um líquido vermelho escorre
de seus lábios
e você lamenta a sua própria
imagem
você odeia sua cor
você odeia suas garras
você odeia seus chifres
você odeia suas presas
você odeia os seus olhos
repletos de escuridão
mas você permanece com aquela
coroa de flores que um dia lhe deram
um único sorriso sincero
vindo daquela criança inocente
ela gostou da sua cor
achou engraçadas as suas garras
enfeitou seus chifres
acalmou suas presas
e olhou com carinho
para aqueles olhos cheios
de escuridão
mas, sua silhueta monstruosa
nunca vai mudar
a verdade é que você sempre vai
ser um monstro
com essa cor
com essas garras
com esses chifres
com essas presas
e com esses olhos
e o que você deve entender é que
não é errado ter tudo isso
aquela criança viu beleza
em cada parte tua
e ela quis que você visse também
você é um monstro
como eles são
como todos somos
mas seus olhos repletos de escuridão
te cegam
e te tornam incapaz de ver que
entre garras e flores
o que te torna belo
é o que você é por dentro.
- entre garras e flores