Primeiro Capítulo

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Boston, 1948. A chuva caia leve sobre a cidade, carros vão de um lado para o outro levando seus condutores aos serviços, passageiros aos seus destinos e cargas saindo do porto alimentando a cidade inteira. Nessa manhã, porém, não é só mais um dia chuvoso. Um corpo foi achado nas docas. O jovem Lucius Marlon,um comerciante, foi achado morto nesta manhã de segunda-feira. A polícia fez o que pode, mas não mostrou muito empenho em descobrir a identidade do assassino. Sua ex-esposa, e atual viúva, a Senhora Marlon. Herdeira de uma fortuna, teme por sua vida, chora pela morte do marido e se enche de angústia pelo trabalho mal feito das autoridades. Insatisfeita e determinada a resolver esse mistério por conta própria ela procura por um investigador particular, alguém que possa ajuda-lá.

Harrold, ou para abreviar, Hal. Um ex militar, condecorado por bravura em serviço, agora passa seus dias sentado em sua mesa passando o tempo com uma garrafa de Whisky e a espera que alguém bata à sua porta. Enquanto se servia mais um copo, finalmente um cliente, a Sra. Marlon entra em seu escritório e o cumprimenta.

-Bom dia Detive.

-Bom dia. A senhorita tem nome?

-Você lê o jornal  senhor.... Ambrosis?

- Leio sim. E pode me chamar de Hal

-Então o senhor sabe quem eu sou. Sou a recente viúva, que teve o marido assassinado e esquecido, deixado aos peixes e gaivotas no cais.

-Ah sim. A Madame...ehh... Marlon, Marry Marlon. Não é ?

-É, eu mesma. Bom imagino que você saiba porque vim até o senhor.

-Se não foi para me acompanhar num drinque, imagino que seja porque a nossa bela força policial não fez seu serviço direito.

-Exatamente. E como o senhor sabe, possuo uma grande fortuna deixada pelo meu falecido marido, e isso me torna um alvo de seu assassino. Espero que o senhor o encontre o mais rápido possível. Não se preocupe, o senhor será bem recompensado.

-Bom, é realmente tentador, mas eu não estou mais em meus dias de glória e isso não é mistério para ninguém, por isso devo perguntar. Por qual motivo a senhora me escolheu ?

-Por falta de opção. Aparentemente, além da polícia, todo maldito detetive dessa cidade parece estar evitando o assunto. Talvez você tenha sido deixado de fora de algo senhor Ambrosis.... Mas é a única opção que tenho no momento. Aqui está, a única pista encontrada na cena do crime, parece que nosso assassino não foi tão cuidadoso.

A viúva entregou um pequeno papel, sujo e amaçado, ao detetive. Em letras borradas e tortas, dizia apenas: "Armazém 24 a meia noite"

-O mais curioso é que meu marido foi encontrado do lado de fora deste armazém e sujo de graxa, porém, ele estava em casa a meia noite.

A viúva despede-se do detetive e pede que mantenha-a atualizada sobre o caso. Confiou ao detetive a localização de um lugar seguro que apenas os dois saberiam a localização.

Hal senta em sua cadeira novamente, termina sua bebida, veste seu sobretudo, pega sua arma e distintivo e sai afoito de seu escritório, ainda sem saber no que está se metendo.


Morto nas docasOnde histórias criam vida. Descubra agora