O armazém era um lugar velho e fedido a peixe. O local estava interditado pelas autoridades,mas nada que um bom papo não abra algumas portas. Hal foi direto no guarda vigiando a entrada, um velho conhecido, haviam servido juntos no exército.
-Bom dia tenente.Muito movimento por essa bandas?
O tenente era mais velho que o detetive e levava sempre um cigarro a boca, com cara de sério, não piscava um olho e mantia sempre a guarda levantada. Era quase um "Royal Guard" de Buckingham.
-Bom dia para o senhor também. O movimento daqui não é de sua conta. Aliás suma logo daqui, a ultima coisa que preciso é alguém como você em lugar desses!
-Alguém como eu ? Já se esqueceu que foi esse alguém que te salvou dos krauts. Esse alguém que tratou seus ferimentos e lhe manteve abastecido de tabaco? Sei que já não é jovem, mas ainda é cedo para lhe faltar a memória e os modos.
-Olhe Hal me desculpe, mas essa semana tem sido muito estressante. A corporação está uma loucura esses dias, e a patroa não se cansa de reclamar da vida e as crianças gritando em meus ouvidos. As vezes acho que devia ter ficado pela Europa mesmo.
-Não diga isso velho amigo! Que tal tomarmos uma bela cerveja e botar o papo em dia ?
Tenente: Está louco homem! Não vê que estou em serviço? Porém, uma bebida não cairia mal. Pois bem, ao final de meu turno, posso lhe encontrar no bar.
- Bom tente, vou ser sincero. Não vi aqui para bater papo e você sabe muito bem. A senhorita Marlon veio até meu escritório. Aparentemente não está muito satisfeita com o serviço da polícia.
- Você é inteligente Hal, e já deveria saber que não posso deixar qualquer um, mesmo um amigo, sair mexendo na cena do crime!
- Que isso Johny! Por tudo que já lhe fiz. Pense na coitada da viúva
O tenente ainda indeciso, olhou para os lados, estava bem vazio. Depois do assassinato não circulava muita gente por ali.
-Muito bem, mas seja breve. Caso apareça alguém, você está por sua conta. Se for pego, eu não te conheço, é apenas um enxerido se metendo onde não deve. Desculpa Hal, gostaria de poder ajudar mais, mas tenho família agora, não posso perder esse emprego.
- Eu entendo, muito obrigado mesmo assim.
- Boa sorte, e não mexa em nada, ninguém pode saber que esteve aqui. Quando acabar saia pela porta dos fundos. Vou bater na porta caso apareça alguém.
- Muito obrigado velho amigo.
Os dois apertam as mãos, o policial, checa mais uma vez antes de abrir a porta para o detetive. Hal entra o armazém e a porta se fecha atrás dele. Ele está sozinho agora.
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Morto nas docas
Mystère / ThrillerOBS: A historia ainda esta em progresso e sujeito a edições e correções. Aqui é apenas um esboço. espero poder evoluir a medida que escrevo e melhorar a partir do feedback de vocês. Obrigado e aproveitem. O detetive e ex-militar, Harrold, passa o...