Poesias

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- VISLUMBRO

Ó Amada, acompanhe-me ao destino,

Nosso fado destino

Ó Amada,

Deite-me!Deite-me a mim!

Aguarre-me! Aguarre-me a mim!

Sua voz franzina num último resquício de fôlego

Suas pernas hesitando,

Vislumbro-te moderadamente tropêgo

Vossos corpos a ondular em direção à lascívia

N'alma, agitação,

Tudo que havia!

Efêmeros minutos presentes, silêncio!

Suas mãos em minha face, no silêncio podes compreender;

Desfruto de minha possessão

Minha carne, flamejante carne, te chama

Sua volúpia, em seu cortiço me clama.


- DIGA-ME

Diga-me com quem tu andas

E eu direi quem tu és;

Diga-me suas adversidades

E eu direi que solucionaremos;

Diga-me seus segredos

E eu direi que armazenarei;

Diga-me que sentes saudades

E eu direi que estarei a te procurar;

Diga-me suas aspirações

E eu direi que estarei a condecorar;

Diga-me o que deténs

E eu direi que multiplicarei;

Diga-me o que te gozas

E eu direi que juntos gozaremos;

Diga-me aonde desloca-se

E eu direi que encaminho-me;

Diga-me o que não anseia

E eu direi que isto esquecerei;

Diga-me o que te matiriza

E eu farei uma Sublevação

Diga-me com quem tu andas

E eu direi quem tu és;


- AO NADA

Aspiro em livrar o vício de minha carne

Infelizmente,

Vivo regado no excesso de dopamina

Vivo a repugnância de Roquentin

Sou um ser, um genuíno ser

Aprisionado em um turbilhão de noções ambíguas

Sou um ser, apenas uma causalidade

Aprisionado em não poder te ter pela eternidade

O que florescerá se deter de tudo e não ser nada?

O meu eu é o próprio nada (tu és também)

Procuro-te, procuro te repelir de minha essência

Não é viável, sou talhado ao nada


- O INFERNO SÃO NOSSAS VIDAS

Juventude letrada - Pensamentos e poesiasWhere stories live. Discover now