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—Senhorita Hummer — Ouço meu nome ser chamado enquanto estou andando com Austin na praça

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—Senhorita Hummer — Ouço meu nome ser chamado enquanto estou andando com Austin na praça

—Sim? — Pergunto estranhando, era um policial, ele corria ao meu encontro

—Vamos para a delegacia

—Delegacia? O que eu fiz de errado?

—Sua mãe está te esperando

—Como assim?

—Vamos — Ele me puxa pelo pulso e me coloca dentro da viatura

Eu não entendi, já faz um mês que eu saí de casa, e nesses dias, eu me diverti bastante, por incrível que pareça, eu nem sequer estou mais usando minhas lâminas, eu estou finalmente me sentindo "bem", e essa sensação é incrivelmente boa

—Ah, Claire!!! — Minha mãe vem correndo ao meu encontro assim que apareço em seu campo de visão na delegacia — Eu estava com tanta saudade — Ah, meu Deus! Quanta falsidade — É ela delegado, sequestraram ela e eu sei quem foi — Ela diz fingindo choro

—Ah mãe, sem fingimentos okay? — Eu me solto de seus braços — Você me expulsou de casa e agora vem mentir alegando que me sequestraram, me poupe! — Eu digo, olhando-a nos olhos, e pelo seu olhar, percebo que ela está com raiva, e com certeza, está se controlando para não me atacar — Seu delegado, eu não fui sequestrada, ela me expulsou para fora de casa e um amigo me ajudou, você acha mesmo que se ele tivesse me sequestrado nós estaríamos passeando no meio da rua para que os outros vejam? Não né! Então, tchau — Eu vou saindo da delegacia, mas o delegado me para — Eu não vou voltar pra casa dela, ela que é um monstro, ela me bate, ela me maltrata, você acha mesmo que eu vou voltar pra casa dela? — Eu digo ríspida, eu cuspia as palavras na cara do delegado — Agora, me deixem em paz, e "mãe", tente achar outra vida pra fazer um inferno, por quê na minha, você já fez isso — Eu me solto do delegado e vou andando para a casa de Austin

Eu pensei que esse inferno havia acabado, mas pelo visto, está só começando

Eu chego e subo correndo para o "meu" quarto

—Claire, espera — Ouço a voz de Austin assim que entro e bato a porta
As lágrimas descem pelo meu rosto e molham minha roupa, eu escorrego pela porta, até sentir o chão gelado e de certo modo, acolhedor, pelo menos nesse momento — Claire, você está bem? Me deixe entrar

Eu não consigo responder ao seu chamado, tranco a porta e pego minha lâmina
Faço cortes em meus pulsos, isso foi tão aliviador

—Claire...— Ouço a voz de Austin, ele me chama baixinho, como se só eu pudesse ouvir

Eu me levanto e lavo meus braços, coloco um casaco grosso para não mostrar o sangramento

Abro a porta, ele me abraça e passa a mão pelo meu cabelo

Ele segura meus rosto em suas mãos e olha em meus olhos, que no momento, estão cheios d'água

—Eu estou aqui — Ele só precisou dizer essas palavras para que eu pudesse desabar em lágrimas, eu voltei a abraça-lo

—Eu sempre tento ser o mais forte que consigo, mas nesse momento, eu só preciso disso, ser fraca

—Você não é fraca Claire, você a garota mais forte que eu conheço, só você sabe as coisas que você passa, e eu sei que elas não são fáceis — Ele diz e por instinto, eu o beijo
Como eu queria sentir esses lábios novamente, depois de tanto tempo...ah, como eu precisava disso, sentir seu toque, seu gosto, eu só precisava senti-lo

—Obrigada por estar aqui comigo — Eu digo assim que o beijo cessa — Você é a melhor pessoa que eu conheço — Eu digo e ouço aplausos

Pelo modo de aplaudir, eu já sei quem é

—Ah, que lindo, então esse é o Romeu? — Minha mãe, só quero saber como ela me encontrou — Nossa filha, você tem bom gosto né? Que rapaz bonito, não sabia que era interesseira — Eu suspiro fundo

—Olha, eu não admito que fale assim dela, enquanto estiver na minha casa, você não vai se aproximar da Claire — Austin diz entrando na minha frente

—O namorado está defendendo, pensei que você fosse mais independente Claire

—Austin, preciso conversar com ela — Eu digo olhando em seus olhos — Não precisa se preocupar, com ela eu sei bem como lidar

—Tudo bem, mas qualquer coisa me chama

—Claro — Eu respondo e ele sai encostando a porta

—Ah, que lindo, o Romeu ficou preocupado

—O nome dele é Austin — Eu digo com raiva — O que você está fazendo aqui? Pensei que depois que saísse daquela casa medíocre, nunca mais seria necessário olhar na sua cara de cínica — Ela me dá um tapa

—Você pode não morar mais comigo, mas ainda sou sua mãe e você tem que me respeitar

Eu dou uma risada irônica

—Minha mãe? Você não é minha mãe e NUNCA vai ser, você não passa de uma mulherzinha qualquer, que eu passei 16 anos dividindo o mesmo teto, mas isso não significa que você seja minha mãe, pois mãe é quem dá amor e carinho, e você NUNCA me deu isso, então você e sua existência não significam nada para mim, então agora, saia da minha casa, por quê aqui você não é bem vinda

—Tudo bem, mas saiba, que o seu inferno ainda não acabou

—Eu soube disso assim que te vi na delegacia, então não precisa começar com esses teatrinhos, sei que esse inferno só vai acabar quando você morrer — Eu digo e abro a porta, dando espaço para ela passar

Ela me da uma última olhada antes de sair, eu bato a porta e volto a chorar
Tiro o maldito casaco do meu corpo e volto a me cortar, mas faço cortes profundos demais e começo a me sentir zonza, então eu apago

—Por que nunca me disse?

—Por que nunca me disse?

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Uma Adolescente Suicida {Concluído}Onde histórias criam vida. Descubra agora