fecho a porta, quando estou subindo as escadas ouço a campainha tocar, respiro fundo dou meia volta e vou abrir. Dou de cara com um casal mais velho -na faixa dos seus quarenta anos- segurando uma bandeja de não sei o que, mas está muito cheiroso e um rapaz de mãos dadas com uma moça que deve ser a namorada. 

-Olá, somos a família Smith da casa 167, aqui ao lado e queríamos dar boas vindas aos novos integrantes do bairro
-Olá, bom dia, só um minuto vou chamar minha mãe, entrem por favor- Falo simpática com um sorriso nos lábios e saio da sala para ir na cozinha chamar minha mãe. Voltamos juntos para a sala e ela os cumprimenta.
-Muito obrigada, somos os Charpentier. É sempre bom ser bem recebido- Minha mãe sorri e percebo de longe a Sra. Smith avaliando cada centímetro da casa.

    Fico um pouco distante ouvindo a conversa e o casal se aproxima de mim.

-Como você se chama?- A moça pergunta
-Lorena, e vocês?
-Me chamo Geovana e ele se chama Daniel
-Vocês namoram?
-Sim! A quase dois anos. Mas me conta, qual a sensação de morar na maior casa do bairro?- Ele fala
-Essa é a maior do bairro?-Levanto a sobrancelha- Nem tinha notado, pra mim é só uma casa, tudo a mesma coisa
-Ta o bairro todo comentando sobre a família que veio do Brasil para a maior casa do bairro- Ele acrescenta
-Como sabe de onde nós vinhemos? Como as coisas correm rápido por aqui- Suspiro 
-Não vejo a hora de nos tornarmos amigas- Ela fala toda empolgada e sorrio fraco
-Onde você vai estudar?- Ele perguntar
-Skipe, não sei muito bem onde é
-Skope, você quis dizer...- Ela fala e eles se olham
-Uma das melhores escolas daqui, vai entrar como bolsista?
-Não não
-Também frequente esse colégio, segunda feira podemos ir para a escola juntos- Ele fala
-Incrível, vamos nos tornar amigos- Geovana fala toda empolgada, ela parece ser muito gentil

    Felizmente eles foram embora e eu subi para arrumar meu quarto, minha mãe voltou a ajeitar a cozinha e o demais não sei onde estão.

    Começo tirando da caixa meus livros e limpando, ajeito por ordem alfabética na prateleira que tem no meu quarto, tenho certeza que esse quarto foi feito para mim. Coloco o abajur na mesa de cabeceira e já deixo conectado na tomada, ao lado coloco meu despertador e pronto. Começo a arrumar a escrivaninha que eu uso para estudar, escrever etc, os lápis em um porta lápis como sempre, os cadernos empilhados, o notebook, a luminária e pronto. Coloco alguns pôsteres nas paredes das minhas bandas e cantores favoritos, um mural com minhas fotos favoritas e pronto. O closet é enorme, acho que minhas roupas não vão suprir todo esse espaço.
    
    Passei quase uma hora para poder terminar de arrumar o closet do jeito que eu acho perfeito. Fico deitada sobre o carpete do closet, por uns trinta minutos apreciando a musica que eu coloquei para tocar enquanto arrumava. Volto ao mundo real com o Petter batendo na porta e gritando, levanto e vou abrir a porta.

-O que você quer?
-A mãe ta te chamando
-Avisa que já estou descendo
-Certo, princesa

   Desde pequeno ele sempre me chamou assim e por incrível que pareça eu e ele nos damos super bem, ele implica mais com a Olivia, mas vamos constar ela é um porre.

-Oi, mãe?- Paro próximo ao balcão da cozinha
-Você pode organizar a biblioteca enquanto eu arrumo a sala de tv e descemos para arrumar a sala de estar?
-Claro mãe, não poderia me pedir uma coisa melhor para fazer
-Obrigada, filha, te amo!
-Também te amo, mãe

   Subo para a biblioteca e começo a desencaixotar todos os livros.

    (...)

   Já são quase dez da noite, a casa já está toda pronta, menos os quartos, fora o meu. Estamos todos reunidos na mesa prontos para o jantar, a comida maravilhosa que meu pai faz quando ele ta disposto, ou quando minha mãe ta muito ocupada ele se disponibiliza a fazer.

-Já conheceram os novos vizinhos? Os Smith parecem ser bem gentis
-Não achei tanto- Termino de me servir e começo a comer
-O filho dos Smith é bem gato- Reviro os olhos ao ouvir a Olivia dizer isso
-Vou pra escola com ele segunda
-E o que você achou, Petter?
-Os cara são muito maneiro, mas quase não entenderam o que eu falo por causa do sotaque brasileiro
-Ta bom de acabar com essas gírias, rapaz

   Termino de comer em silêncio enquanto eles conversam sobre a cidade nova, peço licença, desejo uma boa noite a todos, e saio da mesa para ir para o meu quarto. Tranco a porta do quarto e me jogo na cama. Suspiro e lembro que tenho que organizar meus materiais para a aula de amanhã. Coloco meu caderno dentro da bolsa, alguns lápis e pronto. Vou ao closet, visto o meu pijama, me aconchego na cama entre os lençóis e logo durmo.

I Saw The Love In Your EyesOnde histórias criam vida. Descubra agora